30 dezembro, 2007

acontecido

Não cultivo os balanços. Fico tonta, ourada como se diz no sul. Contudo, sugestionada pela leitura do jornal, dei comigo a pensar qual seria, para mim, o acontecimento caseiro do ano que agora acaba. Normalmente hesitante em relação a (quase) tudo, auto-surpreendi-me com a certeza rápida da escolha.
Em boa verdade, o acontecimento do ano, para mim, foi a condenação de um fulano e de uma sicrana, de uma instituição universitária, a pena de prisão por ABUSO DE PODER. Bem sei que é uma gotícola de água no mar de abusos, prepotências, aproveitamentos, corrupções e ... que grassam por este país. Mas, sem gotas não há copos que transbordem. E, já era tempo destes (des)temperos não serem só reconhecidos nos autarcas e nos presidentes dos clubes de futebol. Eu sei que é simbólico mas, ainda assim, muito importante, porquanto, a persistir esta mentalidade e este sentido de impunidade em Portugal, não há sabonária nem barrela que nos tornem definitivamente num país civilizado e culto. Nem que as sabonárias e as barrelas sejam presidências europeias catitas e cimeiras europóqualquer coisa muito pragmáticas.

1 comentário:

Manuel Veiga disse...

ah,também "embirras" com presidências e cimeiras?!...

olha, já somos dois!...

... aprecio que descubras sinais de esperança nas "pequenas coisas". como essa da condenação por abuso de poder.