21 junho, 2008

conversas com a Isaura (3)

Querida Isaura:

Começo por realçar que, em tão pouco tempo, as conversas contigo geraram um interesse para mim completamente inesperado. Só pode ser por mérito teu. Deve ser da tua (Is) aura!
Hoje, o que te falo, vem do dia 8 de Junho de 2003, quando dizia o seguinte:
Afinal não sou de rupturas. Julgam-me assim porque mostro uma certa ânsia de perfeição. Sou mais de transformar bocados, de estabelecer pontes. Sou de entre passado e futuro. Creio numa espécie de continuidade, em que as rupturas, imprescindíveis, para poderem vingar, precisam da cola do essencial já compreendido e a compreender.
Que me dizes passados estes anos? Terei de rever o rigor das frases, tendo em conta que a necessidade da mudança já não só se manifesta como o faz num tom quase desesperado?
Muitos beijos

imagem: Eva Armisen, in my dreams I change the world for you (2006)

7 comentários:

Pulsante disse...

Talvez não, se me permites a opinião. Se eu fosse a Isaura talvez te dissesse o seguinte:

Isso de rupturas é mais um mito confortável da História, do que uma realidade. Não há rupturas absolutas, para que essas fossem possíveis isso implicaria uma alteração impossível: a alteração da natureza humana.
E na verdade esta não se altera, no máximo reconfigura-se e adapta-se.
Isso não significa que a vontade de ruptura não seja boa. É.
A vontade da ruptura permite-nos consciencializar do que está mal e apercebermo-nos do que não queremos, ou seja, faz-nos tentar corrigir uma quantas coisas e deitarmos fora outras tantas.
O tesão pela ruptura propicia a reforma, essa sim possível.

mdsol disse...

Bom, fico à espera de "outras Is Auras", porque a tua não está em distonia (hum isto existe?) com o texto do post

:)

Unknown disse...

2003 foi há tanto "tempo"!...
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O que escreveste, disseste-o tão bem!...
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Será que a Isaura se lembra?
Acho que não.
Achará estranho que a faças recordar frases com mais de 5 anos!...
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Não é por as rupturas poderem ser um mito confortável... [se calhar até foram, até são...] mas, sinto-me tentada a dar razão às conclusões do Pulsante, que tem pulsado muito pelo teu blog...
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Sou eu que te digo, agora, que aguardes o descanso das férias e voltes a ler esse parágrafo magnífico e respondas, pela Isaura...
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[Beijo de cada vez mais sozinha em casa... e não estou a gostar nada]

mdsol disse...

Q. um ar de
São coisas rasbiscadas...que mostro à Isaura... E tu tens culpa disso, porque gostaste da primeira vez que lhe escrevi!:))
Vou aceitar o teu desafio. A ver vamos.
O Pulsante gosta muito de me provocar... eu estou a perceber isso... rsrsrs

[hoje para mim foi um dia de "sornice"... Já sei que quando fico muito cansada à Sexta feira o Sábado é para esquecer..]
beijos meios zonzos

Unknown disse...

Pois,
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Esse padrão de cansaço também me acontece. Ontem dormi um pouco de tarde, para não me dar o sono, hoje.
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Mas deu. Resisti e devo ter feito mal. O relatório, ou lá o que é, está uma manta de retalhos mal amanhada, que ainda precisa de muita depuração e estou farta de esperar que chegue "ninguém".
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Não me apetece "citar"... acho que enjoei as citações. Mas, lá terá que ser, mais uma vez. Posso dar-me por feliz, porque são pouquíssimas páginas.
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Depois, nunca subscrevo, totalmente, quem cito... mas faz escrever tanto mais texto para explicar, que fugiria ao assunto. Sinto-me um bocado hipócrita...
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Não gosto nada destes artifícios...
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Preferia escrever a uma Isaura... a sério.
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Se continuar a ser "abandonada" desta forma [o coitado também não está nada satisfeito...], acho que terei que encontrar uma Teresa, ou uma Luísa... ou uma Inês. Provavelmente, a última, que já não me pode responder.
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[Beijo de vou ver se "enfio" a porcaria das "citações" na mouche]

Anónimo disse...

Retenho as pontes. P'ra mim, tudo o que seja estabelecê-las é óptimo.
:))
Zé-Carlos

mdsol disse...

Para já fiquemo-nos, então, nas pontes! Até porque hoje "atravessei" umas quantas.... literal e simbolicamente!