09 janeiro, 2009
mesmo sabendo que nunca foi só assim
Ackermann, I.
kappeli
(s/ data)
LEMBRANÇA DO MUNDO ANTIGO
Clara passeava no jardim com as crianças.
O céu era verde sobre o gramado,
A água era dourada sob as pontes,
outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados,
o guarda-civil sorria. passavam bicicletas,
a menina pegou a relva para pegar um pássaro.
o mundo inteiro, a Alemanha, a China, tudo era tranquilo em redor de Clara.
As crianças olhavam para o céu: não era proibido.
A boca, o nariz, os olhos estavam abertos. Não havia perigo.
Os perigos que Clara temia eram a gripe, o calor, os insectos.
Clara tinha medo de perder o bonde das 11 horas,
esperava cartas que custavam a chegar,
nem sempre podia usar vestido novo. Mas passeava no jardim, pela manhã!!!
Havia jardins, havia manhãs naquele tempo!!!
Carlos Drummond de Andrade, antologia poética, 73
Chico Buarque, João e Maria [2. 37] (linda, linda esta valsinha...)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
7 comentários:
Havia "tempo" naquele tempo.
Belíssima recordação de infância e de tempos menos atribulados que os de agora.
É excelente, o Carlos Drumond de Andrade
Bjs
Mdsol;
Perfeita sintonia de texto/imagem. A pintura naif de Ackermann nas palavras sempre lindas de Carlos Drummond de Andrade.
A cuidada selecção da imagem e do texto remetem-nos para uma doce nostalgia...
Lindo
para todas as crianças
em todos os tempos
Um encanto...
E a música do Chico, uma beleza...
Linda melodia e lindos "lyrics".
Houve uma altura em que sabia cantar esta musica.
Agora, apetece-me novamente cantar.
Obg
Enviar um comentário