Hundertwasser, F.
der grosse weg,
1955Caminho
Tenho sonhos cruéis; n'alma doente
Sinto um vago receio prematuro.
Vou a medo na aresta do futuro,
Embebido em saudades do presente...
Saudades desta dor que em vão procuro
Do peito afugentar bem rudemente,
Devendo, ao desmaiar sobre o poente,
Cobrir-me o coração dum véu escuro!...
Porque a dor, esta falta d'harmonia,
Toda a luz desgrenhada que alumia
As almas doidamente, o céu d'agora,
Sem ela o coração é quase nada:
Um sol onde expirasse a madrugada,
Porque é só madrugada quando chora.
Camilo Pessanha
Clepsidra
e outros poemas
Colecção Poesia
Edições Ática
1973
10 comentários:
Excelente post.
Bonito,intenso,profundo,toda a tua alma está condensada neste espaço.
Parabéns!
Bj
Acho que foi o que mais gostei em Viena, as obras plásticas e os edifícios do Hundertwasser. Desconcertante!Inovador!
Quanto ao C.Pessanha - nem por isoo...
belíssimo poema de um dos maiores autores de língua portuguesa :)
Uma vez mais essa harmonia à que nos estás habituando.
O lenço é de grande qualidade, é um Hundertwasser, e está tudo dito.
Não conheço muito ao senhor Pessanha, mas gosto. e muito, deste soneto.
*
camilo pessanha
um dos preferidos,
,
conchinhas,
,
*
Um poema profundo de um grande poeta.
UM lindo poema e uma bela imagem a condizer!...Maria do Sol.
abraços
Belíssimo poema.
esta "luz desgrenhada". tão ... tão... apelativa!
Este post também mostra um pouco de mim sim...Mas também não mostra tudooooooooooooo!!!rsrsr
OU seja e agora de um modo mais sério: eu também sou assim!
:)
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