09 janeiro, 2009

neve quentinha


Tibby, C.
mother and child
(s/ data)


10.49, neva no meu quintal... isto sim, interessa! E sabem porquê? Porque pôs uma alegria imensa nos olhos da minha mãe, que interrompeu o seu crochet, quase compulsivo, para ir junto da janela e, com ares de criança, dizer:
_ Olha, olha , e olha ali... e não vai pegar, que pena...
_ Pois não! Digo eu, para fazer conversa.
E, no seu eterno pragmatismo, que me desconcerta e me leva a pensar como fui eu tornar-me tão...pouco pragmática (para o caso serve esta expressão) diz naturalmente:
_Mas veio!

16 comentários:

Justine disse...

A alegria das coisas simples, um momento de ternura partilhado (e tão bem contado).
Beijo quentinho:))

sribeirodasilva disse...

escrita simples e directa mas sempre com uma mensagem por detrás, gosto disso, é bom ler e tentar entender o que está escrito por detrás do que se escreve.*

WOLKENGEDANKEN disse...

FELIZES OS PRAGMATICOS :))Pelo menos em alguns casos. Mas eu tambem sei de dolorosa experiencia pessoal que nao é hereditario :))

jrd disse...

Que inveja. Conheço-a de outras paragens, mais ao norte, mas nem por isso desisto de olhar ansiosamente pela janela, talvez mais logo...

sribeirodasilva disse...

Temos de ser seguros de nós mesmos para o caso de os outros não nos segurarem como deveriam. obrigado pelas palavrinhas.

Mar Arável disse...

Belos olhos

em janelas escancaradas

Gilbamar disse...

Ah essa neve branquinha que desce do céu e se espalha por sobre os campos, as casas e as árvores mudando o cenário. A terra fica mais iluminada quando neva.

Pena que no Brasil raramente neva e numa ou noutra rara cidade do Sul.

Fraternal abraço.

Blondewithaphd disse...

Pena que aqui por estas latitudes sulistas não neve...

Yanneck disse...

É uma coisa muito feia e eu tenho-a... não a neve no quintal, mas a inveja da minha varanda...

António Torres disse...

Como toda a gente de todos os lugares raramente visitados pela neve, também consigo perceber este romantismo que cai em flocos.
Há sempre romance naquilo que não se tem com frequência. E talvez, em alguns casos, seja essa uma das razões.

Por analogia, dogo que não há nada que chegue à neve tropical. Aí, o romance é outro. Está no azul transparente do mar, na espuma das ondas e na brisa suave, ao entardecer, quando se pisa a areia fresca e húmida nas praias.
É o real - "second to none"...

(to none, I said...)
:-))))

OUTONO disse...

Ainda o ano passado vivi esse momento mágico...com a minha filha...o cair da neve...em Lisboa...uma raridade.

Deixo-te um prémio Dardos no meu canto. É teu por mérito.

Abraço

Luna disse...

Pois é minha amiga, a felicidade é feita desses pequenos instantes
beijos

Duarte disse...

As coisas mais simples são as que provocam sensações que nos fazem reviver momentos inesquecíveis. Uma conversa breve e franca aflora ternura que foi o que li e intui.
Já lá vão muitos anos, foi no Porto, os claustros do Infante foram banhados pela neve que só se fez notar nos cantos virados a norte: foi nos dias em que Caryl Chessman, o bandido da lanterna vermelha era executado, estávamos em 1960.
Quanto ao fenómeno atmosférico, a neve, fonte de inspiração de poetas, levou-te a trazer-nos, então, a balada da neve, que também foi leitura obrigada para mim, assim como aprender a recitá-la, e se não o fazia o bom do José Amador fazia-nos pagar umas coroas.
Um ano assolou o meu jardim de Más Camarena e não me agradou nada...

Bom fim de semana

:)))

Abraços

O meteorologista disse...

Que dizer?
Saberás como este dia me aconteceu.
Fiz 10 km e quedei-me sob intenso nevão.
Que maçada...

sombra e luz disse...

exactamente!...
por volta dessa hora, também nevou no meu quintal!...;)
como pode a alegria ser assim branca e leve, branca e fria, ohh... há quanto tempo a não via...

sim, neve quentinha...;)

Fernando Vasconcelos disse...

Pois por aqui por Loures nada de neve . Por aquilo que me disseram, que eu não vi houve uns farrapos lá mais para cima a uns kms ... Enfim que sorte e que inveja com ou sem pragmatismo :-)