
ESPERO
Espero sempre por ti o dia inteiro,
Quando na praia sobe, de cinza e oiro,
O nevoeiro
E há em todas as coisas o agoiro
De uma fantástica vinda.
Sophia de Mello Breyner Andresen




Mais um contributo para a leitura do discurso do PR no dia 25 de Abril no blog pulsardaqui
Não sei números sobre a avaliação do ensino nas várias áreas em Portugal, mas agora... toca tudo a estudar História. Estou mesmo a ver a discussão que por aí se vai fazer, a dar um salto de tesoura das questões da disciplina na sala de aula para a questão de falta de História na mesma sala.
O mais confrangedor é o Pedro Santana Lopes (PSL) não entender nada. Por isso não aprende. Lamentável. Não lhe desse para se atirar ao país e seria figura interessante para animar a malta. Assim, ser risível como ele é, e sem sentido das coisas, é triste, preocupante e desanimador. Ora bolas...
lembrete: crase* - (gramática) contracção de sílabas ou de vogais numa só.

De acordo com esta notícia de o público o sr. Seca de Estado Laurentino Dias devia mas é ir laurear o bilhar grande...
Cala-te, a luz arde entre os lábios
Tenho algumas "dislexias" inventadas por mim! Porque sim! Assim, sem saber ler nem escrever. Durante anos fazia um esforço tremendo para distinguir rissóis de croquetes. Eu bem "decorava", mas... Não fora o meu dedo indicador a apontar o mais discretamente que podia para o balcão e tinha de fazer figura ainda mais "esquisita" quando precisava de os nomear!
Arreganhar o dente "O que é preciso é gente
gente com dente
gente que tenha dente
que mostre o dente
Gente que seja decente
nem docente
nem docemente
nem delicodocemente
Gente com mente
com sã mente
que sinta que não mente
que sinta o dente são e a mente
Gente que enterre o dente
que fira de unhas e dente
e mostre o dente potente
ao prepotente
O que é preciso é gente
que atire fora com essa gente"
Ana Hatherly



Regressar ao corpo, entrar nele
" Mas se a ilusão cómica é uma ilusão de sonho, se a lógica do cómico é a lógica dos sonhos, é lícito esperar encontrar na lógica do risível as diversas particularidades da lógica do sonho. ...É difícil de ver, com efeito, que todo o jogo de ideias poderá divertir-nos, desde o momento que nos lembre, de longe ou de perto, o jogo do sonho.

Mário de Sá Carneiro
imagens

"Desgraçadamente, cada vez sentia a caneta mais perra. Sabia de há muito, desde que assumira dramaticamente o acto acordado de existir, que nunca o melhor do meu esforço, beneficiaria do usufruto dos hábitos. Diante de cada trabalho, por mais fácil e repetido que fosse, ficava atarantado como um principiante a ensaiar, na confusão e na dúvida, os primeiros passos. A tropeçar constantemente na originalidade fundamemtal dos seres e das situações, a exigir para cada experiência uma voz inédita, sem poder deduzir por analogia qualquer padrão invariável de conduta, e incapaz de utilizar em benefício próprio, os variados expedientes do êxito, só me restava a dignidade de ser lucidamente um eterno aprendiz".ora bem! ... (remato eu agora) rsrs
imagem: capa da 2ª edição de O Terceiro Dia , Miguel Torga
Ah! tenho duas edições de "A Criação do Mundo" de Miguel Torga...
um dos livros foi-me oferecido no verão...

1) um atleta ganha uma medalha... mais tarde prova-se que a ganhou em situação irregular e a medalha é-lhe retirada. percebe-se aqui justeza na sanção, adequação da medida punitiva ... percebem-se castigos (de natureza diferente) além de lhe retirarem AQUELA medalha, se for caso disso...
2)um atleta ganha uma corrida HOJE... meu caro, ganhou a corrida de hoje... mas como na corrida de há 3 anos cometeu irregularidades, fica sem a medalha da corrida de hoje...
pergunto: faz sentido?
A serem verdade, as medidas da FPF são disparatadas: nem o campeonato é o mesmo, nem o treinador é o mesmo, nem os jogadores são os mesmos...
oh pah! se for caso disso, castiguem os tipos (individualmente ou como SAD) mas não se vinguem no campeonato deste ano ...
imagem: Einstein (que me perdoe...)
Redacção a propósito do 1º de Abril
A mentira
A mentira é uma afirmação contrária à verdade que tem muitos irmãos e uma meia-irmã. A meia-irmã chama-se mentira por omissão. Os irmãos são a falsidade; a ficção, a ilusão, o juízo errado a indução em erro e a persuasão falsa. Em relação aos progenitores da mentira conferi uma tal promiscuidade, que não nomearei qualquer um.
A mentira tem umas primas proletárias chamadas galgas e outras camponesas apelidades de petas.
Em ambientes "mais sofisticados" existem familiares que usam o sobrenome simulação e até já ouvi dizer que um dos ramos da família, com manifesta snobeira, usa o sobrenome jogo de cintura. Familiares da mentira especificamente ligados à política também usam, por vezes, o apelido atoarda. Os parentes ligados ao mundo cor-de-rosa e "tanateiro" colocam o sobrenome boato. O ramo da família que usa boato no apelido contraria uma característica atribuída à família da mentira que é "ter perna curta". O boato corre depressa e muito. Há casos descritos na literatura que asseguram que uma mentira repetida muitas vezes pode passar a ser verdade, o que se torna muito confuso. Um caso sério, também, são as chamadas meias-verdades, que são umas "coisas" arraçadas de mentiras mas muito bem vestidas e tratadas, que estão bem na vida. Consta que quando as coisas começam a ficar pretas, as meias-verdades se aliam facilmente ao jogo de cintura e à simulação.
Menos significativos mas de registar são os ramos artístico e beato da família da mentira. O ramo artístico dá pelo nome de assobiar para o ar . O ramo beato assina-se adulação.
Quem tem um contencioso de longa data com a mentira é a insolência: a mentira não lhe desculpa que diga "certas verdades" sem cuidadinho nenhum.
A própria poesia pop registou o caso da relação estranha (e digo estranha não por serem ambas femininas, como é óbvio) entre mentira e verdade, na célebre quadra do António Aleixo que vou citar de memória:
"P' ra mentira ser segura
E atingir profundidade
Deve trazer à mistura
Qualquer coisa de verdade"
By the way:
Obviamente que não seria de esperar que aqui discorresse sobre "coisas" como: “verdade moral ”, “verdade ontológica”, “verdade metafísica”, “verdade gnosiológica”, “verdade lógica ”, “verdade semântica” ou quaisquer outras formas de “verdade”... quiçá a possibilidade da verdade... Ou?
Claro que não...até pareceria mentira ..rsrsrsrs
(Para não omentir, tenho de dizer que fui ao Priberam confirmar algumas coisas que aqui escrevi.)