31 julho, 2010

música bonita


Elgar, concerto para violoncelo, 1º andamento, violoncelo: Jacqueline Du Pré, Maestro: Daniel Baremboim

Pode não ser música de tempo de praia mas foi o que me calhou neste fim de tarde. Fruam-na, c' um camandro!

sábado de manhã (119)





Botero, Fernando
femme au lit
(1999)





Por lapso repeti a senhora, como se pode verificar indo ao sábado de manhã (109).

30 julho, 2010

cadeiras prendadas (3)






Van Gogh, Vincent
cadeira
(1888,Dezembro)






Ninguém está sentado
mas adivinha-se o homem angustiado.

Carlos Drummond de Andrade, farewell, 29

porém, abraça-me bem


Né Ladeiras, todo este céu (Fausto)

Deixo-vos com todo este céu na voz bonita da Né Ladeiras, outra voz de que sempre gostei. E é para ouvir, estão a ler? Na minha modesta opinião é uma interpretação muito boa de uma canção já de si muito bonita. Depois não digam que não avisei! Balhamedeus :)))))

[Retirei o poema porque dei conta que estava com gralhas. Fui à procura do meu CD para a copiar manualmente, mas num dei com ele...]

declarações da advogada de Charles Smith e Manuel Pedro



No seguimento do que disse aqui, as palavras da advogada fazem sentido.

29 julho, 2010

mas que respa de incompetência é esta?

Eu bem sei que a um blog pititi como este não compete meter-se por caminhos que não domina, de que não sabe nada além do que lhe querem dizer e tal.  Ainda assim: eu se fosse procuradora do MP começava a pensar seriamente em reciclar-me. C' os diabos: não tiveram tempo para diligências que consideram essenciais? Mas que respa de incompetência é esta? Foram pressionados ao ponto de ser preciso salvaguardarem-se com queixas (para memória futura)? Mas que respa de incompetência continua a ser esta?

Adenda: competência em sentido amplo, nomeadamente no que significa de rigor no exercício específico do seu ofício, sem se alienarem do sentido daquilo que fazem, reportando-se à dimensão técnica e à dimensão ética. Dimensões que não se podem separar, como é óbvio.

palavras (2)

Tal como disse aqui, há mais de um ano, era minha intenção colocar aqui palavras que caíram em desuso. Algumas serão meros regionalismos, outras até poderão ser corruptelas. Para o caso não me parece importante. E, assim sendo, será um gosto acrescentar palavras de outras regiões, à minha lista Mandem-mas por e-mail, se entenderem, que eu depois publico-as com a devida referência.
A apresentação é feita sob a forma de pergunta. Aguardo impacientemente a resposta na caixa dos comentários. A pergunta não é retórica. É mesmo para responderem.
- Sabe o que significa ressa?

com açucar, com afeto


Chico Buarque e Nara Leão, com açucar com afeto

Com açúcar, com afeto
Fiz seu doce predileto
Pra você parar em casa

Qual o quê
Com seu terno mais bonito Você sai, não acredito
Quando diz que não se atrasa

Você diz que é operário
Sai em busca do salário
Pra poder me sustentar

Qual o quê
No caminho da oficina
Existe um bar em cada esquina
Pra você comemorar
Sei lá o quê

Sei que alguém vai sentar junto
Você vai puxar assunto
Discutindo futebol

E ficar olhando as saias
De quem vive pelas praias
Coloridas pelo sol

Vem a noite e mais um copo
Sei que alegre 'ma non troppo'
Você vai querer cantar

Na caixinha um novo amigo
Vai bater um samba antigo
Pra você rememorar

Quando a noite enfim lhe cansa
Você vem feito criança
Pra chorar o meu perdão

Qual o quê
Diz pra eu não ficar sentida
Diz que vai mudar de vida
Pra agradar meu coração

E ao lhe ver assim cansado
Maltrapilho e maltratado
Ainda quis me aborrecer

Qual o quê
Logo vou esquentar seu prato
Dou um beijo em seu retrato
E abro meus braços pra você

reflexão






Munch, Edvard
puberdade
(1895)











Jogar de cor com a cor, corresponder
Com traço firme, pincelada rigorosa,
Sair do limbo do deve e do haver,
Saber dizer sem falar de verso ou prosa.

Banhar de luz, ser sol de qualquer ideia
Cortar com sombra o que for mais que real
Proporcionar o mundo novo que medeia
Entre sentir, querer bem ou querer mal.

Rasgar de raiva a vermelho o coração
Ou amainar os elementos com um véu
De verde manso bege doce azul do céu.

És tu pintor que me dás a tua mão
P´ra eu ver contigo. Essa arte é só tua
Que me faz, sem querer, ver-me tão nua.

(a propósito do "um" quadro de Munch, so long ago...)

28 julho, 2010

1982 já foi há muito tempo


Teresa Silva Carvalho, mas que fresca mondadeira (RTP, 1982) de Francisco Martins Ramos e Vitorino

Deixo esta fresca mondadeira na voz quente da Teresa da Silva Carvalho, voz de que sempre gostei.

[Em particular para os alentejanos militantes. Para os que lá nasceram, os que o adoptaram e aqueles que, como eu, embora de longe, gostam muito do Alentejo]

:)))

calor







Ledgerwood, Judy
hot sun cool shade
(2010)










VERÃO

Era verão, pela varanda entrava
a madura ondulação do trigo,
o grito lancinante dos pavões,
o cavalo na sombra ardendo em cio.

Eugénio de Andrade, pequeno formato, 25


F. Mendelssohn, sonho de uma noite de verão, (abertura) - Direcção de René Leibowitz

27 julho, 2010

porque hoje é terça


Madredeus - Teresa Salgueiro, haja o que houver

Haja o que houver, eu estou aqui
Haja o que houver, espero por ti

Volta no vento o meu amor
Volta depressa, por favor

Ha quanto tempo ja esqueci
Porque fiquei longe de ti

Cada momento ? pior
Volta no vento por favor

Eu sei
Quem es para mim
Haja o que houver
Espero por ti

Ha quanto tempo ja esqueci
Porque fiquei longe de ti

Cada momento ? pior
Volta no vento por favor

Eu sei
Quem es para mim
Haja o que houver
Espero por ti

Eu sei, eu sei
Quem es para mim
Haja o que houver
Espero por ti
 
Pedro Ayres Magalhães 

26 julho, 2010

tour do bnb - mais etapas

Também eu gosto

Da beleza em poemas e imagens
De ler estas aventuras parentais
De me deliciar com esta e outras frinchas
De não perder esta escrita rigorosa e incisiva
Da ilha onde se publicam bons textos e boa música
De saber como está o tempo atmosférico em textos imprevistos
De ler poemas de autores brasileiros e de que não sei fazer link

:)))

manhã de segunda, mas uma boa semana (41)





Förg, Günther
sem título
(2007)









Emilio Aragón, Bach to Cuba, Orquestra Sinfónica de Tenerife

Aos veraneantes desejo que o tempo dure, dure, dure. Aos que, como eu, ainda não podem veranear, desejo que o tempo corra, corra, corra ... Boa semana meninas e meninos.

:))))

25 julho, 2010

reposições de verão

.





Granter, E. W.
humming bird











FIDELIDADE

Diz-me devagar coisa nenhuma, assim
como a só presença em que me perdoas
esta fidelidade ao meu destino.
Quanto assim não digas é por mim
que o dizes. E os destinos vivem-se
como outra vida. Ou como solidão.
E quem lá entra? E quem lá pode estar
mais que o momento de estar só consigo?

Diz-me assim devagar coisa nenhuma:
o que à morte se diria, se ela ouvisse,
ou se diria aos mortos, se voltassem.

Jorge de Sena, 1956


Jacques Brel, chanson des vieux amants

[Publicado em 24 de Maio de 2009]

há domingos assim (11)





Fox, Aaron Sing
summer day









Donovan, summer day reflection song


há domingos assim:

quentes,
quedos,
verdes, azuis, amarelos
e belos
por vontade
de não contar a saudade.


Um bom dia do senhor para todos. E estes improvisos são isso mesmo, mainada. :)))


Take 2:

há domingos assim:

quentes,
quedos,
dourados, azuis e verdes
também belos
se a vontade
não convocar a saudade.

Pensando bem até podemos fazer uma votação: qual é o menos mau?

24 julho, 2010

papoilas saltitantes: bem principiado







Schmersal, Peter
lampions 
(2008)







Sempre é melhor principiar assim, na partida de apresentação com a equipa do principado.  :)))))

___________________________________________________________________________________________

Polvices: posso enganar-me mas... será para mim uma surpresa se o meu FCP tiver sucesso este ano. Por sucesso entendo ganhar o campeonato. 

(ji)boiando







Mccoubrey, Sarah
swimming pool
(2005)





Em verdade, em verdade vos digo: está cá um dia! Vou ficar moidinha de tanto flutuar e, sobretudo, de tanto me mover na água, ajudando com os braços e as pernas. :)))

sábado de manhã (118)




Modigliani, Amedeo
nude with necklace
(1917)




[Ok. Tudo bem. Eu sei. Mas está taaaanto calor!]

23 julho, 2010

recomendação






Hyun, Hei Myung
chery blossom 2007
(s/ data)











Recomendação do JRD:


Jean Medelgui, le temps des cerises
Paroles Guy Thomas et musique de Jean Ferrat

telegrama


Zeca Baleiro, telegrama

desabafo





Botero, Fernando
equilibrista
(2007)








Não gosto de jogos de cintura. Entendo a maleabilidade como um reflexo da nossa compreensão das coisas, construída, também, a partir do ponto de vista do outro. Não aguento dissimulações. O cinismo perturba-me e os videirinhos tiram-me do sério. Evito, evito e torno a evitar. Mas quando não entendem a subtileza do comportamento, nem a elegância do trato, bato à porta e a cena é olhos nos olhos. Com calma, mas convicta, com abertura para relevar minudências, mas intransigente quanto ao essencial. É pegar ou largar. Não sei porquê normalmente pegam. Nestas alturas retiro o que digo muitas vezes e vejo que ainda vale a pena não abdicar de princípios e valores. Pode não se ir longe, mas vai-se fundo e é-se respeitado.

22 julho, 2010

tour do bnb - algumas etapas

Saboreei uma paixão fulminante
Diverti-me com este  momento sitemeter
Apreciei estas fotografias
Cantei este hino
Informei-me sobre o Tour
Sorri com este humor finíssimo
Com a fotografia percebi quase tudo
Olhós artistas para a festa
Horizontes e boa música
Passeio de Domingo

amores-perfeitos





Hills, Laura Coombs
pansies








Sem pão nem conduto resta-me deixar flores: amores-perfeitos. :)))

21 julho, 2010

passos em volta

Cada um tem as "causas fracturantes" que lhe alembra.

recreio

Candidatos alternativos do bnb à Presidência da República:

Defensor de Moura - Atacante de Serpa
Manuel Alegre - Aníbal Tristão
Fernando Nobre - Mário Vilão
Cavaco e Silva - Espinho e Picanço


Os dias têm sido rigorosos. Nota-se, não é? Só dá mesmo para brincar: é tudo gratuito. :)))

bom proveito






Campa, Paolo
cherry
(2008)












Antoine Renard, le temps des cerises Bobbejaan Schoepen e Geike Arnaert

Com o elevado patrocínio desta vossa criada do bnb. Sirvam-se à vontade. :)))

20 julho, 2010

reposições de verão







Koch, Paul
Eve and the tree of knowledge












EVA

Quando Eva andava nua pelo paraíso,
disfarçava o tédio à sombra das árvores, colhendo
as flores cheirando o seu perfume,
e pensando como seria bom ter um céu
para espreitar.

Um dia, uma dessas flores transformou-se em
fruto; e Eva levou-o à boca, trincou-o, provou
a sua polpa. Por um estranho efeito
de causa e consequência, o sabor da maçã
obrigou Eva a cobrir a sua nudez
com folhas e flores que passaram
a ser uma metáfora do corpo
que escondem.

Então, o pecado tornou-se uma simples
figura de retórica, e o sexo um exercício
de interpretação.

Nuno Júdice, a matéria do poema, ed, dom quixote, 42


Nina Simone, sinnerman

se fossem gambuzinos era grave, como são gaifanas já não é? (3)







Sarmento, Julião
regras de conveniência
(1988)







porque hoje é terça


Gal Costa, índia

Índia, teus cabelos nos ombros caídos
Negros como as noites que não têm luar
Teus lábios de rosa para mim sorrindo
E a doce meiguice desse teu olhar
Índia da pele morena
Tua boca pequena eu quero beijar
Índia, sangue tupi
Tens o cheiro da flor
Vem que eu quero te dar
Todo meu grande amor
Quando eu for embora para bem distante
E chegar a hora de dizer-te adeus
Fica nos meus braços só mais um instante
Deixa os meus lábios se unirem aos teus
Índia, levarei saudades
Da felicidade que você me deu
Índia, a tua imagem
Sempre comigo vai
Dentro do meu coração
Todo meu Paraguai
Todo meu Paraguai
Todo meu Paraguai

19 julho, 2010

manhã de segunda, mas uma boa semana (40)



Yanping, Yang
summer fragrance
(2004)




Emílio Santiago, perfume siamês

Mas que prazer te rever, que bom te encontrar
Ah! Nesses a vida te fez remoçar
Não, não precisa fingir, nunca foi o teu forte fingir praagradar
Pra mim o tempo passou, mas vamos sentar e sair da calçada
Sem colarinho e com fé, que é pra gente esquentar
Uma porção de filé e um conhaque do bar
Não, nunca vou me mudar, é a mesma casinha onde fomos morar
vê se vai me visitar, as coisas continuam no mesmo lugar
O salgueiro que você plantou
De chorar quase morreu, resistiu e cresceu
Mas o cão adoeceu, sentiu sua falta demais
E a roseira lá de trás, deu rosa e concebeu, sem espinhos umaflor
que tem seu cheiro e o meu.
Garçom me traga mais dois que é pra comemorar
Traz um traçado depois que é pro santo agradar
Não, não perdi a mania, ainda durmo fumando
Ainda queimo o colchão
Claro que lembro do dia, em que quase morri
E ninguém me acordava.
Nossos retratos de amor, eu não pude rasgar
Quando você se casou, pensei em me matar
Tua loucura foi tanta, casar por vingança só mesmo você
Mas não perdi a esperança
As coisas continuam no mesmo lugar
O salgueiro que você plantou...

Uma boa semana, perfumada com muitos e bons encontros. :)))

18 julho, 2010

há domingos assim (10)







Ledgerwood, Judy
tangarine sun and summer sea
(2010)

Mike Oldfield, tubular bells (1973)


Livrai-me, Senhor
De tudo o que for
Vazio de amor.

Que nunca me espere
Quem bem não me quer
(Homem ou mulher).

Livrai-me também
De quem me detém
E graça não tem.

E mais de quem não
Possui nem um grão
De imaginação.

Carlos Queiroz

[E a música hein? Ao tempo que não ouviam, confessem. O som desta versão de 1973 perde em qualidade o que ganha em significado.]

Um dia do senhor amoroso, imaginativo e gracioso.

17 julho, 2010

16 julho, 2010

sei lá, é vacância




Wegner, Hans J.
peacock chair
 (1947)




Eu quero muito ser ministro.  Contemplo a cadeira e suspiro poder representar o tipo de estado. Nunca mais independente, mais uma vez comprometido. Mostrar, agora e sempre, toda a minha abertura, tanta que só quero saber a pasta no momento de lhe pegar. Um sentimental, é o que eu sou. Pareça ou não, no fundo gosto de ser surpreendido. Danadas de saudades estas de poder mandar tirar fotocópias à vontade. Todavia, tenho de assumir: as eleições são uma estopada.  Gasta-se imenso tempo em feiras, negócio de que só fruo os sãodebaites da música zote. Ora, aturar tantas maçadas para, no fim, não quererem nada comigo, eriça-me bastante. Tanto que me atrevo a forçar a porta do cavalo. Sinto uma certa vacância, sei lá!

sinais de interrogação






Como uma orelha, abro-me
sobre um silêncio embaraçado...





Não ouvi bem o que disseste...






Alexandre O'Neill, divertimento com sinais ortográficos, abandono vigiado
[poesias completas 1951/1986, biblioteca de autores portugueses, INCM, 135-136].

4 non blonde, what's up?

Em tempo de muitas dúvidas, de muitas perguntas de respostas complexas, de caminhos que é preciso descobrir, questionar com rigor ainda será uma boa metodologia para chegar aonde valha a pena.

15 julho, 2010

reposições de verão







Jabaloyes, C.
autumn III
(2006)










Pablo Casals, Bach (suite nº1), violoncelo

[publicado em 24 de Setembro de 2008]

proteínas insuspeitas



Blhac, blhac. Eu bem que lhe notava um porém ... Ulha se ele fosse português.

(copiei daqui)

poucas palavras, mas muito em termos


Maria João e Bobby Mcferrin, improviso

É ouvir e ver minha gente!

14 julho, 2010

ar do mar





Fedden, Mary
sea breezes
(1991)








Charles Lloyd, the water is wide (vídeo de aluaflutua)

HÁ MUITO

Há muito que deixei aquela praia
De grandes areais e grandes vagas
Mas sou eu ainda quem na brisa respira
E é por mim que espera cintilando a maré vasa.

Sophia de Mello Breyner Andresen, mar, ed. caminho, 48

13 julho, 2010

17 muito lá longe


Juan Manuel Serrat, volver a los diecisiete

O António P. lembrou-se deste lá lá lá e eu pensei logo em volver a los diecisiete. :))))

cenas da vida real

 


Stuber-Pearson, Marguerite
two friends 




A cena passa-se ao fim da tarde de ontem, dia 12 de Julho de 2010, durante um exercício politicamente  incorrecto, em casa da minha queridíssima amiga M. - a fumar um cigarro na varanda. 
A conversa é trivial, sobre os afazeres de cada uma [a M. é uma excelente professora do ensino secundário, das que se desiludiu com as mudanças da ministra Mª de Lurdes Rodrigues] e algumas minudências caseiras, sempre com o sentido mais geral que conseguimos dar ao que dizemos.
A M. fala-me enfadada das papeladas que tem de preencher neste final de ano. Pergunto-lhe com calma: mas diz-me lá, no fim desses balanços todos, não sentes que a reflexão necessária para estrutuares o discurso escrito, te deixa alguma coisa além do cumprimento chato de uma tarefa burocrática? Ãh, ãh! E uma cara característica da expressiva M. diz-me que só a sua delicadeza natural a impede de me dar uma resposta torta. Percebido isso logo ao segundo ãh, reformulo a questão para saber se, no primeiro ano em que teve de preencher a papelada, não foi obrigada a arrumar as coisas, a reflectir sobre o que tinha feito de uma forma mais sistemática... Ãh, no primeiro ano talvez, mas nada de especial.  Ok. percebo, tu já és muito experiente, já tens muito conhecimento tácito acerca do teu trabalho. Mas, e os professores mais novos, não achas que lhes faz bem fazerem a avaliação do que se passou (ou não passou) na turma, nos projectos em que participaram? Ui, faz muiiiiito bem!, muito bem mesmo. Aaaah! acelera-lhes a experiência profissional, é isso, M? Mais uma expressão típica da M. e ambas percebemos que nos tinhamos entendido em relação a qualquer coisa que não era preciso nomear. A M. remata o assunto com o pragmatismo de quem precisa de muito tempo livre para sonhar: já acabei tudo, já mandei tudo.
...
_M. diz-me onde havemos de ir jantar. O J. faz hoje anos, não marcamos nada e não sei onde havemos de ir todos.
_O J. faz anos hoje? Então não é amanhã? 
_ Não, é hoje, dia 12.
_Como?  Hoje não são 11? 
_Não, 11 foi ontem, DOMINGO.
_Ah!, oh!, ah!, olha aqueles documentos foram todos com data de 11!
_ Deixa lá, não deve haver problema... Bem, olha o Sócrates ... estás a ver? É por isso que eu ... ponho sempre muitas reticências ...  Aqui fui eu que fiz uma cara das minhas, porque qualquer palavra seria a mais.
Seguiu-se um sorriso de menina rosada da M. sempre menina, enleado em algumas posições partilhadas com o BE e no seu coração rigoroso.

e ternamente


Sílvio Rodriguez e Pablo Milanés, Yolanda

Esto no puede ser no mas que una cancion
Quisiera fuera una declaracion de amor
Romantica sin reparar en formas tales
Que ponga freno a lo que siento ahora a raudales
Te amo
Te amo
Eternamente te amo
Si me faltaras no voy a morirme
Si he de morir quiero que sea contigo
Mi soledad se siente acompañada
Por eso a veces se que necesito
Tu mano
Tu mano
Eternamente tu mano
Cuando te vi sabia que era cierto
Este temor de hallarme descubierto
Tu me desnudas con siete razones
Me abres el pecho siempre que me colmas
De amores
De amores
Eternamente de amores
Si alguna vez me siento derrotado
Renuncio a ver el sol cada mañana
Rezando el credo que me has enseñado
Miro tu cara y digo en la ventana
Yolanda
Yolanda
Eternamente Yolanda
Yolanda
Eternamente Yolanda
Eternamente Yolanda

12 julho, 2010

manhã de segunda, mas uma boa semana (39)







Staël, Nicolas de
figure by the sea












René Aubry, chaloupée (vídeo de aluaflutua)

Uma boa semana e ouçam a música :)))

10 julho, 2010

sábado de manhã (116)






Bonnard, Pierre
woman sleeping in bed
(1899)

07 julho, 2010

pausa







Waldach, B.
pause
(2008)














Madahar, N.
cosmoses mixed X (positive)
(2007)





Sem férias e sem tempo. Até já!

antes da pausa

"Que haja diferentes modos, estilos ou formas de vida, o leitor estará sem dúvida de acordo. Pois bem, Aristóteles distingue três tipos: a vida voluptuosa, a vida política e a teorética. Os que escolhem a primeira órbita identificam a felicidade com o prazer. Aristóteles não se mostra condescendente com eles. "Os homens vulgares mostram-se completamente servis ao preferirem uma vida de animais". Desde Platão até Bertrand Russel que se repete a metáfora: "O porco deseja uma felicidade de porco." John Stuart Mill modificou um pouco a frase: "Prefiro ser um homem desgraçado do que um porco feliz". Aristóteles expõe um problema de grande envergadura, que já mencionei ao tratar os níveis de evidência. Em cada nível as evidências são irrefutáveis. O que é refutável é o nível. Para quem escolhe, como diz Aristóteles, a vida voluptuosa, falar-lhe de outro tipo de satisfação é quimérico. "...

José Antonio Marina, Ética para Náufragos, Ed. Caminho 172/173

* negrito da minha lavra

parabéns x 3






Scott, Bill
birthday flowers II
(2005)








Hoje é dia de flores: muitos parabéns ao A. ao R. e a I.

06 julho, 2010

comentário

Passa-se qualquer coisa com os comentários. Desaparecem quando tento publicá-los. Peço desculpa mas a minha conhecida nabice não me permite saber a razão e muito menos resolver o problema.

boa vizinhança (5)





Vallotton, Félix
on the beach
(1899






 
Espero que a Anamar do blog Mar à vista goste deste Vallotton e se sinta aconchegada como na praia da Figueira em dias quentes de brisas suaves. Façam favor de ir espreitar o mar da AnaMar e reparem como lá só há coisas bonitas. Eu vou sempre que posso e gosto muito. Beijinhos Anamar.

05 julho, 2010

manhã de segunda, mas uma boa semana (38)





LoCicero, Patrick
passion
(2009)






 
Elis Regina, romaria

É de sonho e de pó
O destino de um só
Feito eu perdido em pensamentos sobre o meu cavalo
É de laço e de nó
de gibeira, o giló
dessa vida comprida a solo

Sou caipira, pira, pora, Nossa Senhora de Aparecida
ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida

Sou caipira, pira, pora, Nossa Senhora de Aparecida
ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida

O meu pai foi peão, minha mãe solidao
Meus irmãos perderam-se na vida à custa de aventuras
Descasei, joguei,
Investi, desisti
Se há sorte, eu não sei, nunca vi

Sou caipira, pira, pora, Nossa Senhora de Aparecida
ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida

Sou caipira, pira, pora, Nossa Senhora de Aparecida
ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida

Me disseram porém que eu viesse aqui
Para pedir de romaria e prece paz nos desaventos
Como eu não sei rezar
Só queria mostar meu olhar, meu olhar, meu olhar

Sou caipira, pira, pora, Nossa Senhora de Aparecida
ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida

Sou caipira, pira, pora, Nossa Senhora de Aparecida
ilumina a mina escura e funda o trem da minha vida

[O melhor é nem começar a pensar no que esta romaria cantada pela Elis Regina me lembra... Balhamedeus!]

Uma boa semana, daquelas que ficam para mais tarde recordar ...  :))))

04 julho, 2010

é mesmo blandícia, sei lá





Nelson, Kenton
curiosity 
(2008)






O caso foi dado por encerrado. Segue-se uma voz suave e a puxar para a ironia, não vá o diabo trazer o boomerang para a conversa. Acha-se curioso e não há surpresa. Acho muito bem: a justiça não é para julgar embirrações pessoais, sei lá!

Nelson Ned, tudo passará (em castelheno e inglês - cosmopolita q.b.)

há domingos assim (9)






Harms, Robert
blued white
(2005)












Charles Lloyd, figure in blue

II

É um lugar ao sul, um lugar onde
a cal
amotinada desafia o olhar.
Onde viveste. Onde às vezes no sono

vives ainda. O nome prenhe de água
escorre-te da boca.
Por caminhos de cabras descias
à praia, o mar batia

naquelas pedras, nestas sílabas.
Os olhos perdiam-se afigados
no clarão
do último ou do primeiro dia.

Era a perfeição.

Eugénio de Andrade, branco no branco, 12

Um dia do senhor perfeito. :)))

03 julho, 2010

incentivo das flores






Kennedy, Cecil
summer









Deixo flores, quentes e bonitas. Sirvam-se.




Alemanha Argentina - pontos soltos

A este nível de competição opor racionalidade a criatividade, como se de duas entidades independentes e antagónicas se tratasse, não adianta nada para compreender o que está em causa. Chamar fria a uma equipa em que os jogadores comunicam entre si de forma eficaz e reúnem o essencial de cada um, num comportamento colectivo, para o objectivo comum ...  O quarto golo da Alemanha é racional e nada frio. Gosto do Maradona, mas as coisas são o que são. Agora vou ali ligar aos meus amigos alemães que devem estar eufóricos! 4 - 0 é obra! Bis bald.

Adenda:
Sempre gostei do Maradona. E sem ironias digo que ele continua a dar lições. Agora mesmo demonstrando que o discurso do criativo-criativo, prático-prático, sem teorias-sem teorias é mesmo só de quem só quer a brincadeira legítima que o futebol proporciona e mais nada. Não sei se me faço entender.

sábado de manhã (115)





Staël, Nicolas de
nu couché bleu
(1955)

02 julho, 2010

raios de talento


António Nóbrega, corisco

aqui falei deste folgazão-rabequeiro, dançador e cantor-brincante reconhecido.

beleza interior







Heard, Audrey
red tulips











Nick Lucas - tip toe thru the tulips

"Acabei agora de comer
um campo de tulipas
Não sei o que fazer
com tanta beleza nas tripas"

Jorge Sousa Braga, o segredo da púrpura [o poeta nu - poesia reunida, 142]

tem dias







Rush, George
darkness during the day
(2006)






há palavras escuras
quem as diz desaparece na noite
e declara claridade no espaço do desencanto

01 julho, 2010

convocatória

Que cada um divulgue (e participe) como puder esta iniciativa que tenta resgatar memórias importantes de tempos que são nossos na exacta medida em que não nos esquecemos dos seus protagonistas mais inspiradores. A acompanhar aqui.

ainda o problema das escutas

 



Hui, Tang
modern teacher

Deduzo que, para o presidente da Fenprof, ouvir não é uma atitude activa. Só falar.  Deduzo, ainda, que, quanto mais alto se fala mais activo se é. Imagino que, para este professor, um aluno activo é o que está sempre a falar. Poizé, o diabo (ou Deus, who knows) está nos detalhes, que nos traem de forma violenta. Eh pah,  também deduzo que as campanhas eleitorais espevitam a activação, não sei bem de quê, (uma ou outra questão) e a tentativa de perceber exactamente o que se passa. Isto de deduzir é mesmo como as cerejas... sem esquecer os caroços, que aqui no branquinho não há patrocínio que suporte a sua extracção prévia.

pitonisices




Wojtkiewicz, Dennis
lemon series 2




Eu leio estas declarações assim: comigo não há imprescindíveis.
É o que se chama fazer limonada com os limões dos outros. Chapeau!

sétimo mês do ano civil



Katano, Marc
July
(2009)



Água de Julho, no rio não faz barulho.