21 março, 2007

Ser ou não ser de Braga também é uma opção.

"A política, vista como um processo que dá acesso às instituições governamentais, abarca a capacidade para influenciar a sociedade de uma forma que beneficie alguns actores em deterimento de outros. As questões são complexas, mas parece-me que têm dois princípios fundamentais. O primeiro é que, numa sociedade em rede, a política é a política dos media. Os media não são precisos apenas quando há eleições para ganhar. São durante todo o tempo o pano de fundo, o espaço público onde o poder é jogado e decidido. A outra regra é a de que a arte da política está sempre no centro. A dinâmica de todos os sistemas políticos leva a que existam dois campos e é no centro que eles competem. Cada um tem garantidos os votos dos seus apoiantes, pelo que a competição é pelos 10% que sobram. Isto significa que as posições tradicionais dos partidos são sempre diluídas, e a política que é vista como sendo determinada por uma ideologia única está condenada à derrota."
in Conversas com Manuel Castells, de Manuel Castells e Martin Ince, pp 91/92.

A (des)propósito

É vê-lo evoluir ao colo dos media. (Esta frase não é uma citação, muito menos sic!!!). Pois ele é um programa com o nome pretensioso de "Estado da arte", como se ali estivesse a cabecinha iluminada e única, capaz de fazer o balanço regular do que é importante. Pois ele é o amparo e a divulgação de qualquer suspiro que lhe apeteça dar. Pois ele é...
Nunca o suportei. É um produto de várias coisas mas também do nosso desleixo, da nossa omissão, da sua sobranceria, da sua demagogia... É daquelas criaturas que precisava de ir trabalhar nas obras, para poder matar a fome, para ver se aprendia a ter alguma humildade perante a vida e os outros. O tipo é perigoso. Porque a sabe toda e porque vivemos num tempo de desmobilização.

Nota: o título deste post é rebuscado, eu sei. Mas, acho interessante este significado da expressão "ser de Braga" - deixar as portas abertas.