30 junho, 2008
entre azul e verde, verão...
Dauge, B.
green summer
(s/data)
Turquesa e Lápis-Lazúli
nas palmas da tua mão
todo o azul
do verão
Jorge de Sousa Braga, o poeta nu, 204
Amoric: Blue summer
29 junho, 2008
ditos (11)
28 junho, 2008
preparação dos parabéns ...
a bouquet of spring flowers on a ledge
(1869)
(1869)
Isto faz de conta que era eu a preparar o post ..
como os relógios não estão sincronizados, o post saíu com data de 28...quando a Rosa Mota faz anos a 29...
Mantenho as flores para não eliminar este post, uma vez que a um ar de e a carminda pinho já tinham comentado...
como os relógios não estão sincronizados, o post saíu com data de 28...quando a Rosa Mota faz anos a 29...
Mantenho as flores para não eliminar este post, uma vez que a um ar de e a carminda pinho já tinham comentado...
com prova ções... tran quilas
tiroteio?
apre... eu a digitar o texto abaixo com a TV desligada e alguém entediado ou sem casa a disparar uns tiros lá para o Algarve?
quem é que acredita em "intuições"?
quem é que acredita em "intuições"?
27 junho, 2008
...
"Durante muito tempo acreditei que a principal explicação da razão porque a história está tão cheia de atrocidades e barbárie teria de ser procurada no tédio. O tédio é um dos exclusivos do animal humano, uma intemperança zoológica como o riso ou a presciência da morte (as três juntas, passando pela linguagem, são a origem da nossa especialidade mais famosa: o pensamento). Quando as coisas correm discretamente bem, nós, humanos, aborrecemo-nos: então começamos a meter-nos com os vizinhos, ou a desejar espécies raras que só existem em terras longínquas e que para serem obtidas é preciso enfrentar mil dificuldades, ou inventamos ameaças sobrenaturais para assegurar as emoções que nos faltam. A gente que fica em casa entretida com as suas coisas raramente faz mal a alguém: o trágico da vida é que em casa a maioria das pessoas aborrece-se. E como se aborrecem, proclamam que ficar tranquilamente em casa é coisa de cobardes, de egoístas, de maus patriotas...
... A grande batalha deste mundo efectua-se entre os que desfrutam ficando em casa e os que em casa se aborrecem, pelo que sempre estão dispostos a ir para a rua. Rivarol assinalou que em caso de algazarra (revoluções, golpes de estado, perseguição de hereges e coisas assim), ganham sempre os que saem à rua e que, por isso, todos os distúrbios históricos costumam acabar mal: os sensatos que ficam por casa a ver o que se passa perdem infalivelmente, derrotados pelos chalados, pelos levianos, pelos utilizadores, pelos criminosos, isto é, pelos entediados... Com razão comenta Nietzsche: "Mais do que ser felizes, os humanos querem estar ocupados. Todo aquele que lhes proporcionar ocupação é, portanto, um benfeitor. A fuga ao aborrecimento! No Oriente a sabedoria acomoda-se ao aborrecimento, proeza que aos europeus se torna tão difícil que suspeitam que a sabedoria é impossível."
... Continuo a pensar que o aborrecimento é ingrediente fundamental das desventuras históricas, mas agora vou dar cada vez mais importância à estupidez.
... o professor italiano [Carlo Cipola] diz que os evidentes e numerosos males que nos afligem têm como causa a actividade incessante do clã formado pelos maiores conspiradores espontâneos contra a felicidade humana: a saber, os estúpidos. Nada de confundir os estúpidos com os tontos, com as pessoas de poucas luzes intelectuais...."
Fernando Savater, O meu dicionário filosófico, 136-137 (excertos)
imagem: Park, J., le silence 45 (1994)
by the way
-tinha-me perdido deste texto, com o desvario em que trago os meus livros.
-já o quis colocar aqui a propósito de vários "acontecidos" aí pelo país e pelo mundo.
-hoje coloquei-o porque o encontrei. mainada!
... Continuo a pensar que o aborrecimento é ingrediente fundamental das desventuras históricas, mas agora vou dar cada vez mais importância à estupidez.
... o professor italiano [Carlo Cipola] diz que os evidentes e numerosos males que nos afligem têm como causa a actividade incessante do clã formado pelos maiores conspiradores espontâneos contra a felicidade humana: a saber, os estúpidos. Nada de confundir os estúpidos com os tontos, com as pessoas de poucas luzes intelectuais...."
Fernando Savater, O meu dicionário filosófico, 136-137 (excertos)
imagem: Park, J., le silence 45 (1994)
by the way
-tinha-me perdido deste texto, com o desvario em que trago os meus livros.
-já o quis colocar aqui a propósito de vários "acontecidos" aí pelo país e pelo mundo.
-hoje coloquei-o porque o encontrei. mainada!
conversas com a Isaura (4)
Querida Isaura:
Escrevo por causa de coisas banais, como sempre. Tenho andado com uma dor estranha no braço esquerdo. Como nunca mais passa, resolvi estar um pouco mais atenta. Até porque me limita e me faz pensar se não será já a ferrugem instalada! A ser assim é castigo prematuro!
Mas, querida Isaura, escrevo-te porque esta dor me recordou um outro tempo, em que também tive dores nas costas e no braço esquerdo. Não sei se te recordas, porque já lá vão uns anos, mas era uma altura em que eu conduzia bastante o meu segundo Clio. Não seria relevante em tempos ter trocado de Clio para Clio, se este segundo, contemporâneo das queixas álgicas nas costas e no braço esquerdo, não fosse de uma cor tão feia que eu, quando cheguei a casa com ele, a primeira coisa que fiz foi pedir desculpa pelo facto ao meu filho! O primeiro Clio era claro, já não sei se branco branco se cinzento muito claro. O segundo, como eu pensava na altura, era "cor de burro quando foge". E, só por respeito ao astro, eu não dizia que era lindo como o sol (ora tenta olhar para o sol Isaura, a ver se consegues... não se pode olhar para ele). Mas, como os carros para mim só têm a única e restrita função de me transportar, apesar de noutros aspectos ser notoriamente exigente, a diferença de preço era tal que aceitei conduzir um carro feio e sem "código postal", num tempo em que já era corriqueira a direcção assistida.
Voltemos então à dor antiga. Como sabes, tenho um amigo médico dessas maleitas. Falei com ele na altura, que me doía, que...! Já não me recordo muito bem dos meandros da conversa clínica. Só recordo a forma eloquente, directa e mordaz como rematou:
_ Isso não lhe passa assim, sem mais. Ou deixa de conduzir, coisa que, julgo eu, agora não pode fazer, ou, então ... vende a viatura e compra um carro!
Não te maço mais por hoje!
Beijos
O(s) vário(s) epílogo (s) para que não te preocupes em vão:
[O clio lindo como o sol, acabou nas minhas mãos com o lado esquerdo todo "dentro" (vinguei-me) porque num dia de muita desesperança e raiva, ao entrar no portão da casa de uma amiga só não levei o portão comigo porque o Clio é que lá deixou chapa e tinta!]
[Só comprei o "carro" quando deixei de conduzir muitos Kms com regularidade...Sou mesmo do contra...]
[A dor actual, até nova ordem, é uma "tendinitezeca"]
Janis Joplin: Mercedez Benz
imagem: Warhol A., cars mercedes typ 400 bj 1925 gelb
Escrevo por causa de coisas banais, como sempre. Tenho andado com uma dor estranha no braço esquerdo. Como nunca mais passa, resolvi estar um pouco mais atenta. Até porque me limita e me faz pensar se não será já a ferrugem instalada! A ser assim é castigo prematuro!
Mas, querida Isaura, escrevo-te porque esta dor me recordou um outro tempo, em que também tive dores nas costas e no braço esquerdo. Não sei se te recordas, porque já lá vão uns anos, mas era uma altura em que eu conduzia bastante o meu segundo Clio. Não seria relevante em tempos ter trocado de Clio para Clio, se este segundo, contemporâneo das queixas álgicas nas costas e no braço esquerdo, não fosse de uma cor tão feia que eu, quando cheguei a casa com ele, a primeira coisa que fiz foi pedir desculpa pelo facto ao meu filho! O primeiro Clio era claro, já não sei se branco branco se cinzento muito claro. O segundo, como eu pensava na altura, era "cor de burro quando foge". E, só por respeito ao astro, eu não dizia que era lindo como o sol (ora tenta olhar para o sol Isaura, a ver se consegues... não se pode olhar para ele). Mas, como os carros para mim só têm a única e restrita função de me transportar, apesar de noutros aspectos ser notoriamente exigente, a diferença de preço era tal que aceitei conduzir um carro feio e sem "código postal", num tempo em que já era corriqueira a direcção assistida.
Voltemos então à dor antiga. Como sabes, tenho um amigo médico dessas maleitas. Falei com ele na altura, que me doía, que...! Já não me recordo muito bem dos meandros da conversa clínica. Só recordo a forma eloquente, directa e mordaz como rematou:
_ Isso não lhe passa assim, sem mais. Ou deixa de conduzir, coisa que, julgo eu, agora não pode fazer, ou, então ... vende a viatura e compra um carro!
Não te maço mais por hoje!
Beijos
O(s) vário(s) epílogo (s) para que não te preocupes em vão:
[O clio lindo como o sol, acabou nas minhas mãos com o lado esquerdo todo "dentro" (vinguei-me) porque num dia de muita desesperança e raiva, ao entrar no portão da casa de uma amiga só não levei o portão comigo porque o Clio é que lá deixou chapa e tinta!]
[Só comprei o "carro" quando deixei de conduzir muitos Kms com regularidade...Sou mesmo do contra...]
[A dor actual, até nova ordem, é uma "tendinitezeca"]
Janis Joplin: Mercedez Benz
imagem: Warhol A., cars mercedes typ 400 bj 1925 gelb
a minha pátria é a língua portuguesa... !
1)
*[como diriam os outros: sítio onde já fui bastante feliz rsrsrsr]
Procuração firmada no séc. XVIII por "Tiradentes"
[Um caso de Humor: serve para mostrar a pronúncia da fala mineira]
[sugestão: ler em voz alta ... e, mesmo assim...]
Sapassado, era sessetembro, taveu na cuzinha tomanuma pincumel e cuzinhanu um kidicarne com mastumate pra fazê macarronada com galinhassada.
Quascaí de susto, quandovi um barúi vinde dendoforno, parecenum tidiguerra.
A receita mandopô midipipoca denda galinha prassá. O forn0 isquentô, o mistorô e o fiofô da galinha ispludiu!
Nossinhora! Fiquei branco quinein um lidileite. Foi um trem doidimais, sô! Quascaí dentapia!
Oi! Procevê quilocura! Fiquei sensabê doncovim, proncovô, oncotô.
(Seção Bom Humor, Revista Almanaque Brasil de Cultura Popular, Almanaque de bordo da Tam, ano 4, março 2003: p.34)
["causo" retirado do sítio do MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA]*
3)
2)
CAUSO MINEIRÊS[Um caso de Humor: serve para mostrar a pronúncia da fala mineira]
[sugestão: ler em voz alta ... e, mesmo assim...]
Sapassado, era sessetembro, taveu na cuzinha tomanuma pincumel e cuzinhanu um kidicarne com mastumate pra fazê macarronada com galinhassada.
Quascaí de susto, quandovi um barúi vinde dendoforno, parecenum tidiguerra.
A receita mandopô midipipoca denda galinha prassá. O forn0 isquentô, o mistorô e o fiofô da galinha ispludiu!
Nossinhora! Fiquei branco quinein um lidileite. Foi um trem doidimais, sô! Quascaí dentapia!
Oi! Procevê quilocura! Fiquei sensabê doncovim, proncovô, oncotô.
(Seção Bom Humor, Revista Almanaque Brasil de Cultura Popular, Almanaque de bordo da Tam, ano 4, março 2003: p.34)
["causo" retirado do sítio do MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA]*
3)
Casa dos contos, Ouro Preto, M.G., Brasil
4)
Casa dos Contos, Ouro Preto: escadaria monumental.
(a escadaria está aqui só para a dar... claro, à um ar de)
*[como diriam os outros: sítio onde já fui bastante feliz rsrsrsr]
três cerejas
Farrell, A. three cherries, s/data
Uma para a tinta -azul, outra para o natural de barrô e outra para quem a apanhar!
Uma para a tinta -azul, outra para o natural de barrô e outra para quem a apanhar!
by the way:
não acho que o bairrismo tenha forçosamente de ser mau. incomodam-me sim, os modos pouco cosmopolitas. não concordo com quem diz que bairrismo significa complexo de inferioridade. acho que quem não tem" bairro" lhe falta muita coisa. antes um "bairro" que um gang, antes um "bairro" que uma seita, antes um "bairro" que uma capelinha, antes um "bairro" que uma "quinta"!
não acho que o bairrismo tenha forçosamente de ser mau. incomodam-me sim, os modos pouco cosmopolitas. não concordo com quem diz que bairrismo significa complexo de inferioridade. acho que quem não tem" bairro" lhe falta muita coisa. antes um "bairro" que um gang, antes um "bairro" que uma seita, antes um "bairro" que uma capelinha, antes um "bairro" que uma "quinta"!
o anjo das pernas tortas
[ter os livros "tresmalhados" fez com que só agora "reencontrasse" este poema]
26 junho, 2008
fotografia do Porto & filme de Lisboa
THE LOVEBIRDS - Filme de Bruno de Almeida
[THE LOVEBIRDS intertwines six stories in the course of one night in Lisbon. An artist pursues a girl through the old cobblestone streets bewitched by the resemblance she has to his dead wife; two small-time crooks break into an apartment as they argue about a lover that tries to divide them; an aging director shooting a boxing film struggles with a movie star and a boxer who has too much pride to be knocked out; an alienated taxi driver brutally kills a prostitute but when he picks up a pregnant woman he may unexpectedly find redemption; a pilot's weekend affair with a fashion designer goes haywire when her overprotective dog exposes certain trivialities in their relationship; an archaeologist refuses to come out of a work pit where his obsessions may be a cover up for something deeper. The film stars a cast of international actors that create a mix of lovable off-beat characters dealing with love, friendship, passion, solitude and hope.] Fonte you-tube
o blog é uma tablete de chocolate (1)
Chocolat Ideal
1897
Come chocolates!(Come chocolates, pequena;
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folhas de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
A.C./F.P excerto de A Tabacaria
O "belogue". É uma reflexão que quero fazer, mas que não me tem apetecido. Sobre a minha percepção da chamada blogosfera.
Embora tenha o blog aberto desde finais de 2006 só desde Dezembro de 2007 venho aqui regularmente! E, em Dezembro, entrei como em tudo! De coração aberto. Logo passado muito pouco tempo, percebi que a maior parte deste "mundo" funciona em circuito muito fechado. Fui-me apercebendo de alguns aspectos da "ética", se é que assim se pode chamar, do relacionamento bloguístico, cada vez mais consciente de que, nos blogs, as castas são tão nítidas e cultivadas como fora deles! Fui-me "ligando" a freelancers (como eu) com sensibilidades diversas, mas postura semelhante!
Embora tenha o blog aberto desde finais de 2006 só desde Dezembro de 2007 venho aqui regularmente! E, em Dezembro, entrei como em tudo! De coração aberto. Logo passado muito pouco tempo, percebi que a maior parte deste "mundo" funciona em circuito muito fechado. Fui-me apercebendo de alguns aspectos da "ética", se é que assim se pode chamar, do relacionamento bloguístico, cada vez mais consciente de que, nos blogs, as castas são tão nítidas e cultivadas como fora deles! Fui-me "ligando" a freelancers (como eu) com sensibilidades diversas, mas postura semelhante!
(continua...)
[Nota: dois estímulos para iniciar este texto vieram de bloggers que por aqui passam]
sou pelo happy end ... azul ...e de todas as cores...
25 junho, 2008
private joy
será isto Carminda?
Lili (êta, vou tchi contá...)
QUADRILHA
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou-se com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Carlos Drummond de Andrade, antologia poética, 80
Ross, G.
surprise
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou-se com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Carlos Drummond de Andrade, antologia poética, 80
Ross, G.
surprise
24 junho, 2008
ohne worte
ditos (10)
quadras com joanetes!
clara superação
23 junho, 2008
S. João Baptista (véspera do dia de)
Baierl, T.
Saint John the Baptist,
c.1920
(o mais parecido com o meu S. João Baptista ... embora o meu tivesse um ar mais à Tarzan, já mais trintão, ... e me parecesse contrariado no retrato pintado na madeira, de tão desconfortável se devia sentir com a pele que o cobria, só presa num ombro e cruzada tronco abaixo até às coxas, assim cobertas de forma desigual ... pele de certeza colocada para a ocasião do retrato e que me parecia sempre, sempre na iminência de lhe cair e de o deixar ali, assim, descomposto. As missas que eu perdi [ou ganhei?] a olhar para o meu S. João...)
Mas os mailindos são os do Caravaggio ...
Nota sem importância nenhuma: nunca fui ao S. João do Porto
22 junho, 2008
post - o meu rio Douro é um S
Doiro
Corre, caudal sagrado
Na dura gratidão dos homens e dos montes!
Vem de longe e vai longe a tua inquietação...
Corre, magoado,
De cachão em cachão,
A refractar olímpicos socalcos
De doçura
Quente.
E deixa a paisagem calcinada
A imagem desenhada
Dum verso de frescura
Penitente.
Torrão, 7 de Setembro de 1968, Miguel Torga, diário XI
o meu rio Douro é um S
do sopé [da minha humanidade]
ao cimo da montanha [onde o céu parece mais possível]
fotografias: Tinta Azul
a quem agradeço muito ter visto o que eu queria olhar, para o poder mostrar e dar
22 Junho 2008
(Rio Douro, entre a Ponte da Ermida e a capela de S. Cristóvão)
Corre, caudal sagrado
Na dura gratidão dos homens e dos montes!
Vem de longe e vai longe a tua inquietação...
Corre, magoado,
De cachão em cachão,
A refractar olímpicos socalcos
De doçura
Quente.
E deixa a paisagem calcinada
A imagem desenhada
Dum verso de frescura
Penitente.
Torrão, 7 de Setembro de 1968, Miguel Torga, diário XI
o meu rio Douro é um S
do sopé [da minha humanidade]
ao cimo da montanha [onde o céu parece mais possível]
fotografias: Tinta Azul
a quem agradeço muito ter visto o que eu queria olhar, para o poder mostrar e dar
22 Junho 2008
(Rio Douro, entre a Ponte da Ermida e a capela de S. Cristóvão)
música: Rão Kyao, chapéu preto
21 junho, 2008
parece que ...perguntar não ofende....
É de mim ou a Drª Manuela Ferreira Leite quanto a ideias....é de natureza apagada e não são só os calculismos e os tacticismos que a têm posto caladita?
Um candidato a vice-presidente de um partido quando "elenca" os principais problemas do país deve fazê-lo com base no que lhe acontece pessoalmente?
Bater devagarinho, passo a passo, incomoda menos a líder do que dar um murro na mesa?
As constipações são uma estratégia do marketing pessoal?
Um candidato a vice-presidente de um partido quando "elenca" os principais problemas do país deve fazê-lo com base no que lhe acontece pessoalmente?
Bater devagarinho, passo a passo, incomoda menos a líder do que dar um murro na mesa?
As constipações são uma estratégia do marketing pessoal?
conversas com a Isaura (3)
Querida Isaura:
Começo por realçar que, em tão pouco tempo, as conversas contigo geraram um interesse para mim completamente inesperado. Só pode ser por mérito teu. Deve ser da tua (Is) aura!
Hoje, o que te falo, vem do dia 8 de Junho de 2003, quando dizia o seguinte:
Afinal não sou de rupturas. Julgam-me assim porque mostro uma certa ânsia de perfeição. Sou mais de transformar bocados, de estabelecer pontes. Sou de entre passado e futuro. Creio numa espécie de continuidade, em que as rupturas, imprescindíveis, para poderem vingar, precisam da cola do essencial já compreendido e a compreender.
Que me dizes passados estes anos? Terei de rever o rigor das frases, tendo em conta que a necessidade da mudança já não só se manifesta como o faz num tom quase desesperado?
Muitos beijos
imagem: Eva Armisen, in my dreams I change the world for you (2006)
Começo por realçar que, em tão pouco tempo, as conversas contigo geraram um interesse para mim completamente inesperado. Só pode ser por mérito teu. Deve ser da tua (Is) aura!
Hoje, o que te falo, vem do dia 8 de Junho de 2003, quando dizia o seguinte:
Afinal não sou de rupturas. Julgam-me assim porque mostro uma certa ânsia de perfeição. Sou mais de transformar bocados, de estabelecer pontes. Sou de entre passado e futuro. Creio numa espécie de continuidade, em que as rupturas, imprescindíveis, para poderem vingar, precisam da cola do essencial já compreendido e a compreender.
Que me dizes passados estes anos? Terei de rever o rigor das frases, tendo em conta que a necessidade da mudança já não só se manifesta como o faz num tom quase desesperado?
Muitos beijos
imagem: Eva Armisen, in my dreams I change the world for you (2006)
imaginações à moda antiga
Petersen, V.
summer solstice
(number 23)
(2004)
Pearlstein, P.
stonehenge
c.1945
a maria do... imagina-se junto ao Stonehenge, a dar os bons dias ao sol no solstício de verão.
existências associadas Ldª
Juliette Gréco canta Saint Germain des Prés
a 21 de Junho de 1905 nasceu Jean Paul Sartre
«Elle a des millions dans la gorge, des millions de poèmes qui ne sont pas encore écrits».
Jean-Paul Sartre sobre Juliette Gréco
certos silêncios certos
Just, J.
a question of silence
(2008)
"Mas, mãe - disse eu -, não acha que é tarde para um divórcio? Tem setenta e seis anos.
Ela, porém, já estava a chorar lastimosamente. O que também me surpreendeu.
_ Ele não dá ouvidos ao que eu digo. Interrompe-me constantemente para falar de outra coisa qualquer. Quando saímos ainda é pior. Não me deixa sequer falar. Se abro a boca, manda-me logo calar. À frente de toda a gente. Como se eu não existisse.
_ Diga-lhe que não faça isso.
_ Não faria a mínima diferença.
_ Nesse caso, volte a dizer-lhe e, se mesmo assim não der resultado, levante-se e diga: "Vou para casa." E vá.
_ Oh, meu querido, eu não seria capaz de fazer tal coisa. Não o embaraçaria dessa maneira. Não na presença de outras pessoas.
_ Mas acabou de me dizer que ele a embaraça quando estão com outras pessoas.
_ Isso é diferente. Ele não é como eu. Não suportaria uma coisa dessas, Philip. Desmoronar-se-ia. Isso matá-lo-ia."
[depois de ter lido o post de Fernanda Câncio sobre grupos de risco e estudos muuuuuito sérios e assim (Posted using ShareThis)]
Ela, porém, já estava a chorar lastimosamente. O que também me surpreendeu.
_ Ele não dá ouvidos ao que eu digo. Interrompe-me constantemente para falar de outra coisa qualquer. Quando saímos ainda é pior. Não me deixa sequer falar. Se abro a boca, manda-me logo calar. À frente de toda a gente. Como se eu não existisse.
_ Diga-lhe que não faça isso.
_ Não faria a mínima diferença.
_ Nesse caso, volte a dizer-lhe e, se mesmo assim não der resultado, levante-se e diga: "Vou para casa." E vá.
_ Oh, meu querido, eu não seria capaz de fazer tal coisa. Não o embaraçaria dessa maneira. Não na presença de outras pessoas.
_ Mas acabou de me dizer que ele a embaraça quando estão com outras pessoas.
_ Isso é diferente. Ele não é como eu. Não suportaria uma coisa dessas, Philip. Desmoronar-se-ia. Isso matá-lo-ia."
Philip Roth, Património, Ed. Dom Quixote, 34/35
[depois de ter lido o post de Fernanda Câncio sobre grupos de risco e estudos muuuuuito sérios e assim (Posted using ShareThis)]
20 junho, 2008
ditos (9)
19 junho, 2008
A Q
Portugal - 2 Alemanha - 3
3
2
estes comentadores são uns cromos..."nas estatísticas ganhamos, mas nos golos os alemães são mais eficazes"... mas, no jogo, a única "estatística" que importa não é a dos golos?
"tem a sua graça ver os alemães completamente sem fôlego na parte final"... comentadores...de ...
e repito o que disse antes disto começar.... para mim teria sido uma surpresa se isto tivesse ido mais longe!
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