31 dezembro, 2007
mais palavras emprestadas a pensar no meu amigo Jú
"Coimbra, 16 de Abril de 1991 - Varri-o do meu caminho. Ultimamente tem sido uma razia. E acabarei como comecei. Na companhia e na amizade dos simples, que não sabem mentir, ou mentem inocentemente. Em vésperas de partir não quero mais equívocos....Que nenhuma confusão possa sujar a minha." (alma)
Miguel Torga, DiárioXVI, p.73
mosquitos por cordas?
quem tem bancos tem cadilhes
tem-nos quem os não tiver
quem tem bancos tem atilhos
mesmo depois de "morrer".
quem tem acções tem sentido
p'ra onde lançar o dardo
e meter bem o partido.
e tirar como o berardo
sou ignorante q.b.
em economia e finança
mas no caso o que se vê
é a basta maningância
que em tempo de frio salta
e estoira em clima franco
não por usar gola alta
mas sim colarinho branco!
e às tantas vale tudo
que eu disto nada sei
e ó'pois vão num canudo
as "bocas" que aqui dei.
30 dezembro, 2007
acontecido
Em boa verdade, o acontecimento do ano, para mim, foi a condenação de um fulano e de uma sicrana, de uma instituição universitária, a pena de prisão por ABUSO DE PODER. Bem sei que é uma gotícola de água no mar de abusos, prepotências, aproveitamentos, corrupções e ... que grassam por este país. Mas, sem gotas não há copos que transbordem. E, já era tempo destes (des)temperos não serem só reconhecidos nos autarcas e nos presidentes dos clubes de futebol. Eu sei que é simbólico mas, ainda assim, muito importante, porquanto, a persistir esta mentalidade e este sentido de impunidade em Portugal, não há sabonária nem barrela que nos tornem definitivamente num país civilizado e culto. Nem que as sabonárias e as barrelas sejam presidências europeias catitas e cimeiras europóqualquer coisa muito pragmáticas.
29 dezembro, 2007
palavras emprestadas
Miguel Torga, Diário XVI, p.38
Aí está. Como diria o Odorico Paraguassu "talqualmente" eu sinto. E, assim sentindo, recordo uma outra frase, escrita noutro diário e que me cai, também, como sopa no mel... Vou procurar ...
Achei.!!!..
"Chaves 4 de Setembro de 1988 - Dava tudo para que me compreendessem. Mas já me contento quando me respeitam." (M. Torga, Diário XV, p.131)
28 dezembro, 2007
corda bamba
27 dezembro, 2007
faculdades dos feijões
Falando de território (em vez de mesa) e de pessoas (em vez de feijões), o trabalho de juntar todas as pessoas num montão único é menos complicado do que o de personalizar cada uma delas. Ainda continuando com A.N. o primeiro gesto de reunir, aunar, tornar uno, todas as pessoas de um mesmo território é o processo de civilização. O segundo gesto, o de personalizar cada ser que pertence a uma civilização é o processo da cultura. Percebo com A.N. que é mais difícil a passagem de civilização para cultura do que a formação da civilização. A civilização é um fenómeno colectivo. A cultura é um fenómeno individual. Não há cultura sem civilização, nem civilização que perdure sem cultura. A.N. acrescenta: Justaposição disto mesmo a Portugal: uma civilização sem cultura. As excepções, inclusive as geniais, não fazem senão confirmá-lo.
Pois! E eu ao escrever isto só me apetecia trocar território por F.....
Decerto dou valor a quem "civilizou" as barracas iniciais. O problema está em que só se apostou verdadeiramente na ideia de "ajuntar" e nunca se passou à valorização das virtualidades de cada um, aceitando verdadeiramente o contributo das diferenças. Conclusão: com o argumento definitivo de estarmos sempre juntos, nunca mais se admitiu que deveríamos ficar juntos exactamente por sermos diferentes e os que foram ficando mais juntos e mais rapidamente colados são exactamente os mais iguais.
Feijões ao monte e fé em Dios
22 dezembro, 2007
consoada
18 dezembro, 2007
Faz hoje um ano
Ontem a carolina académica e o seu presidente foram condenados "ambos os dois".
Yessssssssssssssssssssssssssssssss
A ver vamos se existe epílogo!!!
17 dezembro, 2007
Eu não sou um(a) Calimero
16 dezembro, 2007
E porque hoje é dia do senhor
Domingo de manhã. Arrumações muito básicas feitas, mexo ao acaso nos "meus livros". Saquei da estante o Vol.V (Ensaios) da Obras completas do Almada Negreiros. Admito que retirei este um pouco a pensar na minha querida Tinta Azul tão entusiasmada com o seu lado artístico. Abro e.... logo naquela 1ª página em branco que (quase) todos os livros têm antes de começarem propriamente, dou de caras com a minha letra a lápis! (Sim, eu escrevo, rabisco, sublinho os livros).
Vejo a data da minha "escritura": Domingo, 27/8 /1995 e leio admirada
É preciso comer para viver
Tudo em nós requer alimentação
A cabeça o estômago, o coração
Peitos fortes, pernas boas para ver
Hoje para dar corpo à função
Vou fazer uns filetes de salmão
Cor bonita, aparência apaladada
P' ra degustar juntamente com salada.
Assim, sem um rabisco ou correcção.... Só me pude rir.... e ficar satisfeita porque naquele dia a minha vontade de fazer o almoço deveria ser tanta ... E o Almada que me perdoe ficar para depois.
15 dezembro, 2007
"espírito natalino"
(depois do comentário feito por MNN)
A minha falta de identificação com este "período natalício" já se manifesta. Cada ano piora. Concordo que há exageros a evitar, mas DETESTO este tempo. Irrita-me, ponto!
Sem saída?
in "Os passos em volta" de Herberto Helder pp.49
13 dezembro, 2007
Amizade
Ah se eu pudesse, sumia-me pelo menos a partir do dia 20 de Dezembro e só voltava depois do dia de reis (6 de Janeiro). Não é ainda possível. Mas estou segura de que um dia vai acontecer. Piro-me mesmo sozinha! Nem que tenha que apelar para aquele tipo de circunstância que justifica um certo "destravamento" das pessoas mais idosas.
O livro de que retiro este excerto " A Amizade" ajudou-me muito, há uns anos atrás, quando, já com idade suficiente para ter juízo, mas também com ingenuidade bastante para distribuir num infantário ,tive necessidade de esclarecer o mais possível interiormente a questão da amizade.
Aí vai o que Voltaire disse:
" A amizade é um contrato tácito entre duas pessosa sensíveis e virtuosas. Digo "sensíveis" porque um monge, um solitário, pode ser uma pessoa de bem e viver sem conhecer a amizade. Digo "virtuosas" porque os maus tem apenas cúmplices, os divertidos companheiros de paródia, os cúpidos sócios, os políticos juntam em redor os partidários, os que se metem na vida dos outros têm relações, os príncipes cortesãos, mas apenas os homens virtuosos têm amigos. Cetego era cúmplice de Catilina, e Mecenato cortesão de Octávio; mas Cícero era amigo de Aristóteles".
O facto de a amizade ter uma componente ética forte torna verdadeira a afirmação "diz-me com quem andas dir-te-ei quem és".
Os amigos são o retrato objectivo da ética da pesoa. Eles indicam o seu rigor, a sua intransigência, mas também o seu amor pela inteligência, a sua criatividade e finalmente a sua tolerância.
Eu tenho um bom punhado de amigos! Sou mesmo uma sortuda.
30 novembro, 2007
Visualizar Fedorento?
29 novembro, 2007
sem título, mas com muita convicção
Consumam-se encontros de gente, de sós
De formas diferentes, ousadas ou não
Consomem-se vidas redondas de nós
E de laços que abrem a imaginação.
Há trocas nos toques de tanto olhar
Em mares de desejo, que vejo, que sinto
E há a palavra, porque encontrar
É mais que um tropeço num poço de instinto.
Nada dá sentido à mão com coragem
Ou à boca redonda com medo de abrir
Senão a certeza que é descobrir
Que a gémea palavra induz a viagem.
Capazes de ir onde a vida se abra,
Só há o limite do fim da palavra!
28 novembro, 2007
Lá querer eu queria
Penso, logo desisto
27 novembro, 2007
16 novembro, 2007
Amanhã
15 novembro, 2007
13 novembro, 2007
Post desconsolado
Pensando rapidamente (salvo, portanto, razões mais aprofundadas) acho que é o desconsolo que me impede de "postar". Se, sem me sentir desconsolada, sou suficientemente céptica quanto ao interesse do que "posto", naturalmente que, com desconsolo declarado, naturalmente nem ponho a hipótese...
A ver se a viagem da próxima semana me retempera. Depois darei notícias (eventualmente com sotaque... paradoxalmente (ou não) sou muito surda mas tenho um óptimo ouvido) ehehehehehe
01 outubro, 2007
Voltei
17 julho, 2007
sem título nem pontuação
No percurso do discurso que se faz
Não é com falas (ou com falos) que se diz
A linguagem é real, viva se apraz
Experiência interna que nunca contradiz
Ergon seguro tornado energeia
É a autonomia do discurso face ao mundo
É pensamento é posição que encadeia
E a sujeição? Só à interpretação
Que, em simbiose, vive com compreensão
Ser parêntesis [mesmo que seja dos rectos]
No percurso do discurso dos afectos.
Peripécias ou...esta "estória" não é nada comparada com o meu estado actual de despassaramento
E, ainda assim, eu também (quase) só distingo os carros pela cor... E, ainda assim, também eu já tive aflições escusadas (eufemismo para ignorâncias muitas) à conta da questão oleica do meu carro...
Subi o Marão, do Porto a Vila Real, já noite dentro, (era Dezembro) com o coração aos pulos por causa do maldito ícone que, a meu ver, remetia para o óleo. Logo por alturas de Paredes o ícone deu sinal de vida! Mas não podia ser falta de óleo!... Por precaução tinha pedido, na garagem de todos os recursos rápidos, para verem o nível dos líquidos todos...Ainda assim, perante a piscadela “gemente” do ícone, parei logo na estação de serviço a seguir a Penafiel. Tudo conferido por diligente funcionário que não lhe parecia que fosse falta de óleo, mas ainda assim acrescentou um niquinho:
_"Vá lá. De certeza que não é falta de óleo. Vá sossegada".
E eu fui porque tinha de seguir...esperavam-me às 21.30h. Mas nada sossegada. O ícone volta e meia aparecia e mais, ainda que contidamente, guinchava!
Desci o Marão, no dia seguinte, com pulos cardíacos intermitentes porque o raio do ícone intermitentemente me aparecia, sem que eu estabelecesse a mínima relação causa-efeito. Cheguei ao Porto e, oh! oh! calmamente retomei a minha rotina. Continuei a andar com o carro porque a cena do ícone desapareceu e eu, pura e simplesmente, me esqueci dele. No dia a dia não acontecia nada... Passou.
Porém... sempre que me distanciava um pouco mais do Porto lá aparecia o ícone, intermitente, sem nexo, a sobressaltar-me o coração e a arreliar-me a mente.
_Como é que me esqueci desta treta mais uma vez? Massacrava-me eu a cada viagem. Parecia uma praga rogada por alguém que me queria atormentar nas viagens que me levavam, em trabalho, a locais fora do Porto. E era ver-me a parar ...nas bombas de gasolina, em garagens de ocasião... e nada...
_”O carro tem óleo, minha senhora!”...
Cheguei a conferir, com empenhados funcionários, o livrinho que acompanha o carro... Nada... Até que um dia...
_“Olhe, se reparar bem, este ícone não é o do óleo "tout court". Alguém, mais inspirado, me suspirou passados muitos sustos e lugares.
Depois deste susto maior, acabei por ir onde devia ter ido logo na altura de "rever" o óleo: à garagem da marca do carro.
Lá fui. Expliquei-me o que podia. Que parece que falta óleo, mas que me dizem que não! mas...
Risada geral.... Sim, risada porque, entretanto, um exército de anjos da guarda não permitiu que algo de definitivamente grave acontecesse à viatura... e a mim!
_"Oh minha senhora, claro que não é falta de óleo. É EXCESSO!!!"...
Só quando o carro andava mais tempo e mais veloz e aquecia mais é que a intermitência sinalética aparecia...
… pois o calor também dilata (ainda mais) o mero óleo de uma mera viatura conduzida por uma mera condutora meramente ignorante...
Porto 2005
11 julho, 2007
A propósito da falta de nitidez do rosto da Isaura
O rosto da Isaura vê-se mal e eu sei disso e também sei que é a única maneira de a ver.
09 julho, 2007
Amigas inesquecíveis - Ou como uma questão semântica se tornou numa possibilidade de vida!!!
Partimos bem cedo rumo à (outra) vida. Andamos por longe, por perto sem nos vermos, atentas e ocupadas, empenhadas e distraídas. Sim porque todas somos de tudo um pouco.
Passaram quase 40 anos! Acasos e vontades juntaram-nos. Uma de nós, muito empenhada, aparece com o seu livro testemunho. Num acto de enorme àvontade com a vida, declamamos as frases (?) palavras corridas, quadras soltas.... que então debitamos com enorme convicção.
Não se trata aqui de fazer a análise do conteúdo daquilo que cada uma escreveu. Muito menos de verificar que.... afinal.... já naquele tempo.... Nada disso. Não somos mulheres juízes muito menos arvoradas em bitolas.
Ah! Mas a frase repetida por todas (ou quase) erradamente escrita mas verdadeiramente verdade com que terminavamos a prosa: "A tua amiga inesquecível" valeu. Porque, de um modo desajeitado e formalmente errado, esta frase acaba por dizer o que se passa: De facto, somos amigas inesquecíveis na exacta medida em que nunca nos esquecemos de tudo o que cada uma representa no miolo da nossa estrutura. E mais: nenhuma de nós quis reescrever a história. Mesmo que quiséssemos dizer: "a amiga que nunca te esquecerá" somos de facto amigas inesquecíveis!
Valeu!!!
A vossa amiga inesquecível que nunca vos esquecerá ehehehehe
Caçula
06 julho, 2007
21 junho, 2007
15 junho, 2007
11 junho, 2007
...
08 junho, 2007
A propósito de um quadro de Munch*
Jogar de cor, com a cor, corresponder
Com traço firme, pincelada rigorosa,
Sair do limbo do deve e do haver,
Saber dizer sem falar de verso ou prosa.
Banhar de luz, ser sol de qualquer ideia,
Cortar com sombra o que for mais que real,
Proporcionar o mundo novo que medeia,
Entre sentir, querer bem e querer mal.
Rasgar de raiva a vermelho o coração
Ou amainar os elementos com um véu,
De verde manso, beje doce, azul do céu.
És tu pintor, que me dás a tua mão,
Para eu ver contigo. Essa arte é só tua,
Que me faz, sem querer, ver-me tão nua.
31 maio, 2007
Conforto (in) possível
Alberoni citando Jankélévitch que se refere a Aristóteles.
30 maio, 2007
Homenagem à minha amiga Margarida
Acerca da minha in(h)abilidade para estar
Socorro? Não! Nem sequer me chega a sair um esgar que apele à ajuda, porquanto, no registo em volta, não existe ajuda possível. Assim sendo, rapidamente os pés voltam ao chão. Chão incompleto, mas, ainda assim, chão necessário!
Nota duvidosa: Quem é que tem a condição marciana? Não me tendo na conta em que a avó tinha o neto que, coitado, era o único a marchar direitinho, será bom de ver que me admito bastante esverdeada!
28 maio, 2007
Opiniões há muitas....
... Deste modo, meu bom amigo, não nos deveríamos preocupar tanto com o que a populaça diz a nosso respeito, mas em vez disso com aquilo que os especialistas em matérias de justiça e injustiça possam dizer."
in O Consolo da Filosofia de Alain de Botton p. 45
23 maio, 2007
Inutilidades que nos lembram que é tempo das cerejas ...(é que as palavras são como elas .... dizem!!!)
Pergunto: Os moinhos gostam de água engarrafada fresca?
Pergunto: E a gema?
.O ROMEU? MOREU (por erro e desorientado!!!)
."Ter um lugar ao sol" - Não precisar de sair de casa num dia de chuva.
.”Quem muito fala pouco acerta”
Provérbios à minha moda
20 maio, 2007
Sem título
Atravesso a rua proibida.
Desejo feito, quero medir-me
Às passadas ....hesitações!
As muralhas, pastoras dos passos,
São, afinal, somente muros,
Paredes,
Suportes de outras paisagens,
Que não alcanço,
Mesmo em dias santos de luz.
Janelas indiscretas dos momentos.
escrevinhado há + ou - 10 anos.
"Posto" isto aqui a reboque dos FB da Tinta Azul e da Cila que "topou" o post do dia 13 de Abril
18 maio, 2007
Sem netos nem inspiração... fui ao baú dos sonetos
Loucura
personagem de discurso verdadeiro,
da lucidez com manto intemporal
desrazão és de percurso rotineiro
ser a sério no seu mundo de tão poucos,
e precisa, para olhar os seus defeitos,
de distância, logo inventa os seus loucos ,
porque lê a vida a branco e preto.
Anti-desejo o asilo é o teu gheto.
p'la ilusão que o dia a dia segura
que está longe e encerrada a loucura.
escrevinhado há uma boa dúzia de anos
15 maio, 2007
Por enquanto não consigo escrever e tenho de ir aos arquivos...
É estranho o retorno a um lugar que foi espaço da nossa vida, num tempo muito próprio. É um “em torno de”. O lugar já não é o mesmo. Nós já não somos os mesmos. O movimento histórico fez a mudança e o momento histórico escancara-a.
Mas, afinal, qual é o problema?
Nenhum, se nos aceitarmos estrangeiros. Enorme, se nos quisermos de agora no lugar onde estivemos mas... muito antes de agora.
Poderemos ser estrangeiros? Não. Mas, também já não somos desse lugar.
Nunca devia ser necessário retornar às raízes. Andar em torno das raízes faz-nos sentir como é difícil viver com raízes enxertadas.
Lamego, 21 de Fevereiro de 2004
09 maio, 2007
A propósito de uma queixa sobre um acontecimento no cortejo da queima das fitas...
Sabe que eu tenho uma certa dificuldade em entender estes assuntos. Possivelmente porque, “no meu tempo”, éramos naturalmente avessos a estas coisas e eu nunca cheguei a participar em qualquer evento que me possa dar um sentido “da coisa” que me capacite para entender o alcance do significado destes comportamentos.
Sei que generalizar é cometer injustiças e, portanto, faço esta ressalva. Mas…
Nunca entendi “festejos” e “rituais” em que a humilhação do outro é motivo de sucesso. Nunca entendi “festejos” e “rituais” em que o principal motivo de alegria e de confraternização se mede pela quantidade de álcool ingerido. Não entendo “festejos” e “rituais” para universitários em que a noção de cultura não vai muito além de garraiadas e de Quins Barreiros! Não me identifico com “festejos” e rituais” em que alguns, “mais Chico-espertos”, enchem os bolsos com a sua organização. Não me identifico com “festejos” e rituais” em que, por todo o país, as cervejeiras investem… Não na criação de bolsas de estudo mas na criação, se possível, de dependentes do uso daquilo que vendem!
Mas, caro ..., aceito que é por já ter a idade que tenho!
Agora relativamente ao que me conta. Se acha que foi coerente na sua atitude ainda bem que teve coragem para o fazer, ainda que o tenha feito sozinho. Isso da maioria ter sempre razão é conversa fiada. Ou não seja o progresso da humanidade gerado no húmus das zonas brancas do “descompromisso” com o politicamente correcto ou com aquilo que “está a dar”.
Um grande abraço
01 maio, 2007
Confissão absoluta
Amanhã é dia 1º de Maio. Dia do trabalhador? Sim, também. Para mim, porém, e sobrepondo-se a todos os outros significados, é o dia de anos da minha mãe. Com quem sempre tive uma relação distante. Ia dizer difícil, mas acho que, mais do que difícil, era distante. Fugi sempre ao confronto e, portanto, tratei de tratar da minha vida para não ter de prestar muitas contas. E contudo, passei a minha vida a prestá-las. Inevitavelmente. Acho que, no fundo, andei sempre a tentar fazer o que eu supunha que seria digno e esperariam de mim. Enfim! Passado. Agora, quando a olho, encolhida pela osteoporose da vida e "amainada" pela solidão da viuvez, com olhares e expressões a espaços tão infantis, só consigo ficar emocionada e dar-lhe o afecto de que sou capaz. Mas, amanhã não vou almoçar com ela! Vão os meus irmãos (com as famílias) e o meu filho. Espero não me arrepender de não fazer um esforço para largar tarefas de trabalho urgentes e de última hora...e ir também!
25 abril, 2007
festa rija sem foguetes
Eh lá! 25 de Abril? Só nesse momento dei conta da data. Nessa Quarta-feira era dia 25 de Abril! Acho que corei, comecei a mexer-me na cadeira, olhei impaciente em volta, sorri despropositadamente! Mais não devo ter despertado do que uns olhares admirados dos jovens da aula, que me viam mais como uma ave rara, já meio entradota e de um país periférico, do que outra coisa qualquer, digo eu. Não tinha ninguém a quem dizer HOJE É DIA 25 DE ABRIL!!!!!, assim, sem precisar de explicar fosse o que fosse!
Sem alternativa, contive-me! Só sosseguei vitoriosa no meu silêncio quando, acto contínuo, reparei na camisola VERMELHA* que tinha vestida! Fiquei tranquila, mesmo inconscientemente eu tinha dado conta do dia!
23 abril, 2007
"hoje está sol" - disse-me um amigo
(Com a devida vénia)
13 abril, 2007
Para mim hoje não é só Sexta feira 13
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
Álvaro de Campos, 15-1-1928
04 abril, 2007
Eles
_A quem te referes?
_Oh pá! Então, tás a ver, a eles, os, tás a ver, sempre os mesmos, tás a ver...
Eles existem? Claro que existem, mas seriam menos e estariam menos se nós fôssemos mais.
29 março, 2007
Jejum e abstinência do avesso
Ando a ficar cá uma hedonista!!! A continuar neste ritmo ainda acabo a pintar as unhas. Ou, quem sabe, num assomo de ousadia, a pintar os bêços.
26 março, 2007
Soneira (televisiva)
Ai ai, esta mediania deslavada...
Raispartam os 48 anos que têm uma cauda comprida cumó dianho(!).
Agonia(s)
Nem sequer tenho ilusões ... Afinal somos todos filhos do Caim. Mas...
O Agon que me agonia é aquele que só pressupõe ser primeiro, mesmo que ser um primeiro aldrabado em que aretê, excelência individual, fazer o melhor que se pode fazer...não entram na contabilidade do rumo do percurso desenfreado até ao lugarzito.
23 março, 2007
Quando até o sol mete dó....
Não me revejo na atitude derrotista com que se encaram os desafios colocados pelas dificuldades e mudanças do momento que vivemos. Vejo em alguns desânimos uma ponta de frustração e de permanência em hábitos de acção já há muito solidificados. Vejo em alguns desalmados uma atitude profundamente egoísta que os torna incapazes de pensar além da sua marquise (!).
Nota: Embora desanimados e desalmados estejam (momentaneamente?) "sem alma" a diferença é por demais evidente. Com os primeiros tenho compaixão e sou impelida a "espicaçá-los" a manterem-se em voo, a reanimá-los, mesmo que, pessoalmente, não ganhe nada com isso. Aos segundos perco-lhes o respeito. E como gosto de pessoas fico triste quando isso acontece. Lamento os "contentinhos de si", com raciocínios do tipo: pois, pois, está tudo muito bem, mas o meu lugarzinho ao SOL está garantido e quem está à sombra ou tem de ficar ao frio... olha, que tivesse es"gravatado"a tempo.
Porque carga de água logo havia eu de ter crescido com um entendimento da vida SOLidário? ....
21 março, 2007
idaevolta
...A tradução, quando levada adiante, é um instrumento potente de persuasão e conversão, pois permite aos participantes de uma comunicação interrompida explicarem vicariamente alguma coisa dos méritos e defeitos recíprocos."
" in A Estrutura das Revoluções Científicas, Thomas Kuhn, p.248/249
Mal comparando... (estou muito ciente da desproporção da comparação!!!!eheheh)
Dou-me conta de que tenho tentado ser uma tradutora. Inicialmente por intuição e recorrendo à linguagem dos afectos. Vou a Lisboa por desporto e volto ao Porto mais humana. De um certo ponto de vista sou mestiça. Diversidade? Sim, enriquece. Adversidade? Vá lá enrigesse (eu sou optimista...)
Ser ou não ser de Braga também é uma opção.
in Conversas com Manuel Castells, de Manuel Castells e Martin Ince, pp 91/92.
A (des)propósito
É vê-lo evoluir ao colo dos media. (Esta frase não é uma citação, muito menos sic!!!). Pois ele é um programa com o nome pretensioso de "Estado da arte", como se ali estivesse a cabecinha iluminada e única, capaz de fazer o balanço regular do que é importante. Pois ele é o amparo e a divulgação de qualquer suspiro que lhe apeteça dar. Pois ele é...
Nunca o suportei. É um produto de várias coisas mas também do nosso desleixo, da nossa omissão, da sua sobranceria, da sua demagogia... É daquelas criaturas que precisava de ir trabalhar nas obras, para poder matar a fome, para ver se aprendia a ter alguma humildade perante a vida e os outros. O tipo é perigoso. Porque a sabe toda e porque vivemos num tempo de desmobilização.
Nota: o título deste post é rebuscado, eu sei. Mas, acho interessante este significado da expressão "ser de Braga" - deixar as portas abertas.
19 março, 2007
É assim
15 março, 2007
Ciclos
Também na chegada ao fim é preciso ter dignidade. E não deixar definhar um espaço de vivências superiores por inércia, preguiça ou apego descuidado. E coragem para avançar por caminhos actualizados, ainda que os horizontes se mantenham na linha dos ideais estabelecidos há muito.
Os meus votos para o futuro vão no sentido de que a soma das vontades se transforme em vector de realizações originais porque o futuro (a)vós, a vós, (`) a voz pertence.
14 março, 2007
"derivado a" e outras derivações
No post anterior brinquei mesmo com a expressão "derivado a"... expressão que muito estimo (!) juntamente com outras, plenas de sabedoria popular, como por exemplo "controlar uma retunda"...Esta eu adooooooooro. Primeiro, porque se contorna muito melhor uma coisa que se controla e, depois, porque retunda, a bem dizer (!), aponta claramente uma primeira diferenciação no universo das vias de comunicação, muito útil para quem vai a conduzir num local que não conhece. C'os diabos, existe a REcta e a REtunda!!!!!
Ehehehehe
É melhor parar com este galope sobre as palavras e as expressões. Sim, logo eu que tenho andado cheiinha de parcimónia (também gosto de parcimónia eheheh).
Não, não tomei nada de anormal. É mesmo só efeito do sol que se instalou desde a semana passada.
A menina de sua mãe
Ressalvas feitas, o que ressalta da minha convicção acerca da Seg. Social? Um modo de funcionar burocrático e cheio de rodriguinhos pouco compatíveis com a natureza da função, com as características da actividade. Nota-se, nomeadamente pelos penteados das senhoras e pelas gravatas dos senhores. Que me lembram demasiado as alcatifas dos gabinetes e sugerem mais calos esferográficos nos dedos das mãos (agora mais calos computacionais) do que calos nos dedos dos pés e solas gastas onde as coisas acontecem (1). (É possível que o "sistema" estimule isto. Não digo que não.)
Então não é que a Segurança Social foi apanhada desprevenida com a rapidez da decisão do sistema judicial relativamente à menina raptada no Hospital de Penafiel?
...Que não pode ser assim... Que é uma família de risco... Que é preciso tempo...Que não estavam à espera de uma decisão tão rápida...
Mas não é uma família de risco desde há muito tempo? Não o sabem, pelo menos, desde que a menina foi raptada?
Será que uma mãe pobre sofre menos do que uma mãe que o não é?
Uma coisa é a entrada da menina na sua família não ser imediata porque é melhor para a menina fazer uma transição menos abrupta (e decerto a mãe sustem a sua angústia se isso for bom para a filha) outra coisa, bem diferente, é a menina não poder ir para a sua família porque é preciso tempo para criar condições de habitabilidade na casa, etc. etc. etc....
(1) Há um aspecto que eu sinto mas não sei explicar muito bem. Tem a ver com a formação inicial dos "técnicos" da Seg. Social e com a cultura que se vive nas instituições que ministram essa formação inicial. Mal seria que, de avanço em avanço para se formarem licenciados (leia-se Dr's) em escolas mui superiores em que os docentes têm de fazer carreira académica (huggggg), se chegasse a um conjunto de pessoas para quem o trabalho no campo... é desinteressante, suja muito e é desagradável, entre outras coisas "derivado" ao nível das pessoas com quem tem de se conversar.
Publish
08 março, 2007
Não sei titular isto (revisto, ou seja, com umas mudançazitas no visual)
Não percebo rigorosamente nada de economia nem de finanças. O mundo das acções, das bolsas.... aparece-me como qualquer coisa de que me sinto visceralmente afastada e incapaz de algum dia compreender. Porém, como qualquer acompanhador de telenovelas, fui seguindo (de longe, é óbvio) a odisseia da sonaecom na direcção (cavalgada) da PT. Lá ouvi o resultado final sem entusiasmos (se não compreendo como posso entusiasmar-me?). Contudo, qualquer coisa me chamou especialmente a atenção. A pressurosa afirmação de um Ministro a realçar a neutralidade do governo.
By the way
Eu não acredito em neutralidades. Acredito numa posição sensata que obriga a equidistâncias avaliativas, a ter em conta os diferentes pontos de vista. Acredito que é bom não ver o mundo a preto e branco. Creio que é igualmente útil não "emprenhar" pelos ouvidos. Aposto em cautelas de julgamentos e tomadas de posição. Mas, ponderado o que há que ponderar, não acredito mais em neutralidades. Mesmo que nos calemos... quando se calam umas coisas, promovem-se outras. (E entendo que muitas vezes o silêncio pode ser uma forma eloquente de tomar posição. Melhor dizendo, nem sempre é exigido muito barulho para que se tome posição).
Quando aparece o discurso da neutralidade recordo-me sempre de um amigo que há muitos muitos anos dizia acerca de um partido que, nesse tempo, fazia questão de se posicionar rigorosamente ao centro: "tão rigorosamente ao centro ... como o olho do...".
PS: Não, não me esqueci que hoje é dia internacional da mulher.
01 março, 2007
O real
...Conjugar a realidade e a possibilidade é a grande arte da invenção. A sua integração impede-nos de cair na mera fantasia."
in Ética para Náufragos de José Antonio Marina, 30/31
21 fevereiro, 2007
Sabática
04 fevereiro, 2007
SIM
Por tolerância, não queremos significar a largueza de coração, mas acima de tudo, a largueza - possível - da compreensão."
Eu voto SIM no próximo dia 11
02 fevereiro, 2007
Adivinha
Ó que lindos amores que tenho!
Ó que lindos!
Ó que ingratos:
Andam por dentro das botas
e por fora dos sapatos.
in Adivinhas populares portuguesas de Viale Moutinho, Editorial notícias.
Que é?
(ehehehe... os tornozelos, claro...)
Pão com manteiga
"Nem sempre o pecado mora ao lado; gasta-se um dinheirão em transportes"
"O pecado da carne está na pele e no osso"
"A gula é um pecado mortal; a fome também"
in Pão com Manteiga (livro editado a partir do programa da rádio comercial com o mesmo nome, nos idos anos 80).