27 março, 2010

sábado de manhã (101)







Smet, Léon de
harmony in pink
(s/ data)

até já

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S. Szaggars, white harmonies (2004)

Muito obrigada  a todos pelos votos de boa viagem. Devo dizer-vos que o motivo da ida é trabalho, mas que fico mais uns dias para matar saudades da terra e dos amigos. Boa Páscoa e tudo e tudo e tudo. Até já.
[Deixei a senhoras dorminhocas de sábado de manhã prontinhas para entrarem.] :))))


Cantares alentejanos, vou-me embora, vou partir

26 março, 2010

está quase

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Kuo, G.
voyage









 
Hoje é dia de fazer a mala. Tantatralha, balhamedeus!


Fausto, o barco vai de saída

O barco vai de saída
Adeus ó cais de alfama
Se agora vou de partida
Levo-te comigo ó cana verde
Lembra-te de mim ó meu amor
Lembra-te de mim nesta aventura
P´ra lá da loucura
P´ra lá do equador

Ah! mas que ingrata ventura bem me posso queixar
Da pátria a pouca fartura
Cheia de mágoas ai quebra mar
Com tantos perigos ai minha vida
Com tantos medos e sobressaltos
Que eu já vou aos saltos
Que eu vou de fugida

Sem contar essa história escondida
Por servir de criado a essa senhora
Serviu-se ela também tão sedutora
Foi pecado
Foi pecado
E foi pecado sim senhor
Que vida boa era a de lisboa

Gingão de roda batida
Corsário sem cruzado
Ao som do baile mandado
Em terras de pimenta e maravilha
Com sonhos de prata e fantasia
Com sonhos da cor do arco-íris
Desvairas se os vires
Desvairas magia

Já tenho a vela enfunada
Marrano sem vergonha
Judeu sem coisa sem fronha
Vou de viagem ai que largada
Só vejo cores ai que alegria
Só vejo piratas e tesouros
São pratas são ouros
São noites são dias

Vou no espantoso trono das águas
Vou no tremendo assopro dos ventos
Vou por cima dos meus pensamentos
Arrepia
Arrepia
E arrepia sim senhor
Que vida boa era a de lisboa

O mar das águas ardendo
O delírio dos céus
A fúria do barlavento
Arreia a vela e vai marujo ao leme
Vira o barco e cai marujo ao mar
Vira o barco na curva da morte
Olha a minha sorte
Olha o meu azar

E depois do barco virado
Grandes urros e gritos
Na salvação dos aflitos
Esfola, mata, agarra
Ai quem me ajuda
Reza, implora, escapa
Ai que pagode
Reza tremem heróis e eunucos
São mouros são turcos
São mouros acode

Aquilo é uma tempestade medonha
Aquilo vai p´ra lá do que é eterno
Aquilo era o retrato do inferno
Vai ao fundo
Vai ao fundo
E vai ao fundo sim senhor
Que vida boa era a de lisboa.

Fausto

25 março, 2010

recensão crítica, mas pouco

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Hoje vieram aqui parar à procura de:

"coisas que são precisas e que não existem" - bolas, feitiçaria e ilusionismo aqui?
"dizeres antigos" - vão chamar senhora idosa a outra, sim? ...
"palavras em portuguesde portugal" - tem dias, embora às vezes me dê para as inglesices, nos títulos.
"jogos de beijos na boca tirando a roupa" - ops! o google deve andar baralhado, ai deve, deve.
"branco no branco" - é o que faz ter o nome de um livro do Eugénio de Andrade.
"hidrangeas" - é o que faz falar muitas vezes dos Açores!
"poema relatório" - o google assim acaba comigo!
"palavras que terminam em ento" -  tento, minha gente, tento!
 ... e mais

... e anda uma pessoa a criar um belogue p'ra isto...

resgate florido

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Tran Luu Hau
festive bouquet
(2007)







Estou redimida da seca do post anterior? :)))

24 março, 2010

rain parta a chuva

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Steir, P.
spring rain
(2006




Não importa agora as razões, atrasei a consulta do viajante. Por isso hoje tive de estar muito cedo no centro de saúde dos Guindais. Como não uso guarda-chuva - já devo ter confessado que os perco a uma velocidade tal que já há muito desisti de usar -  e fui de táxi porque sim e queria ser a primeira a chegar porque sim também e por isso pedi para me virem buscar cedo e como não havia trânsito porque fui cedo cheguei lá num instante e desatou a chover de uma maneira que não cabe na cabeça de ninguém e lá não há nem uma paragem de autocarro nem nadinha para a gente se abrigar e ou me ia meter numa pastelaria ainda longe e perdia a vez ou não perdia a vez e ficava ali a molhar-me e apesar de o "anorak" ter carapuço e ser comprido, a chuva era tanta que o impermeável começou a dar de si (deve ter sido da última lavagem a seco) e fui realmente a uma pastelaria mas voltei logo porque era uma estupidez ter ido tão cedo e perder a vez e depois descobri um cobertinho pequenino na porta de uma igreja das testemunhas de jeová e subi as escadas até lá, mas não via a rua e assim continuava o perigo de não ver chegar alguém e ia e vinha espreitar e a ficar mesmo ensopada e ainda faltava meia hora para aquilo abrir e passado um  bom bocado vi uma senhora a descer a rua que para quem não sabe tem escadas a partir de certa altura portanto não passam lá carros e ao ver a senhora desci logo e felizmente ela era do centro de saúde e finalmente lá entrei mesmo antes da hora e esperei...
Que alguém faltasse à consulta e assim aconteceu e antes do meio dia lá me despachei e como estendi o anorak em cima de uma cadeira da sala de espera já estava sequinho o que não foi bom nem mau porque ao meio dia fazia um sol que até parece mentira o que tinha chovido entre as 8 e as 9 da manhã.
Singing in the rain

activação geral (3)

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A contagem decrescente continua, agora mais tranquila com a greve desconvocada. Deixo aqui a cantora Mingas. Uma boa surpresa. Quem conhece recorda, quem não conhece, está sempre a tempo... Vão por mim. :))


Mingas, (marrabenta)
[retirei as imagens porque não sei de onde são]

liberdade de questão






Steckholzer, M. 
fragen
(2005)


"Há perguntas que não conseguiríamos superar se não estivéssemos, por natureza, dispensados delas".
F. Kafka, aforismos (ulmeiro, 17)
Grigory Sokolov (piano) rondo alla ingharese quasi un capricio
- op.129 Beethoven

23 março, 2010

xiiiiiii, ao tempo que eu não ouvia isto (1)

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Sergio Endrigo, canzone per te (1968)


La festa appena cominciata
È già finita
Il cielo non è più con noi
Il nostro amore era linvidia di chi è solo
Era il mio orgoglio la tua allegria

È stato tanto grande e ormai
Non sa morire
Per questo canto e canto te
La solitudine che tu mi hai regalato
Io la coltivo come un fiore

Chissà se finirà
Se un nuovo sogno la mia mano prenderà
Se a unaltra io dirò
Le cose che dicevo a te

Ma oggi devo dire che
Ti voglio bene
Per questo canto e canto te
È stato tanto grande e ormai non sa morire
Per questo canto e canto te

E quem não suspirou muito que suspire agora que mais vale tarde do que nunca e sem sentimentos de culpa porque isto não há-de ser só suspiros sinfónicos, jazzistícos, interventivos ou coisas assim menos  directamente ligadas ao tic-tac básico da nossa bombinha que faz circular o sangue e portanto faz com que o oxigénio chegue ao corpo todo ...

:))))

22 março, 2010

activação geral (2)

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A contagem decrescente continua apesar da greve dos pilotos me estar a complicar as coisas. Entretanto, aqui fica outro motivo forte de ligação a Moçambique - Mia Couto. Digitalizei a capa e a contracapa destas Vozes Anoitecidas, edição de 1987, com tiragem de 2.500 exemplares, que um amigo meu, moçambicano, me deu há mais de 20 anos. Lembro-me bem do meu amigo quase se ter desculpado porque o autor era  um amigo dele, que ninguém conhecia. Hoje, nem preciso de dizer mais nada. Gosto muito do Mia Couto e até já o confessei aqui.

[Quando estive no Maputo a primeira vez, em 1998, um amigo apresentou-me o Mia Couto, de quem eu já eu gostava muito. Eu que não sou nada de intimidações, fiquei tão emocionada que não me saíu palavra que se visse. Acho que se tivesse forçado a conversa, [também para responder ao ar de espanto do meu amigo, que estava perplexo comigo ali literalmente "especada"], me tinha desfeito num pranto bem mais embaraçoso. Emoções avassaladoras é o que é! Felizmente, durante essa estadia, voltamos a estar juntos e pude "vingar-me" do  meu silêncio quase absoluto do primeiro encontro.  Ainda nesse ano trouxe exemplares de uma edição moçambicana de "A varanda do frangipani" devidamente autografados e com dedicatórias personalizadas para as minhas amigas mais das letras :))) ]

Cliquem nas imagens para verem melhor a edição cujas ilustrações são de Miguel César.

manhã de segunda, mas uma boa semana (25)

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Bowling, F.
spring
(2004)








Apesar da primavera se apresentar com algumas dúvidas, eu não titubeio (eh lá, titubeio? acho que nunca tinha escrito esta palavra) a desejar a todos uma semana boa, sem meias-tintas e sem contornos ambíguos.

Camané [Humanos], quero é viver, António Variações

21 março, 2010

SLB vence a taça da liga

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Ting, W.
poppies






O SLB, cujo nome pop é Benfica, ganhou 3-0 ao FCP, cujo nome pop é Porto, deste modo ganhando o primeiro troféu da época, a taça da liga, [carlesberguecape!!]. Parece que o Porto não jogou tão mal que merecesse levar três sequinhos. Até os prós estão contra, é o que é e, este ano, baiserumberset'abias, bai bai!  O Pedro Pauleta entrega a taça.
Muitos parabéns às papoilas saltitantes que por aqui passam! :))))

Adenda: Jesus comove-se ao dedicar a vitória ao Pai!

final da taça da liga

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A. Jing, A.
red in love I
(2009)













A. Jing, A.
blue in love I
(2009)









Que ganhe o melhor e que o melhor seja o azul embora eu não esteja com grande "fézada" e fiquei irritada porque o Miguel Torrão entrevistou o líder dos super dragões na televisão raios poderiam ser pedagógicos e se as palavras dele não acrescentam nada então porque é que o fazem protagonista se já basta quando o bando é notícia por causa dos desacatos ...

há domingos assado :)

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Salvo
primavera
(2007)






Ficam aqui cores da minha satisfação com a visita do sol aconchegante e esperançoso. Bom dia do senhor! :)

há domingos assim (2)






Mazur, M.
early spring
(2000)











HÁ DOMINGOS ASSIM

(continuação)

Não há muito ainda se viam homens simplificados em vultos jogando
talvez ao chinquilho junto da fonte
havia o ruído da ronca agora estou só aqui nesta nova terra
nesta ponta de tudo com os pés nesta desmedida vontade de partir
mas não para aqui ou para ali nem para paisagens sabidas saídas das
páginas de romances
perdidos nos dias da infância nem para cidades distantes onde vivi talvez
oiça vozes de amigos
e devo alguns dias ter-me sentido bem respirar mais fundo num ou noutro
local
partir não para aqui ou para ali mas apenas partir afastar-me daqui
sentir-me ir estando mais longe cada vez daqui sem chegar a sítio
nenhum
caminhar descoberto ao longo dos primeiros caminhos da chuva
...
(continua)
Ruy Belo, toda a terra [I areias de Portugal], todos os poemas, Assírio e Alvim, 488-489

Vanessa da Mata, ir

E, para todos, um bom dia do senhor! :)))

20 março, 2010

nota administrativa

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Pratt, C.
spring coming over trout river pond
(2009)



Em termos administrativos, a Primavera começaou amanhã, hoje dia 21 20 de Março às 17h32m, instante a que ocorreu o equinócio (corrigido de acordo com quem sabe - o meteorologista - Obrigadaaaa). Por aqui é tanta chuva e tanto cinzento, que nem lembra!

sábado de manhã (100)




Lempicka, Tamara
tunique rose
(1927)

E vão 100! Número que me permite a liberdade de colocar este "Lempicka", mesmo não sendo seguro que a senhora esteja a dormir. [Outras Lempickas aqui publicadas].


Martinho da Vila, mulheres

E, para festejar o número redondinho, hoje também há música!
[Aceitam-se sugestões musicais mais adequadas]

É inevitável não me lembrar da Um Ar De, que entendeu de imediato o sentido do "sábado de manhã" e da Justine, da Juani, da Tinta Azul, do Duarte ... que a seguiram e, assim, me levaram a continuar. Depois, mais gente chegou, e aqui estamos todos, 100 sábados depois daquele em que acordei tarde e más horas, estremunhada e com sentimentos de culpa,  de tal modo que o confessei publicamente. O sábado de manhã (1) aconteceu sem a intencionalidade que foi ganhando. Hoje também sei programar a hora de entrada dos post e, acorde cedo ou tarde, a senhora dorminhoca faz parte das minhas obrigações blogueiras. A senhora dorminhoca ganhou vida própria e aparece independentemente do que se dorme por aqui. Bom sábado, bons sonhos.

19 março, 2010

é preciso ter alguma calma

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Ruyter, L.
age of indiscretion
(2005)







1) Posso estar a ver mal mas parece-me que Jaime Gama não está certo. Não tem a ver com nada poderem espiolhar o ecran dos computadores dos deputados na AR. O facto de o computador ser um bem público o seu uso é privado. Ou não? Que o bem público mereça cuidados especiais de quem o usa é outra conversa. Anda mazé tudo muito enervado. Episódios destes tomam proporções que não interessam a ninguém.
[Entretanto, desejo que nenhum jornalista se lembre de espiolhar o Jaime Gama quando ele usa o bem público que também é a casa de banho lá na Assembleia].

2) Até me condoí com o secretário de estado da educação, cujo nome não sei, quando Jaime Gama o repreendeu. Só vi o naco de filme que passou no noticiário mas, pelas imagens, pareceu-me que o homem se enervou e, pura e simplesmente, teve uma sucessão de brancas. Claro que ele devia estar preparado. Claro que sim. Mas incomoda-me sempre assistir a episódios em que alguém, com um estatuto superior, mesmo portador da razão inicial, desfaz uma pessoa que, momentaneamente, não está bem. Nota-se perfeitamente quando o desrespeito é desacato ou incapacidade. O sentido que colocamos nas nossas acções é determinante para a sua valorização.

eu não mereço isto, de certezinha que não

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Emin, Tracey
upset 
(2007)



Já passava das 16.30 quando recebi um mail que, em síntese, diz:
  • Neste momento não existe qualquer garantia que o voo do dia ... se faça.
  • A TAP ainda não definiu uma alternativa. Só garante que não cobra qualquer taxa se os passageiros quiserem antecipar ou adiar a viagem.
  • Resta aguardar até 2ª Feira e ...
  • Se tudo continuar na mesma, decide (eu..) se antecipa, cancela ou marca a viagem noutra companhia.
Bonito. Lá se me vai a activação geral. :((

have a nice day

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Casentini, M.
have a nice day (2008)

Com espaços de cores leves, cor-de-rosa, azul do céu, branco alvo, verde água, matizados pelo calor da cor de fogo e do rosa seguro de si. E o cinzento? Oh, é branco só um tantinho escuro.

18 março, 2010

activação geral (1)

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Chichorro, R.
oferendas
(2009)




Estou em contagem decrescente. Vou voltar ao Maputo, onde estive pela primeira vez  há mais de 10 anos. Enquanto não vou, sempre que tenha pretexto, deixo aqui motivos ligados a Moçambique, alguns dos quais me tocam pessoalmente. Hoje um quadro do Roberto Chichorro, de cuja pintura, de cores quentes e formas aconchegantes, gosto imediatamente.

diversão musical

 .

Galandum Galundaina, fraile cornudo

Já há uns tempos queria colocar aqui o grupo Galandum Galundaia, que descobri só no final do ano passado. Aqui fica. Fruam ou curtam, tanto se me dá! :))))

17 março, 2010

palavras maduras (2)

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Muths, J.
the meaning of green
(2008)








ROMANCE SONÁMBOLO

Verde que te quiero verde.
Verde viento. Verdes ramas.
El barco sobre la mar
y el caballo en la montaña.
Con la sombra en la cintura
ella sueña en su baranda,
verde carne, pelo verde,
con ojos de fría plata.
Verde que te quiero verde.
Bajo la luna gitana,
las cosas la están mirando
y ella no puede mirarlas.

Verde que te quiero verde.
Grandes estrellas de escarcha,
vienen con el pez de sombra
que abre el camino del alba.
La higuera frota su viento
con la lija de sus ramas,
y el monte, gato garduño,
eriza sus pitas agrias.
¿Pero quién vendrá? ¿Y por dónde?
Ella sigue en su baranda,
verde carne, pelo verde,
soñando en la mar amarga.

--Compadre, quiero cambiar
mi caballo por su casa,
mi montura por su espejo,
mi cuchillo por su manta.
Compadre, vengo sangrando,
desde los puertos de Cabra.
--Si yo pudiera, mocito,
este trato se cerraba.
Pero yo ya no soy yo,
ni mi casa es ya mi casa.
--Compadre, quiero morir,
decentemente en mi cama.
De acero, si puede ser,
con las sábanas de holanda.
¿No ves la herida que tengo
desde el pecho a la garganta?
--Trescientas rosas morenas
lleva tu pechera blanca.
Tu sangre rezuma y huele
alrededor de tu faja.
Pero yo ya no soy yo,
ni mi casa es ya mi casa.
--Dejadme subir al menos
hasta las altas barandas,
¡dejadme subir!, dejadme
hasta las verdes barandas.
Barandales de la luna
por donde retumba el agua.

Ya suben los dos compadres
hacia las altas barandas.
Dejando un rastro de sangre.
Dejando un rastro de lágrimas.
Temblaban en los tejados
farolillos de hojalata.
Mil panderos de cristal
herían la madrugada.

Verde que te quiero verde,
verde viento, verdes ramas.
Los dos compadres subieron.
El largo viento dejaba
en la boca un raro gusto
de hiel, de menta y de albahaca.
--¡Compadre! ¿Dónde está, dime?
¿Dónde está tu niña amarga?
¡Cuántas veces te esperó!
¡Cuántas veces te esperara,
cara fresca, negro pelo,
en esta verde baranda!

Sobre el rostro del aljibe
se mecía la gitana.
Verde carne, pelo verde,
con ojos de fría plata.
Un carámbano de luna
la sostiene sobre el agua.
La noche se puso íntima
como una pequeña plaza.
Guardias civiles borrachos
en la puerta golpeaban.
Verde que te quiero verde,
verde viento, verdes ramas.
El barco sobre la mar.
Y el caballo en la montaña.

Frederico Garcia Lorca


Patxi Andion, verde (homenagem a Frederico Garcia Lorca)

[aqui outro conjunto verde de palavras maduras]

[E boa sorte para o Sportém (SCP) que amanhã, quinta-feira, recebe o Atlético de Madrid, às 20.05h para um jogo da Liga Europa, a transmitir pela SIC, (está corrigido, Lino]

16 março, 2010

parece uma prece por causa do calvário da cláusula [título muito cacofónico "derivado" ao assunto... e com as minhas desculpas ao António Calvário que até está muito bem conservado para a idade]

 .
[Atrevo-me a sugerir o seguinte: botem o vídeo que está aí em baixo a funcionar e, entretanto, acompanhem a audição com a proposta de letra que se segue... hummmm quem é amiga, quem é?]

Senhora,
A teus pés eu confesso:
- senhora,
A cláusul' aprovei!
Senhora,
Se perdão aqui peço,
Não mereço!
Senhora,
Porque me demorei
E pequei!
Perdão,
No entanto eu te imploro!
Senhora,
Tu vê a minha intenção!
Eu sei que acabei c’o decoro
E eu choro
Senhora,
Com tamanha emoção!
Senhora,
Eu confesso o perjúrio de tantas campanhas!
Senhora,
Eu errei mas em Mafra
Dei-lhes uma lição!
Senhora!
Eu te lembro, senhora, as batalhas já ganhas
P’la nossa fixação!
Senhora,
A rolhita é catita, é linda a solução!
Amor
Tanto amor p’ la caluda jamais encontrara!
[Era tarde!
E o ratinho p’lo estômago passeava em redor!]
Senhora,
Este amor é mais duro que a jóia mais rara,
Que o mais puro ardor!
Senhora
O amor pela censura,
Não faria melhor!

 
António Calvário, oração (festival da eurovisão, 1964)

And now, a letra original:
.
Senhor,
A teus pés eu confesso:
- senhor,
Meu amor maltratei!
Senhor,
Se perdão aqui peço,
Não mereço!
Senhor,
Meu amor a desprezei
E pequei!
Perdão,
No entanto eu te imploro!
Senhor,
Tu, que és a redenção!
Eu sei que a perdi e que a adoro
E eu choro
Senhor,
Ao rogar seu perdão!
Senhor,
Eu confesso o perjúrio de tantas promessas!
Senhor,
Eu errei mas na vida
Encontrei a lição!
Senhor!
Eu t´ imploro, senhor, ó meu deus:
Não t´ esqueças da minha oração!
Senhor,
Ó bondade infinita, dai-me o seu perdão!
Amor
Por amor eu na vida jamais encontrara!
É tarde!
Caminho pela vida perdido na dor!
Senhor,
Este amor é mais puro que a jóia mais rara,
Que o mais puro amor!
Senhor
Se o amor é castigo,
Perdão meu senhor!

E, agora, só um nadinha a sério. Não sei o que é mais preocupante. Se:
  1. O conteúdo do que aprovaram.
  2. O modo como aprovaram o que aprovaram.
  3. As desculpas esfarrapadas que agora dão para não terem rejeitado o que aprovaram. 
Se isto se confirmar, acho uma parvoíce.

15 março, 2010

poeta diário

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Yan, M.
my poet
(1997)



Se nunca aqui referi expressamente o quanto gosto do que se escreve neste blog, tenho estado mal.

Ide lá ler as palavras claras, bonitas e generosas.

palavras arrolhadas

.
No meu modesto entender, a imagem aqui ao lado (que saquei do google) sintetisa muito bem a mensagem do finado conclave de Mafra. Rolhas para garrafas com o líquido requisitado pelo popular autarca das Caldas? Será? Sim, são rolhas senhoras e senhores, meninas e meninos, damas e cavalheiros, mas não são simples rolhas. Além de rolhas, protectoras de golfadas indesejáveis, elas são o disfarce de poderosíssimos dispositivos USB. Sob a aparência seráfica da protecção, está o disfarce perfeito para calar a palavra em sítios menos convencionais e onde, até agora, não se tem colocado a sua aplicação. Palavras capazes de semear o contraditórios, levantar questões, indagar procedimentos, serão também contempladas pela rolha, que, assim, não se fica pelo arrolhar das palavras nos lugares do costume. Se lhes derem cortiça, não há-de tardar muito...

manhã de segunda, mas uma boa semana (24)

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R.Lichtenstein, water lily pond with reflections (1992)
[screen print enamel on processed and swirled stainless steel]







NENÚFAR

Um nenúfar flutua
na mesma água
que a lua

Jorge de Sousa Braga, fogo sobre fogo III
[o poeta nu - poesia reunida, assírio & alvim, 223]


Mayra Andrade, lua


Milton, luar do sertão

[Tenham uns dias bons, soalheiros, a ver se o bolor do inverno se começa a desfazer... :)))]

14 março, 2010

sem título [título branco]

.





Korty, D.
untitled (orange figure)
(2010)



... de tal modo que isto, no final, parece-me líquido: o último dia já não demora. Vamos agora ver qual dos piquenos é que fica.

just in case

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Molina, M.
kuriosity


Cheguei bem e cedinho. E gostei de ver o sol. Tenham um bom dia do senhor!  :))))

13 março, 2010

notícias completamente gratuitas (2) ou: tem pés (tade)

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Bourgeois, L.
feet
(1999)




Nem vos conto. Tantas vezes o cântaro vai à fonte que um dia a asa resolve lá ficar. Poizé! Tal e qual com as minhas vindas por estes lados. Ao fim de muitas viagens sem incidentes, hoje o voo foi cancelado, por causa do mau tempo. Nada que eu não pressentisse, tais o barulho do vento e o temporal durante a noite. Ainda assim, antes das 8 da madrugada, estava a fazer o check-in. Mas, passado pouco tempo o voo é cancelado.  Informações suficientes depois, forma-se uma fila enorme para receber o voucher para o hotel onde poderemos passar o dia em P.D. A fila demorou a desfazer-se, até entrarmos no autocarro. Chegados ao hotel forma-se nova e interminável fila. Só uma funcionária para atender a catrefada de gente chegada ao mesmo tempo e atender telefones. Um teste à paciência de quem espera.  Muito tempo depois, cartão na mão, subo até ao 5º andar, aliviada por poder estar à vontade e aceitando com naturalidade que com os elementos não se brinca, muito menos quando estão muito exaltados. Cartão na ranhura da porta, abro-a e... só vejo uns pés muito brancos a remexerem-se na roupa da cama e, nas fracções de segundo que separam a "visão" do decidido fecho da porta, ainda percebo mais dois. Pode isto acontecer? Voltei à recepão alvoroçada, nauseada, a chorar de tanto rir, embora a cena seja confrangedora. Nervoso miudinho, é o que é. Coloquei a questão à senhora da recepção de tal modo que, entre mil pedidos de desculpa, me atribuíu um quarto que, ou eu me engano muito, ou deve ser o melhor do hotel. Francamente! E logo tinha de me acontecer a mim! [Digo isto assim porque não me pareceu que eles, os pés, tivessem dado realmente conta].

[Entretanto, há a possibilidade de viajar ainda esta noite para Lisboa, dormir a correr num hotel e de manhã bem cedo apanhar um voo para o Porto. A ver vamos.]

[Adiantou-me bem ter marcado o voo para hoje de madrugada, para aproveitar o voo directo para o Porto, e prescindir de ficar o fim-de-semana ... Balhamedeus!]

:)))

sábado de manhã (99)

.



Blanck, S.
EV Sleeping
(2007)

12 março, 2010

notícias completamente gratuitas

 .
O dia soalheiro foi o de ontem.
Hoje foi um dia sem sol, quase sem chuva e com muito vento.

Cuidei que tinha o post publicado e ele quietinho no rascunho...
Com as coisas das tecnologias sou tão cinzentona como o dia de hoje! 

Deixo aqui a senhora dorminhoca dos sábados de manhã, com guia de marcha, porque, amanhã às 8.50h, da minha parte, ala que se faz tarde... Razão pela qual, tenho de me levantar antes das 7 horas da madrugada...
Já estou com mau humor só de pensar... Quem me mandou escolher este voo só porque é directo?  Porque é que não fiquei para domingo e, depois, gastava quase o dia todo a ir dar uma volta à capital do reino que, em estando dia de sol, até é muito bonito sobrevoar?

[Que seria do mundo sem estas minhas notícias... haja paciência, não é? ]
[Fazer o quê? Tem dias...]

:)))

a luz e o mar

.





Wmberley, F.
the light, the sea
(1989)



E o dia amanheceu soalheiro.
:)))


Orquestra Regional Lira Açoriana, 4 temas acoreanos [pezinho da vila, olhos pretos, samacaio e lira] arranjo de Helder Bettencourt, 2006

11 março, 2010

boas novas

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Holden, J.
lagoon XX
(2007)






... hoje o tempo está bom. Mas, senhôra, este inverno tem chovido muita água...
[Hoje disse bem o nome do hotel e não provoquei uma gargalhada ao sr. do táxi, como da última vez, quando pedi para me levar ao hotel ... mas disse o nome do estabelecimento prisional].
[Avião cheio como um ovo. Vinha a tuna masculina de tecnologias da saúde do Porto. Cantaram, beberam e, no fim da viagem, o vernáculo já corria alto. Uma das hospedeiras andava num sino].
[Aeroporto Sá carneiro, por volta da uma da tarde. De repente, os sons da guitarra portuguesa atiram os "verdes anos". Boa música ao vivo, na hora do embarque. Gostei da ideia e da música].


Zeca Medeiros, eu gosto tanto de ti que até me prejudico.  :)))

10 março, 2010

ir sempre e mais uma vez

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Tousignant, D.
horizon III 



mais logo, voo até estas cores.


Madredeus, as ilhas ...

[Gosto sempre muito de voltar. Mesmo que por pouco tempo, vou contente. Gosto da ilha]

09 março, 2010

satisfações

 .
... e os jesuítas estavam particularmente bons. Claro que eram daqui.

fünf zu null

... fünf zu null! balhamedeus, que até me dá para falar estrangeiro...

terça-feira doce





Staël, Nicolas de
étude de paysage
(1952)




Hoje vou cruzar-me com jesuítas e limonetes. Onde vou?  Fiquem bem por aqui.

Sérgio Godinho, é terça-feira 

É terça-feira
e a feira da ladra
abre hoje às cinco
de madrugada

E a rapariga
desce a escada quatro a quatro
vai vender mágoas
ao desbarato
vai vender
juras falsas
amargura
ilusões
trapos e cacos e contradições

É terça-feira
e das cinzas talvez
amanhã que é quarta-feira
haja fogo outra vez
o coração é incapaz de dizer
"tanto faz"
parte p´ra guerra
com os olhos na paz

É terça-feira
e a feira da ladra
quase transborda
de abarrotada

E a rapariga
vende tudo o que trazia
troca a tristeza
pela alegria

E todos querem
regateiam
amarguras
ilusões
trapos e cacos e contradições

É terça-feira
e das cinzas talvez
amanhã que é quarta-feira
haja fogo outra vez
o coração
é incapaz
de dizer
"tanto faz"
parte p´ra guerra
com os olhos na paz

É terça-feira
e a feira da ladra
fica enfim quieta
e abandonada
e a rapariga
deixou no chão um lamento
que se ergue e gira
e roda com o vento
e rodopia
e navega
e joga à cabra-cega
é de nós todos
e a ninguém se entrega

É terça-feira
e das cinzas talvez
amanhã que é quarta-feira
haja fogo outra vez
o coração
é incapaz
de dizer
"tanto faz"
parte p´ra guerra
com os olhos na paz

08 março, 2010

and the oscar goes to

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Crazy heart, trailer oficial

[Sempre gostei do Jeff Bridges. O filme ainda não vi]

não sou de dias, mas...

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Pokpong, A.
woman of elegance IX
(2010)




Repito o que aqui disse o ano passado.

[uns dias muito bons, para as meninas e para os meninos]

manhã de segunda, mas uma boa semana (23)

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Nicholson, B.
March 1959
(white form)
(1959)









XX

Não, não é ainda a inquieta
luz de março
à proa de um sorriso,
nem a gloriosa ascenção do trigo,

a seda duma andorinha roçando
o ombro nu,
o pequeno e solitário rio adormecido
na garganta;

não, nem o cheiro acidulado e bom
do corpo, depois do amor,
pelas ruas a caminho do mar,
ou o despenhado silêncio

da pequena praça,
como um barco, o sorriso à proa;

não, é só um olhar.

Eugénio de Andrade, branco no branco, ed. limiar, 30

Elis & Tom, águas de março

07 março, 2010

há domingos assim (1)






Groot, Pat de
winter mist
(2008)











HÁ DOMINGOS ASSIM

Há domingos em que o nevoeiro poisa múltiplos pés miúdos no mar
e os múltiplos pés miúdos que poisa já de si no mar
se vão ainda desvanecendo multiplicando minuto a minuto
e o nevoeiro é uma vasta mão no mar e algumas casas brancas da vila ao
longe cada vez mais longe
que há pouco na névoa eram ainda mais brancas alvejavam visivelmente
mais
se perdem também agora na imensa superfície indecisa levemente
móvel
infinitamente divisível boiando no espaço dissolvendo tudo até mesmo
o mar
...
(continua)

Ruy Belo, toda a terra [I areias de Portugal], todos os poemas, Assírio e Alvim, 488


George Winston, ocean waves (winter into spring ) (piano George Winston)

Tenham, então, um bom dia do senhor!

06 março, 2010

sábado de manhã (98)

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Dix, O.
schlafendes Mädchen
(1932)

05 março, 2010

magnólias

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Katz, A.
magnolia
(2002)









MAGNÓLIAS

Esqueceram-se das folhas
tão grande era a pressa
de florirem

Jorge de Sousa Braga, fogo sobre fogo III
[o poeta nu - poesia reunida, assírio & alvim,217]


Mozart /Uri Cane ensemble - URI CAINE ENSEMBLE PLAYS MOZART) 8 - "BEI MÄNNERN, WELCHE LIEBE FÜHLEN" DUET PAMINA/PAPAGENO ACT I AND "DER HÖLLE RACHE KOCHT IN MEINEM HERZEN" ARIA KÖNIGIN DER NACHT ACT I FROM "DIE ZAUBERFLÖTTE" [K 620] 

outras magnólias

04 março, 2010

just kidding

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Henry, H.
valse trompée
(2007)
[escultura - espuma, metal e plástico]





Paulo Rangel
Pedro Passos Coelho
José-Pedro Aguiar Branco

Só digo isto: nunca houve um presidente do PSD (mesmo quando era PPD) a usar publicamente só dois nomes. Só houve um a usar quatro nomes. Os restantes, e eu contei nove, usaram ou usam três nomes.
Diria que o PSD prefere a valsa. Está justificada a vertigem em que tem andado. Não sei se escolherem a rumba ou música mais erudita se a coisa melhora... Sei lá eu que estou de fora e a música me parece toda igual ...

Adenda: o JA corrige-me, e bem, na caixa de comentários: Emídio Guerreiro foi Presidente do PPD. Fica a correcção e o agradecimento. Lá no site do ora psd podiam ter estas coisas mais claras, que eu bem lá fui...

"robertadas" há muitas ...

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Vassilis Tsabropoulos, chants, hymns and dances. Vassilis Tsabropoulos (piano) & Anja Lechner (violoncelo). [uns bocadinhos, claro]

[A ver se me redimo da "robertada" aí em baixo... que, afinal, é inofensiva!!!]

rebuscado, eu sei ...mas actual



Wayne, L.
breaking & entering: the mouth that roared, IV 
 (2000)





Não gosto de línguas de trapo compridas até ao umbigo onde se atolam em raivas pessoais.

03 março, 2010

é a vida

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Botero, F.
mujer de pié
(2007)
[escultura, bronze]




Confesso: desde os tempos do e que tudo o mais vá para o inferno que eu não costumo ligar ao que o Roberto Carlos canta. Há uns dias reparei na canção aí em baixo. É cantada por ele... Ai a minha vida ...





Roberto Carlos, a mulher que eu amo

A mulher que eu amo
Tem a pele morena
É bonita, é pequena
E me ama também

A mulher que eu amo
Tem tudo que eu quero
E até mais do que espero
Encontrar em alguém

A mulher que eu amo
Tem um lindo sorriso
É tudo que eu preciso
Pra minha alegria

A mulher que eu amo
Tem nos olhos a calma
Ilumina minha alma
É o sol do meu dia

Tem a luz das estrelas
E a beleza da flor
Ela é minha vida
Ela é o meu amor

A mulher que eu amo
É o ar que eu respiro
E nela eu me inspiro
Pra falar de amor

Quando vem pra mim
É suave como a brisa
E o chão que ela pisa
Se enche de flor

A mulher que eu amo
Enfeita a minha vida
Meus sonhos realiza
Me faz tanto bem

Seu amor é pra mim
O que há de mais lindo
Se ela está sorrindo
Eu sorrio também

Tudo nela é bonito
Tudo nela é verdade
E com ela eu acredito
Na felicidade

Tudo nela é bonito
Tudo nela é verdade
E com ela eu acredito
Na felicidade...

[bom, a letra é um tanto discutível, digamos. Eu li-a com olhos benevolentes, foi isso...]

02 março, 2010

de cadências

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Burgers, B.
decadence
(s/ data)








... de modo que a decadência pode  aparecer bastante disfarçada e não se mostrar ao primeiro olhar...

o Jumento








A escala não se compara. O Jumento é um blog com mu.tos le.tores e o branco no branco é um  s.mples Tzero, pequeno, com object.vos lúd.cos e sem pretensões.  Mas, tal como  o autor de O Jumento, também eu recorro ao pseudón.mo. Mot.vos? Tantos e tão var.ados. Qual é o problema?  Deste lugar pequeno e ass.nado com pseudón.mo man.festo não só a m.nha repugnânc.a pelo que a vogal tornada papel de jornal fez, mas também a m.nha sol.dariedade para com o autor de O Jumento.

Perceberam tudo? A vogal fez alguma falta? 

Ver: Sai um prato de lentilhas para a mesa do canto (e ler, também, as sugestões de lá)

01 março, 2010

fronteiras do meu planeta

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Szaggars, S.
pronounced boundary
(2008)



Enigma, silence must be heard

Look into the others eyes, many frustrations
Read between the lines, no words just vibrations
Don't ignore hidden desires
Pay attention, you're playing with fire
Silence must be heard, noise should be observed
The time has come to learn, that silence ...
Silence must be heard
Or diamonds will burn, friendly cards will turn
Cause silence has the right to be heard
People talk too much for what they have to say
Words without a meaning, just fading away
Silence must be heard, noise should be observed
The time has come to learn, that silence ...
diamonds will burn, friendly cards will turn
Cause silence has the right to be heard

[Não sou de simplificações. Mas, para facilidade de conversa, estou do lado em que a pluralidade é estimada. (isto é um desabafo muito micro). :)))]

manhã de segunda, mas uma boa semana (22)

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Voss, J.
gemischte gefühle
(1988)




Uns dias bons esta semana, mesmo com sentimentos mistos que isto não anda completamente límpido, desde o céu até à terra, que treme tanto como nós, perante movimentos e deslocamentos subterrâneos que só alguns animais com poderes especiais escutam com a devida antecedência. Apesar das perplexidades, que os dias sejam coloridos, afectuosos e leves. :)))
[E, mesmo que em alguns momentos andem "oh tio, oh tio", não vale chamar pela mãezinha. Para isso deixo aqui o Jorge Palma] :))))


Jorge Palma, onde estás tu mamã? (canção de Lisboa)


Os serões habituais
E as conversas sempre iguais
Os horóscopos, os signos e ascendentes
Mais a vida da outra sussurrada entre dentes
Os convites nos olhos embriagados
Os encontros de novo adiados
Nos ouvidos cansados ecoa
A canção de lisboa

Não está só a solidão
Há tristeza e compaixão
Quando o sono acalma os corpos agitados
Pela noite atirados contra colchões errados
Há o silêncio de quem não ri nem chora
Há divórcio entre o dentro e o fora
Há quem diga que nunca foi boa
A canção de lisboa

Mamã, mamã
Onde estás tu, mamã?
Nós sem ti não sabemos, mamã,
Libertar-nos do mal

Mamã, mamã
Onde estás tu, mamã?
Nós sem ti não sabemos, mamã,
Libertar-nos do mal

A urgência de agarrar
Qualquer coisa para mostrar
Que afinal nós também temos mão na vida
Mesmo que seja à custa de a vivermos fingida
O estatuto para impressionar o mundo
Não precisa de ser mais profundo
Que o marasmo que nos atordoa
Ó canção de lisboa

As vielas de néon
E as guitarras já sem som
Vão mantendo viva a tradição da fome
Que a memória deturpa e o orgulho consome
Entre o orgasmo na gruta ainda fria
E o abandono da carne vazia
Cada um no seu canto entoa
A canção de lisboa

Mamã, mamã
Onde estás tu, mamã?
Nós sem ti não sabemos, mamã,
Libertar-nos do mal

Mamã, mamã
Onde estás tu, mamã?
Nós sem ti não sabemos, mamã,
Libertar-nos do mal