29 julho, 2010

com açucar, com afeto


Chico Buarque e Nara Leão, com açucar com afeto

Com açúcar, com afeto
Fiz seu doce predileto
Pra você parar em casa

Qual o quê
Com seu terno mais bonito Você sai, não acredito
Quando diz que não se atrasa

Você diz que é operário
Sai em busca do salário
Pra poder me sustentar

Qual o quê
No caminho da oficina
Existe um bar em cada esquina
Pra você comemorar
Sei lá o quê

Sei que alguém vai sentar junto
Você vai puxar assunto
Discutindo futebol

E ficar olhando as saias
De quem vive pelas praias
Coloridas pelo sol

Vem a noite e mais um copo
Sei que alegre 'ma non troppo'
Você vai querer cantar

Na caixinha um novo amigo
Vai bater um samba antigo
Pra você rememorar

Quando a noite enfim lhe cansa
Você vem feito criança
Pra chorar o meu perdão

Qual o quê
Diz pra eu não ficar sentida
Diz que vai mudar de vida
Pra agradar meu coração

E ao lhe ver assim cansado
Maltrapilho e maltratado
Ainda quis me aborrecer

Qual o quê
Logo vou esquentar seu prato
Dou um beijo em seu retrato
E abro meus braços pra você

5 comentários:

R. disse...

Pois claro, como só o Chico tão bem descreveria...

Maria disse...

É tão bonito... tudo!!!

:))

Sensualidades disse...

era mesmo o que me tava a fazer falta
Beijos
Paula

jrd disse...

Doçuras.

Rogério G.V. Pereira disse...

Qual o quê
Ela aceita resignada
Ser assim por ele tratada
Como um coração que não vê

(com este tipo de relação
não vai haver farrapos não!)

Linnnnnndo, como (quase) sempre!