31 dezembro, 2010
ano bom
[composição feita no paint, a partir de fotografias daqui e das flores de Karen Tusinski]
P'ra todos um ano bom
[Que a cabeça não vos zonze]
Abraço do coração!*
Um grande 2011!
[*Para rimar leia-se com sotaque do Porto...]
26 dezembro, 2010
eleição acelerada
Durante esta semana peço a fineza, ou o obséquio, como preferirem, de escolherem as senhora(s) preferida(s). Se não gostarem de nenhuma, é só clicar na opção 8. Tudo na sondagem ali ao lado.
1
Fairey, Shepard
peace mujer
2
Gall, François
femme aux courses d’Auteuil
3
Li, Li
whispering garden
(2007)
4
Miró, J.
woman in front of the sun
(1950)
5
Modigliani, Amedeo
woman with a necklace
(1917)
6
Passos, Armanda
sem título
(2006)
7
Picasso, Pablo
woman in white
(1923)
Durante esta semana peço a fineza de escolherem as senhora(s) preferida(s). Se não gostarem de nenhuma, é só clicar na opção 8. Tudo na sondagem ali ao lado.
25 dezembro, 2010
24 dezembro, 2010
24 de Dezembro
Tenham dias que, de tão bons, sejam festivos.
Beijos e abraços.
:)))
côro dos rapazes de viena, stille nacht
23 dezembro, 2010
22 dezembro, 2010
cerca
Adams, Tracey
grey
Cinzento
Encontro partículas de cinzento em pensamento
ao afastar os olhos do interior
e não sei distingui-las das pedras
que vou colocando no muro
a pouco e pouco escondendo
os olhos que procuro.
Maria Sofia Magalhães, ciclo da pedra, I, se ficássemos por aqui devagar, edita-me, 23
21 dezembro, 2010
cena IN [VER NO post]
Deberdt, Christian
l'hiver
(2007)
Tenham um primeiro dia de inverno muito bom, mesmo que o tempo esteja mau. :)))
porque hoje é terça
Ivan Lins, Zizzi Possi, bilhete
Quebrei o teu prato, tranquei o meu quarto
Bebi teu licor
Arrumei a sala, já fiz tua mala
Pus no corredor
Eu limpei minha vida, te tirei do meu corpo
Te tirei das entranhas
Fiz um tipo de aborto
E por fim nosso caso acabou, está morto
Jogue a cópia da chave por debaixo da porta
Que é pra não ter motivo
De pensar numa volta
Fique junto dos teus
Boa sorte, adeus
Ivan Lins
Bebi teu licor
Arrumei a sala, já fiz tua mala
Pus no corredor
Eu limpei minha vida, te tirei do meu corpo
Te tirei das entranhas
Fiz um tipo de aborto
E por fim nosso caso acabou, está morto
Jogue a cópia da chave por debaixo da porta
Que é pra não ter motivo
De pensar numa volta
Fique junto dos teus
Boa sorte, adeus
Ivan Lins
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porque hoje é terça,
Zizzi Possi
20 dezembro, 2010
há dois anos, com gripe, não havia presépio...
Avery, M.
sheep
(1952)
Sem estábulo disponível, os problemas do branco no branco para realizar o seu presépio já eram tantos, que resolveu avançar para um campo tradicionalmente colaborante e não muito exigente, a ver se a "coisa" ainda teria pernas para andar. Mas, encontrou a ovelha, normalmente alegre, completamente amuada. Pois que está farta de andar sempre em rebanho, a fazer o que mandam os que se chegam à frente, apesar de ser branca tem uma costela de ovelha negra e não está para alinhar em cenas que, no fim de contas, quase se ficam pela pose para a fotografia tradicional.
_Chega de carneiradas! disse convicta! _ Não que eu seja ronhosa, que não sou, mas já tenho idade suficiente para não alinhar com gado sem pedigree! _E como eu há muitas mais! O que custa é sair do redil mas, assumida a saída, eu bem sei do que sou capaz. Ainda há ovelhas que sabem o que é a liberdade! Finalizou num tom entre o apocalíptico e o profético.
O tom, assaz desafiador, surpreendeu o branco no branco habituado que estava a ouvir os seus balidos, desalinhados é certo, mas sem consequências assim tão definitivas.
Por ora, o branco no branco não vê modos de remover esta ovelha do lugar em que se fixou, nem vislumbra palavras bonitas que a demovam da sua decisão actual e tão auto-determinada.
Ora, sem ovelhinhas, como pode haver presépio?
[publicado em 20 de Dezembro de 2008]
_Chega de carneiradas! disse convicta! _ Não que eu seja ronhosa, que não sou, mas já tenho idade suficiente para não alinhar com gado sem pedigree! _E como eu há muitas mais! O que custa é sair do redil mas, assumida a saída, eu bem sei do que sou capaz. Ainda há ovelhas que sabem o que é a liberdade! Finalizou num tom entre o apocalíptico e o profético.
O tom, assaz desafiador, surpreendeu o branco no branco habituado que estava a ouvir os seus balidos, desalinhados é certo, mas sem consequências assim tão definitivas.
Por ora, o branco no branco não vê modos de remover esta ovelha do lugar em que se fixou, nem vislumbra palavras bonitas que a demovam da sua decisão actual e tão auto-determinada.
Ora, sem ovelhinhas, como pode haver presépio?
[publicado em 20 de Dezembro de 2008]
manhã de segunda, mas uma boa semana (59)
Dung, Hong Vit
a taste of tranquility
(2008)
Drummond, Sally Hazelet
presence of the heart
(1962)
Elis Regina, aquarela do Brasil
... e que, particularmente esta semana, tenha o gosto da tranquilidade e o sabor do coração. :)))
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Elis Regina,
Hong Vit Dung,
Sally Hazelet Drummond
19 dezembro, 2010
papel de embrulho
Deixo papel de embrulho para todos, (enfim, as quantidades variam como compreendem) "feito" com o paint e um rato pespineta, no dia 1 de janeiro de 2010, e deixado aqui hoje, com uma lata dos diabos. :))))
Nota: Tenho mais papel. Se precisarem é só pedir. Fitas é que não posso deixar aqui, que é coisinha que eu não faço! :))))))))
Nota: Tenho mais papel. Se precisarem é só pedir. Fitas é que não posso deixar aqui, que é coisinha que eu não faço! :))))))))
aparentemente estou a ser mazinha e tal... (2)
Os rapazes que esperem pela demora, derivado a que o assunto não tem que ver só com as meninas! :)))
há domingos assim (26)
Zhang Jing Sheng
red flowers in golden autumn
dgwduv
Um bom dia do senhor para quem passa. E ouçam, ouçam que a alma até fica mais lavadita
M. Maisky, avé-maria de Bach/Gounod
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Zhang Jing Sheng
18 dezembro, 2010
estou que nem vejo
Estou que nem vejo e estou que nem posso. Perdi os óculos, de forma inacreditável, como inacreditável é o facto de os ter perdido segunda vez [um dia conto a história completamente inverosímil da primeira (refiro-me a um par concreto, entenda-se)]. Só que, agora, dentro de uma caixa preta, só pode ter acontecido uma coisa parecida com o seguinte: mudo para os óculos escuros quando entro no carro porque o sol me incomoda, coloco os óculos "brancos" na única caixa que uso já por causa das coisas, distraída deixo a caixa no colo, distraída continuo e saio do carro e a caixa cai ao chão e eu ... Não arranjo outra explicação. Que nerbos!
sábado de manhã (139)
Hofmann, Douglas
gold and silk
[Eu sei, eu sei... o espírito árvore de natal a irromper neste pacato sábado de manhã]
17 dezembro, 2010
vaso grande com flores
Bourne, Gertrude Beals
nasturtiums in brown pot
(c.1890)
Cores de fim de outono, no início do fim de semana, e no final deste dia. Bom descanso.:)))
sinto-me ... encavacada (especial)
Entre ficar encavacada e ficar enmariada, venha o diabo e escolha. (a partir do comentário do jrd)
16 dezembro, 2010
concurso ovelha de presépio (4) podium
Olhem só para a pinta deste podium. Vá, tudo a dar os parabéns à organização. 'Bora lá que a acta da deliberação do júri é de chorar a rir.
:)))
concurso ovelha de presépio (3)
Está oficialmente encerrado o concurso de Natal 2010, promovido pel' A Barbearia do Senhor Luís, com o tema ovelhas de presépio. O branco no branco, enviou a Mémé, com um raminho de flores, com a leve esperança de que o magnífico juri repare nela com um carinho muito especial. Diga-se que o concurso é já um sucesso, não só pelo número de participantes - 38 - julgo que um recorde, como pela qualidade e variedade de exemplares apresentados. Há para todos os gostos, de todos os tipos, numa revelação da pluralidade de mundividências, paradigmas, estilos e modos de estar dos clientes d' A Barbearia. Este sucesso deve tudo ao senhor Barbeiro e às colaboradoras, que disponibilizam um serviço diversificado, criativo, actual, definido e bem disposto. A exemplo de anos anteriores, o bnb espera uma boa classificação, para poder colocar no seu currículo, e um prémio ainda melhor, neste verdadeiro must natalício da blogosfera.
15 dezembro, 2010
gosto de quem canta bem-em-em-em, é uma coisa boni- i- i- ta
Côro do exército vermelho, barqueiros do Volga
Se a irmã E. tivesse acesso ao you-tube, no final da década de 60 do século passado, teria posto o coro do colégio a cantar esta bonita peça? E eu, uma das solistas, como me empenhava a modular a voz, de modo a recriar o ambiente desejado [0h lá iça, iça iça, ... iça iça lá]...Lembrei-me disto a propósito deste post da Ariel no seu Cirandando.
[Sim, para deduções [SÓ PARA EFEITOS DEDUTIVOS, MAINADA, QUE EU NÃO SOU DE CISMAR] sou do tipo do protagonista daquela história antiga, [muito antiga como à frente se verá], que ouve na rua um desconhecido dizer-lhe SENHOR! num tom bastante forte, como forma de o chamar a atenção para o encontrão que acabara de lhe dar e, meia hora mais tarde, lembra-se do assunto e pensa: alto lá... senhor? senhor dos passos - paços do concelho - conselho de Ministros - Ministro da guerra - Guerra Junqueiro - Junqueiro - Junqueira, Junqueira - Alcântara, Ancântara-mar, mar - mar alto - alto da serra - a serra fica perto do céu - o céu é azul - azul é cor da tinta de escrever - a tinta de escrever vem da linhaça - a linhaça põe-se no peito dos meninos quando são pequeninos, os meninos quando são pequeninos bebem leite - o leite vem da vaca, a vaca é "mulher" do boi! Ai o que ele me chamou!]
14 dezembro, 2010
13 dezembro, 2010
sinto-me... encavacada (2)
Pior do que a angústia do guarda-redes antes do penalty é a angústia recorrente depois da promulgação. É sempre desajustado tornar públicos estes desajustes entre a consciência e a caneta. No caso da promulgação da lei do financiamento dos partidos, como se deduz do que se diz aqui, o desabafo põe uma casca de banana na lei, para ver se ela se estatela no impacto da opinião pública e salta naturalmente do seu capote presidencial. Já neste caso foi uma punhalada seráfica (com uma almofada de sumaúma a ajudar) nas costas do seu eleitorado tradicional. Ou seja, se no primeiro caso promulgava contrariado a seguir deveria conter-se no desabafo. No segundo caso, pura e simplesmente não promulgava, por mais voltas que essa decisão implicasse. Mas a hipocrisia que é tentar agradar a gregos e atrair troianos até resulta nos lugares mais insuspeitos da sua comissão de honra.
colherada
Já se sabia que a crise ia ser amarga, mas não imaginei que o fosse literalmente. E a coisa é mais complicada do que pode parece à primeira colherada.
sinto-me ... encavacada (1)
Ainda a propósito das últimas intervenções do recandidato Cavaco Silva a PR: é dos casos em que eu não entendo como se pode esperar seja o que for além da falta de surpresa que é já sabermos que não se pode esperar nada daquilo que o país precisa. Nem entendo o argumento da estabilidade, por causa da crise. Uma coisa é estabilidade outra é a pobreza da mesmice.
manhã de segunda, mas uma boa semana (58)
Prudhoe, Lisa de
without exception III
Para todos, sem excepção, uma semana cheia de laços bons, livre de laçarotes, com papéis agradáveis e sem situações de embrulho. :))))
Viviane, cavalo à solta [projecto rua da saudade]
12 dezembro, 2010
avulsos
Nada que me espante, embora me entristeça. É pena que os princípios sejam colocados no altar da capelinha, esquecendo-se o altar-mor agregador do sentido da função cidadã.
Ando muito perplexa com esta coisa da Wikileaks porque não me é fácil entender tudo o que estará em causa. Ler este texto deu uma ajuda.
Uma verdadeira surpresa o anúncio da recandidatura deste enfant terrible. E diz o candidato ao que ainda é (e que já foi PM durante dez anos, embora não seja político] que os todos os cargos políticos são temporários. Ele há temporários de cada tamanhão!
Inteligente é este argumento para explicar a ilha formada pelos funcionários públicos dos Açores. Mas se a obra é supérflua, cara e dispensável como se pode sequer pensar em fazê-la?
Cadê as alemãs e as francesas? Estão a ouvir, senhora Merkl e sr. Sarkozy? Qual Rabbit qual carapuça, Jéssica (é) Augusto.
Uma verdadeira surpresa o anúncio da recandidatura deste enfant terrible. E diz o candidato ao que ainda é (e que já foi PM durante dez anos, embora não seja político] que os todos os cargos políticos são temporários. Ele há temporários de cada tamanhão!
Inteligente é este argumento para explicar a ilha formada pelos funcionários públicos dos Açores. Mas se a obra é supérflua, cara e dispensável como se pode sequer pensar em fazê-la?
Cadê as alemãs e as francesas? Estão a ouvir, senhora Merkl e sr. Sarkozy? Qual Rabbit qual carapuça, Jéssica (é) Augusto.
há domingos assim (25)
Stamos, Theodoros
infinity field (Lefkada series)
1971
Pau Casals el cant dels ocells
Encostas a face à melancolia e nem sequer
ouves o rouxinol. Ou é a cotovia?
Suportas mal o ar, dividido
entre a fidelidade que deves
à terra da tua mãe e ao quase branco
azul onde a ave se perde.
A música, chamemos-lhe assim
foi sempre a tua ferida, mas também
foi sobre as dunas a exaltação
Não ouças o rouxinol. Ou a cotovia.
É dentro de ti
que toda a música é ave.
Eugénio de Andrade, Branco no Branco
...de modo que desejo um bom dia do senhor a quem passa. Não saltem a música. Eu bem aviso.
[Este poema do Eugénio de Andrade foi o mote inicial deste belogue] :))))
11 dezembro, 2010
ferrugem e teias de aranha
Magritte, R.
dangerous liaisons
(1926)
É o candidato Cavaco Silva no casino (estas coisas também têm um lado simbólico) a dizer-se envergonhado com a fome e eu aqui no meu canto a sentir-me cada vez mais envergonhada com ele. Se alguém tiver um descaramentómetro submeto-me voluntariamente ao controle anti-descaramento, desde que não seja só eu a ser controlada. Há limites.
Adenda: Eu conheço a história da panela de barro e da panela de ferro, mas também sei que sabem que se deu esta coincidência. Depois de publicar este post dei com este, cuja ideia é exactamente a mesma, só que muito mais bem escrito.
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René Magritte
10 dezembro, 2010
cadeiras prendadas (4) [esta é tão prendada, tão prendada, que recebeu um Nobel]
Pesce, Gaetano
'nobody's perfect' chair
(2000)
uma cadeira vazia
foi aquilo que se viu
por causa da muita azia
daquele poder ao Liu
é a vida, esse lugar comum
Kulicke, Robert
flowers on a dark background
(1960)
Trabalhamos juntas num grupo de trabalho em representação das nossas instituições, mantendo, ao tempo, uma relação profissional amistosa. Em momentos de decisão, não raras vezes concertamos posições. Eu deixei o grupo há uns quatro anos e nunca mais soube dela. Há mais ou menos um mês, a propósito de uma outra tarefa completamente diferente da que nos tinha colocado no caminho uma da outra, lembrei-me de que a sua colaboração poderia ser interessante. Convite enviado, a resposta foi pronta e generosa. Ontem fui recebê-la à entrada. O seu ar airoso lá estava a sorrir, embora, logo no tempo dos primeiros olhares e das primeiras palavras, uma certa exuberância que eu lhe conhecia, reflexo do grande empenhamento que coloca no que faz, me parecesse um pouco domesticada. Na fracção de segundo destas percepções houve tempo para admitir que já lá vão quatro anos e que o tempo tem essa capacidade peculiar de, sem alaridos, nos amainar. - Como te foste lembrar de mim! Depois do meu agradecimento por ter vindo, o minuto que demoramos a chegar junto dos colegas que nos esperavam foi o tempo de um cancro declarado há um ano, operado em período recorde, com as sessões de quimio a recordarem que o espírito positivo ajuda muito mas não evita tudo ... Como é que tu te foste lembrar de mim?! Foi a pergunta insistente no fim dos trabalhos. Gostei tanto de ter vindo, como é que tu te foste lembrar de mim... Há coisas que não são para entender. Basta aceitá-las com humildade.
09 dezembro, 2010
novos modos de contar
Um vídeo leve e muito curioso que a Mónica do blog cem mil planos enviou por e-mail.
É para ver até ao fim!
É
que
realmente
É
que
realmente
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Luís Vaz de Camões
08 dezembro, 2010
rumor da noite na chuva das árvores
Lamb, Thomas
blossom trees in the rain at night
Brad Mehldau, when it rains
Árvore rumorosa
Árvore rumorosa pedestal da sombra
sinal de intimidade decrescente
que a primavera veste pontualmente
e os olhos do poeta de repente deslumbra
Receptáculo anónimo do espanto
capaz de encher aquele que direito à morte passa
e no ar da manhã inconsequentemente traça
o rasto desprendido do seu canto
Não há inverno rigoroso que te impeça
de rematar esse trabalho que começa
na primeira folha que nos braços te desponta
Explodiste a vida e és serenidade
e imprimes no coração mais fundo da cidade
e marca do princípio a que tudo remonta.
Ruy Belo, [cem sonetos portugueses, selecção organização e introdução de José Fanha e José Jorge Letria, ed. terramar,135]
07 dezembro, 2010
proeminência da função, cada qual toma a que pode
Fenn, Harry
the wise teacher
E se os advogados entendessem que a leitura e interpretação dos acórdãos não fazia parte das suas funções e, como tal, teriam de ser pagos à parte para fazerem esse favorzinho? E se os médicos exigissem pagamento diferenciado para interpretar os exames complementares de diagnóstico, porque isso não faz parte intrínseca das sua profissão e é um jeitinho que fazem ao doente? [Antes que me enviesem o juízo: eu disse pagos à parte, não insinuei, sequer, que o pagamento destas tarefas não seja incluído no pagamento geral a que têm direito].
A ver se nos entendemos: uma coisa é reivindicar condições dignas para exercer a profissão de professor, em todas as tarefas que a perfazem, outra coisa é mandar umas bazucadas nas pernas da profissão, dissociando-se [conceptualmente] de uma tarefa que faz parte intrínseca deste ofício e, pelo que me parece, é um dos redutos do exercício indiscutível da autoridade do professor. Mesmo sendo por motivos económicos, o ME atribui proeminência à função dos professores (ao incluir a correcção dos exames nas suas tarefas docentes - só eles os podem corrigir) e os professores (leia-se sindicato) parecem querer desvincular-se dessa atribuição, exactamente porque os motivos do ME não são os correctos. Nunca devem ter ouvido falar nas contradições do poder, nem na possibilidade de as aproveitar, neste caso, para o reforço da identidade profissional. Exijam-se horas extraordinárias se for caso disso, pagamentos à parte é que não. Vai dar ao mesmo? Mas parte de pressupostos completamente diferentes. No primeiro caso reforça-se a exclusividade do contributo que os professores dão à sociedade, logo reforça-se a sua importância como grupo profissional. No segundo caso esvazia-se esse contributo (se corrigir exames não faz parte das tarefas do professor, faz parte das tarefas de quem?). Mas isto… sou eu aqui a falar... que entendo que os professores devem ser pagos para poderem corrigir os exames e não corrigirem os exames para serem pagos.
A ver se nos entendemos: uma coisa é reivindicar condições dignas para exercer a profissão de professor, em todas as tarefas que a perfazem, outra coisa é mandar umas bazucadas nas pernas da profissão, dissociando-se [conceptualmente] de uma tarefa que faz parte intrínseca deste ofício e, pelo que me parece, é um dos redutos do exercício indiscutível da autoridade do professor. Mesmo sendo por motivos económicos, o ME atribui proeminência à função dos professores (ao incluir a correcção dos exames nas suas tarefas docentes - só eles os podem corrigir) e os professores (leia-se sindicato) parecem querer desvincular-se dessa atribuição, exactamente porque os motivos do ME não são os correctos. Nunca devem ter ouvido falar nas contradições do poder, nem na possibilidade de as aproveitar, neste caso, para o reforço da identidade profissional. Exijam-se horas extraordinárias se for caso disso, pagamentos à parte é que não. Vai dar ao mesmo? Mas parte de pressupostos completamente diferentes. No primeiro caso reforça-se a exclusividade do contributo que os professores dão à sociedade, logo reforça-se a sua importância como grupo profissional. No segundo caso esvazia-se esse contributo (se corrigir exames não faz parte das tarefas do professor, faz parte das tarefas de quem?). Mas isto… sou eu aqui a falar... que entendo que os professores devem ser pagos para poderem corrigir os exames e não corrigirem os exames para serem pagos.
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06 dezembro, 2010
concurso ovelha de presépio (2)
Encolhida e mirrada
Assim chego ao concurso
É que estou muito cansada
De aturar tanto urso!
Sou ovelhinha e tal,
[P' ròs chegados sou mé-mé]
A tratarem-m' assim mal
Já vão ver como é que é:
'inda deixo o meu labor
Leite e lã p' rà fatiota,
Armo-me em controlodor,
E vão ver como se nota.
Deixo flores p' ràs concorrentes
Com um mé-mé bem feliz
E parabéns pertinentes
P' rò nosso senhor Luís.
Este ano foi o que o branco no branco conseguiu arranjar para participar no concurso ovelha de presépio organizado pel' A Barbearia do Senhor Luís. A crise espalha-se minha gente... :))))
Entretanto espreitem lá, para verem a concorrência que é muita e criativa!
Participação do bnb no concurso "burros de presépio" (2009)
Participação do bnb no concurso "Baltasar de presépio" (2008)
Entretanto espreitem lá, para verem a concorrência que é muita e criativa!
Participação do bnb no concurso "burros de presépio" (2009)
Participação do bnb no concurso "Baltasar de presépio" (2008)
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