Redacção a propósito do 1º de Abril
A mentira
A mentira é uma afirmação contrária à verdade que tem muitos irmãos e uma meia-irmã. A meia-irmã chama-se mentira por omissão. Os irmãos são a falsidade; a ficção, a ilusão, o juízo errado a indução em erro e a persuasão falsa. Em relação aos progenitores da mentira conferi uma tal promiscuidade, que não nomearei qualquer um.
A mentira tem umas primas proletárias chamadas galgas e outras camponesas apelidades de petas.
Em ambientes "mais sofisticados" existem familiares que usam o sobrenome simulação e até já ouvi dizer que um dos ramos da família, com manifesta snobeira, usa o sobrenome jogo de cintura. Familiares da mentira especificamente ligados à política também usam, por vezes, o apelido atoarda. Os parentes ligados ao mundo cor-de-rosa e "tanateiro" colocam o sobrenome boato. O ramo da família que usa boato no apelido contraria uma característica atribuída à família da mentira que é "ter perna curta". O boato corre depressa e muito. Há casos descritos na literatura que asseguram que uma mentira repetida muitas vezes pode passar a ser verdade, o que se torna muito confuso. Um caso sério, também, são as chamadas meias-verdades, que são umas "coisas" arraçadas de mentiras mas muito bem vestidas e tratadas, que estão bem na vida. Consta que quando as coisas começam a ficar pretas, as meias-verdades se aliam facilmente ao jogo de cintura e à simulação.
Menos significativos mas de registar são os ramos artístico e beato da família da mentira. O ramo artístico dá pelo nome de assobiar para o ar . O ramo beato assina-se adulação.
Quem tem um contencioso de longa data com a mentira é a insolência: a mentira não lhe desculpa que diga "certas verdades" sem cuidadinho nenhum.
A própria poesia pop registou o caso da relação estranha (e digo estranha não por serem ambas femininas, como é óbvio) entre mentira e verdade, na célebre quadra do António Aleixo que vou citar de memória:
"P' ra mentira ser segura
E atingir profundidade
Deve trazer à mistura
Qualquer coisa de verdade"
By the way:
Obviamente que não seria de esperar que aqui discorresse sobre "coisas" como: “verdade moral ”, “verdade ontológica”, “verdade metafísica”, “verdade gnosiológica”, “verdade lógica ”, “verdade semântica” ou quaisquer outras formas de “verdade”... quiçá a possibilidade da verdade... Ou?
Claro que não...até pareceria mentira ..rsrsrsrs
(Para não omentir, tenho de dizer que fui ao Priberam confirmar algumas coisas que aqui escrevi.)
12 comentários:
Parabéns prima, por este tema que tão bem trataste e que tanto anda a precisar de tratamentos vários. As curas não são fáceis e existem mesmo falsas curas, reincidências e casos que não dão esperança de qualquer possibilidade de recuperação. O problema é que a evolução natural de tais casos não é a morte do personagem, mas a morte da esperança com imensos efeitos colaterais para os povos.
mia:
são as minhas "brincadeiras"
saudades
Mau mau é quando sabemos que é mentira e está tudo tão bem mentido que até quase mentimos a nós próprios pondo a hipótese de não ser mentira.
[E as mentrastices? Lembrei-me por causa das tanatices].
É por isso que o b Shaw dizia que se divertia a dizer a verdade. Porque às vezes diverte mesmo.
oh Tinta
Tens razão...onde está tanatices deveria estar mentrastices... imperdoável da minha parte...
Ah! Bedeiras... grandes mentrasteiras me saísteis (oops! é assim que se escreve?)mas eu cada vez gosto mais de vos "verler"... Saudades também para vós.
E se fizessemos um blogue as 3 sobre mentrastices e bedeirices? Pia baixo pia cima, a estrebangar aqui e ali, a arrascanhar isto e aquilo...a azangar o que se possa...
:))
Hi! Ou-ou, somos mesmo desadreitas! Mas, por mim estou de acordo. Mais! Acho muito bem. Um blog para vender água sem caneco.
Credoincruz!
1)Temos de acertar o título.
2)fazer uma carta de intenções
3)esclarecer princípios de actuação
eheheheheheh
e sabem porquê?
Por "bia" dos bruxedos e p'ra não nos arrenegarmos e muito menos enguedelharmos...
Para o título já se está mesmo a ver que há sugestões:
"tanatices" (ou derivados, tanateiras etc..)
"mentrastices" (ou...mentrasteiras)
"tanatices & mentrastices" (interessante)
"bedeiras" (acho um MUST) "bedeirices"
"Gadanhas & foucinhas" (outro MUST)
"funiscas & chamiços" (tb é jeitoso)
"Sume-te dianho"
"credoincruz"
"lembranças d'antonte"
"antonte & tresantonte"
"imbelar os meninos"
Cá espero mais notícias ..Oh miaaa
Gosto de todos, tendo, contudo preferências.
Ainda me lembrei de:
Pincha no Crivo
Nestas Subconstâncias
Madalena Mouca
Incherum a telvisao cua Minha Bida
A toira do horário nobre
Meta pra casa num sabe cumo anda?
Enfim...delírios para se rirem e não para títulos
:)
Choro a rir...
"MAGNÍFICA" seria magnífico para o BLOG.
oh A Nica...ahahahah
Morro a rir.
Boa sugestão.. só tem um contra... era o meu filho ainda criança e um dia viu-a ... ficou com medo e durante uns tempos, sempre que passavamos de carro em Ferrós, o miúdo lembrava-se e não ficava lá com muito boa cara ...
Mas como foste tu desencabar essa ó Pulsante ehehehe
Tinta e Pulsante;
Em tempos (há uns 5 anos) eu e a mia falamos destas coisas e trocamos e-meiles supostamente falados neste "dialecto". Guardei umas tantas páginas... A mia escreveu a maior parte... e nota-se bem... (aqui não dá para por e, italico o que é dela, mas no qu eeu guadei faço a distinção)...
O que deu mais trabalho foi conseguir uma grafia que aproxime do som... fiz a correcção mais tarde, mas nem sempre é fácil e nem sempre o resultado é famoso.
Escolhi este bocadinho porque se adequa ao momento educativo (repito deste bocadinho a maior parte é da mia... o seu a seu dono...?
...
Ó moços ! stai quedos! Esta canalha d’agora é desadreita. Bulis in tudo. Ou-Ou ! raça de canalha! Num sabi star quedos nem um migalho! Num tendes quem bos dê a educação? E num m’arremedes olha qu’eu sou bem capaz de te dar cabo do focinho…
- Oh tia Maria num arremesse as crianças!!!
- Crienças? Mas que crienças? Isto é uña corja de malcriados. Bocê num bê eles a darim cabo da meda? Sempre na stroina é o que é. Se le dessi mais que fazer… Mas agora é que só bisto. Dom-les studos, dom-les boa bida e é o que se bê. Credo in cruz qu’eles som cum’ó bento. Num páro com nada…
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