14 janeiro, 2009
dia de poesia (data de formas coloridas)
Heron, P.
14, January, 1973
(1973)
TEMPO DE POESIA
Todo o tempo é de poesia.
Desde a névoa da manhã
à névoa do outro dia.
Desde a quentura do ventre
à frigidez da agonia.
Todo o tempo é de poesia.
Entre bombas que deflagram.
Corolas que se desdobram.
Corpos que em sangue soçobram.
Vidas que a amar se consagram.
Sob a cúpula sombria
das mãos que pedem vingança.
Sob o arco da aliança
da celeste alegoria.
Todo o tempo é de poesia.
Desde a arrumação do caos
à confusão da harmonia.
António Gedeão, movimento perpétuo (obra completa, 103-104)
Labels:
António Gedeão,
duetos de olhar e ler,
Patrick Heron,
poesia,
tempo
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
10 comentários:
('Penso no ser poeta, e andar disperso
na voz de quem a não tem;
no pouco que há de mim em cada verso,
no muito que há de tudo e de ninguém.')
...na Poesia de qualquer dia, ou em dia de qualquer Poesia, Gedeão é sempre das mais belas homenagens!
abraços!
todos os dias são (deviam ser?) de poesia e formas coloridas. adoro esse poema de Gedeão. beijos
Todo o mundo é um perpétuo movimento...com ou sem nitrato de sódio, com ou sem lágrima de preta...É sempre um prazer visitar este espaço!
E a poesia é tão bonita!
Todos os dias são dias de poesia.
Nós é que nem nos apercebemos...
Obrigada pelo poema (lindo) de Gedeão.
beijo
Eles não sabem que...
Fizeste uma excelente escolha, MSOL.
Quando frequentei o antigo 7º ano no Pedro Nunes e via A. Gedeão lembro, mais tarde, como me pareceu inacreditável que aquele Stôr escrevesse poesia como a que deixou editada.
Era austero mas muito atencioso com qualquer aluno.
Excelente pessoa.
Brilhante poeta.
Bjs
Isto sim está feito para daltónicos, a pintura; do resto ainda vou indo bem.
Desconhecia o autor e gostei do texto.
Agradeço a divulgação.
:)))
Um grande abraço
Valha-nos a poesia, quando os assuntos são tão feios, como o que nos deram a ver hoje nos telejornais...
Poesia sempre!
Beijos
Que química haverá entre o António Gedeão e eu? Será a Química? A poesia?
Encanta-me a poesia deste homem que, durante décadas homenageei a 24 de Novembro.
Beijinho
Enviar um comentário