31 agosto, 2008

aí Benjamim! yessssssss & insinuações escusadas





Carmo, A.
namoro
(1988)








Fausto, namoro

"Namoro"
Autor: Viriato da Cruz, Angola

Mandei-lhe uma carta em papel perfumado
e com letra bonita eu disse ela tinha
um sorrir luminoso tão quente e gaiato
como o sol de Novembro brincando
de artista nas acácias floridas
espalhando diamantes na fímbria do mar
e dando calor ao sumo das mangas

Sua pele macia - era sumaúma...
Sua pele macia, da cor do jambo, cheirando a rosas
sua pele macia guardava as doçuras do corpo rijo
tão rijo e tão doce - como o maboque...
Seus seios, laranjas - laranjas do Loje
seus dentes... - marfim...
Mandei-lhe essa carta
e ela disse que não.

Mandei-lhe um cartão
que o amigo Maninho tipografou:
"Por ti sofre o meu coração"
Num canto - SIM, noutro canto – NÃO
E ela o canto do NÃO dobrou

Mandei-lhe um recado pela Zefa do Sete
pedindo, rogando de joelhos no chão
pela Senhora do Cabo, pela Santa Ifigenia,
me desse a ventura do seu namoro...
E ela disse que não.

Levei á Avo Chica, quimbanda de fama
a areia da marca que o seu pé deixou
para que fizesse um feitiço forte e seguro
que nela nascesse um amor como o meu...
E o feitiço falhou.

Esperei-a de tarde, á porta da fabrica,
ofertei-lhe um colar e um anel e um broche,
paguei-lhe doces na calçada da Missão,
ficamos num banco do largo da Estátua,
afaguei-lhe as mãos...
falei-lhe de amor... e ela disse que não.

Andei barbudo, sujo e descalço,
como um mona-ngamba.
Procuraram por mim
"-Não viu...(ai, não viu...?) não viu Benjamim?"
E perdido me deram no morro da Samba.

Para me distrair
levaram-me ao baile do Sô Januário
mas ela lá estava num canto a rir
contando o meu caso
as moças mais lindas do Bairro Operário.

Tocaram uma rumba - dancei com ela
e num passo maluco voamos na sala
qual uma estrela riscando o céu!
E a malta gritou: "Aí Benjamim !"
Olhei-a nos olhos - sorriu para mim
pedi-lhe um beijo - e ela disse que sim.


Sérgio Godinho e D. Kikas, namoro

Namoro (versão do Sérgio Godinho)

Mandei-lhe uma carta em papel perfumado
e com letra bonita disse ela tinha
um sorriso luminoso tão triste e gaiato
como o Sol de Novembro brincando de artistas
nas acácias floridas, na fímbria do mar

Sua pele macia era sumauma
sua pele macia cheirando a rosas
seus seios laranja, laranja do Loje
eu mandei-lhe essa carta e ela disse que não

Mandei-lhe um cartão que o amigo Maninho tipografou
por ti sofre o meu coração
num canto sim noutro canto não
e ela o canto do não dobrou

Mandei-lhe um recado pela Zefa do sete
pedindo e rogando de joelhos no chão
pela Senhora do Cabo, pela Sta. Efigénia
me desse a ventura do seu namoro... e ela disse que não

Mandei a Vó Xica, quimbanda de fama
a areia da marca que o seu pé deixou
para que fizesse um feitiço bem forte e seguro
e dele nascesse um amor como o meu... e o feitiço falhou

Andei barbado, sujo e descalço
como um monangamba procuraram por mim
não viu ai não viu o Benjamim
e perdido me deram no morro da Samba
Para me distrair levaram-me ao baile
do Sr. Januário, mas ela lá estava
num canto a rir, contando o meu caso
às moças mais lindas do bairro operário

Tocaram uma rumba e dancei com ela
e num passo maluco voamos na sala
qual uma estrela riscando o céu
e a malta gritou: "Aí Benjamim"
Olhei-a nos olhos sorriu para mim
pedi-lhe um beijo, la la la la la
e ela disse que sim
e ela disse que sim

[embora eu conhecesse as duas versões, foi a versão do Sérgio Godinho (a solo e que não consegui encontrar no you-tube) que ouvi e cantei à exaustão. este Benjamim sempre me despertou uma ternura muito especial. aí Benjamim! yessssssssssssssssss.]
[é inevitável, decididamente sou pelo happy end ...]









não, não quero que deixem aqui a vossa resposta séria e sincera. não, de modo algum... que não sou de coscuvilhices ... mas ... eles estiveram todos em Veneza ...afinal .... qual é que vos levava mesmo lá... ?









tungas... que hoje é dia do senhor...

30 agosto, 2008

clássico ... empate

X
EMPATE
S L BENFICA -1 ............ F C PORTO -1

sábado de manhã (19)





Lempicka, Tamara
nu couché
(1923)

29 agosto, 2008

dúvidas de quem acorda tarde





Fernandes, G.
nabo no pedestal
(2004)





1) Não me recordo do facto dos atletas medalhados no J.O. pertencerem a este ou àquele clube ter sido tão empolado como agora. A minha dúvida é se a Vanessa Fernandes e o Nélson Évora são "atletas olímpicos" por serem do Benfica ou se são do Benfica por serem "atletas olímpicos".

2) A síndrome scolari parece ter feito e scola. A meio de uma "campanha desportiva", por um motivo ou outro, o líder do grupo resolve dizer que, no fim, se vai embora. E o papel da liderança que vá para as urtigas. A minha dúvida está em como se chamará a síndrome que levou o Comandante Vicente Moura (ainda presidente do COP) a andar às arrecuas passado dois ou três dias de ter "ensaiado" aquela fuga para a frente.

3) A drª M F Leite anda de muito poucas palavras. A minha dúvida é se a senhora julga que, no seu caso e situação actuais, se pode aplicar, literal e silenciosamente, o ditado popular e está com a síndrome do cola-te ao ouro do Évora!

4) O dr. A. J. Jardim acenou com a possibiliade de fundar um novo partido. A minha dúvida, sendo ele um animal político (a classificação não é minha), mas com a particularidade de ser bicho na Madeira, é se não estará a confundir partido com pôr tudo em cacos.

5) A "onda" (estamos no tempo da praia) de crimes em que o país está "mergulhado" (continuamos num mês de ir a banhos) parece ter cambiantes novos. A minha dúvida é se tanto os que têm de tomar medidas para resolver o problema, como os que logo identificam todas as causas e culpados imediatos, não estão igualmente "toldados" por premissas antigas e raciocínios do tempo em que não se sabia tão bem que demasiado sol faz muito mal à pele.

6) A partir de agora fica obrigatoriamente em prisão preventiva quem cometa crimes com armas de fogo. A minha dúvida é se este fogo preso resolve e se se pode quase negar a paternidade da lei, só porque se foi na conversa do amor livre (tipo anos 60) e não se usou preservativo...

7) Quando se é atacado dentro de uma esquadra porque só lá estava um polícia que, sozinho, nada pôde contra um grupo de jovens desenfreados; quando a caixa do multibanco é roubada do tribunal; quando cai literalmente o tecto de um tribunal e ainda por cima provoca uma vítima mortal; quando... quando... a minha dúvida é se não basta a realidade material andar como anda e ainda era preciso esboroar-se assim a realidade simbólica.

8) Acordei com muito mais dúvidas mas, dei comigo a duvidar do interesse de as colocar aqui e, na dúvida...

9) Tive dúvidas do género de síndrome...

papos de anjo ...





Olitski, J.
beauty of angels
(1989)







"Nem sempre o pecado mora ao lado; gasta-se um dinheirão em transportes."

"Quando a luxúria é cometida com uma grande limpeza, chama-se lascívia."

"O pecado da carne está na pele e no osso."

"A gula é um pecado mortal; a fome também."

in Pão com Manteiga 2
(editado em 1981
a partir do programa
com o mesmo nome,
da rádio comercial)




Tom Waits, angels in heaven

28 agosto, 2008

gostos do comum dos mortais (2)






















coleccionar edições de "O príncipezinho" de Antoine de Saint-Exupéry







vidas ...




Torok, L.
the family
(1972)







A VIDA DE FAMÍLIA

a vida de família tornou-se bem difícil
com as contas a pagar os filhos a fazer
ou a evitar a ranhoca a limpar
a vida de família não tem razão de ser
não tem ração de querer

a vida de família jangada da medusa
é o tablado da antropofagia

mas ficam os retratos cristo virgem maria
e os sobreviventes, que vão chupando os dentes

Alexandre O' Neill, poesias completas 1951/1986, ed. INCM, 530


Teresa Silva Carvalho, nunca me fales verdade

MOMENTO FAMILIARMENTE ZEN



Duo Ele & Ela no programa Parabéns a cantar uma versão "personalizada" de uma música da Ágata...é cada tiro cada melro... e este ameaça ser o momento da refundação dos desígnios culturais e estéticos deste humilde canteiro com um nome insistentemente cândido...
[não percam o vídeo... mas avisam-se os espíritos mais sensíveis de que a coisa não é nada fácil... rsrsrsrs]

27 agosto, 2008

small isn' t smallness




Sullivan, K.
small territories
(s/data)


(clicar na imagem para ver melhor)




"Olhar as coisas sem as nomear. Não as saber de cor. Vê-las todos os dias na plenitude do seu mistério, ao mesmo tempo maravilhosas e absurdas."
Miguel Torga, diário XV, (24 de Junho de 1988).

By the way
Esta frase sintetisa tão bem o modo como sinto. Não vou muito com "descrições."... de pessoas, de férias, de tarefas, de conhecimento, de... Sem diminuir a importância das capacidades mnésicas (é impossível diminuir a importância da memória) o verdadeiro desafio, para mim, é o contido na frase do Miguel Torga. O resto chega a desinteressar-me e seguramente não me desafia... manias, digo eu...mas caaaaaaaaaaaaaaaaaaaansa!



John Coltrane, my favorite things

tempo sem tempo





Leverett, D.
summer rush
(1991)






FORA DE HORA

Entrega fora de hora
e posse fora de hora
Quem mandou
você atrasar a hora
você apressar a hora,
você aceitar a hora
não madurada
ou demasiado madura?

O tempo fora de hora
não é tempo nem é nada.
O amor fora de hora
é como rolar na escada.

Carlos Drummond de Andrade, farewell, 57


Maria Bethânia, tempo tempo tempo (e não só..)

25 agosto, 2008

amor claro!





Rankin, L.
summer of love
(s/ data)











De tudo, ao meu amor serei atento
....
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

(1º, 13º e 14º versos do soneto Fidelidade de Vinícius de Morais)

Dire Straits, Romeo and Juliet

chega de saudade ...






Desheng, Ma
summer meeting
(2006)








REGRESSO

Não não mereço esta hora
eu que todo o dia fui habitado por tantas vozes
que exerci o comércio num mercado de palavras
Não mereço este frio este cheiro tudo isso
tão antigo como os meus olhos
talvez mesmo mais antigo que os meus olhos

Ruy Belo, todos os poemas, 50


João Gilberto, chega de saudade [3.47]


Gal Costa, chega de saudade [3.54]

CHEGA DE SAUDADE
Composição: Tom Jobim e Vinícius

Vai minha tristeza e diz a ela que sem ela
Não pode ser, diz-lhe numa prece
Que ela regresse, porque eu não posso
Mais sofrer. Chega de saudade a realidade
É que sem ela não há paz, não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai

Mas se ela voltar, se ela voltar,
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei
Na sua boca, dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser, milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de você viver sem mim.
Não quero mais esse negócio de você longe de mim...

[Espero que estejam todos muito bem. Para ser franca, já estava com algumas saudades. :) para todos!]

15 agosto, 2008

até já!





Lempicka, T.
en plein été
(1928)












LÍNGUA DOS VERSOS


Língua;
língua da fala;
língua recebida lábio
a lábio; beijo
ou sílaba;
clara, leve, limpa;
língua
da água, da terra, da cal;
materna casa da alegria
e da mágoa;
dança do sol e do sal;
língua em que escrevo;
ou antes: falo.

Eugénio de Andrade, rente ao dizer, 13


ACTUALIDADE






Hua, Fang Shao
swimming pool
(2006)









Michael Phelps






piscina olímpica de Pequim

ver mais dados e imagem aqui



Walk away (Ben Harper)

Oh no
Here comes that sun again
That means another day
Without you my friend

And it hurts me
To look into the mirror at myself
And it hurts even more
To have to be with somebody else
And its so hard to do
And so easy to say
But sometimes
Sometimes you just have to walk away
Walk away

With so many people
To love in my life
Why do I worry
About one

But you put the happy
In my ness
You put the good times
Into my fun
And its so hard to do
And so easy to say
But sometimes
Sometimes you just have to walk away
Walk away
And head for the door

Weve tried the goodbye
So many days
We walk in the same direction
So that we could never stray
They say if you love somebody
Than you have got to set them free
But I would rather be locked to you
Than live in this pain and misery

They say time will
Make all this go away
But its time that has taken my tomorrows
And turned them into yesterdays
And once again that rising sun
Is dropping on down
And once again you my friend
Are nowhere to be found
And its so hard to do
And so easy to say
But sometimes
Sometimes you just have to walk away
Walk away
And head for the door
You just walk away
Walk away


Ben Harper, walk away


Deixo-vos com as cores desassombradas da T. de Lempicka, as palavras brancas, sem gordura, do Eugénio de Andrade, a inspiração actual para a superação e a transcendência que nos desafia, do nadador Michael Phelps, a obra extraordinária que é a piscina olímpica de Pequim, um quadro de Fang Shao Hua, pintor chinês e com a simplicidade eficaz de Ben Harper!
Até muito breve!

14 agosto, 2008

se não for a gosto ainda assim ... (é) verão







Bechtel, H. K.,
flowers

(s data)








PALAVRAS CRUZADAS

Entre intelectuais:
"A minha concepção da vida é dialéctica."

Entre o comum dos mortais:
"A Conceição da minha vida é diabética."

Paulo Abrunhosa, diário de um dromedário, ed. quasi,145




Lombarte, R.
summer siesta
(2008)








caderno,
bloco,
livrinho...

(com tantas notas e momentos)






Não escolham no ar, e ouçam que vos vai saber beeeemmmm:


Friedrich Gulda plays Bach (Air' from "Suite No.3 in D major) in between improvisations with Chick Corea...[3.37]


Bach: Air from Suite No.3 (Air' from "Suite No.3 in D major) performed on soprano sax with midi accompainment. [4.21]


Johann Sebastian Bach (1685-1750, 'Air' from "Suite No.3 in D major" [5.17]

13 agosto, 2008

verão a gosto





Tkachev, A. & S.
summer
(1991)










Simon & Garfunkel - Bridge Over Troubled Water

reposições de verão (3) - sobressalto que eu salto sobre*




"Os que teriam preferido um Diário de Adriano a Memórias de Adriano esquecem que o homem de acção raramente escreve o seu diário: é quase sempre mais tarde, do fundo de um período de inactividade, que ele recorda, anota e, na maior parte dos casos, se espanta."

Marguerite Yourcenar, Apontamentos sobre as Memórias de Adriano.


Pois é.... um homem de acção não escreve diários. Espanta-se, mais tarde, com o que realizou no tempo em que não esteve a escrever diários!
Estou quase a sentir-me mal!

Quideiafinaleusoumamulhereistonuméumdiáriomasumblog quécoisaquenãoexistiaquandoaMargueriteYourcenardissisto!

Às vezes sobressalto-me mesmo à toa !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

post de 5 janeiro de 2007


* título e imagem acrescentados agora

12 agosto, 2008

diz que foi uma espécie de pequeníssimo intervalo






Bogart, B.
promenade
(2007)









Gilbert Becaud, et maintenant

{estou com alguns problemas de rede. só por isso não vos vou visitar .}

11 agosto, 2008

gostos do comum dos mortais (1)






não é um clássico, não é recente, não é ...
mas é um livro que eu gostei de ler e a que retorno de forma recorrente...

entre as folhas de livros e cadernos (1)











é uma "prata" mal alisada. tem a particularidade de me lembrar a minha amiga C.
uma das minhas primeiras e sérias perplexidades resultou de ter assistido a um certo modo de gostar que, no caso, era intermediado por estes "bombons". ao tempo um luxo. que eu sentia como desperdício. que eu sentia a acertar no alvo errado. que eu sentia "afectada".
não se devem desperdiçar bacios. só se deve dar muitos bacios a quem nos faz bem.
mas, também aprendi que existe o desconforto do desamparo.

gostos não se discutem? gosto do Bob






Gorsky, V.
De Niro
(s/ data)





gosto dele e pronto! (daí não vem mal ao mundo) :))



Paul Anka, I love you baby

10 agosto, 2008

veranico pouco veraniço

Hoyland, J., secret summer, (2006)

NUANCES

É nas nuances
dos romances
que reside
a pevide
do interesse.
O resto é conversa de quermesse.

Paulo Abrunhosa, diário de um dromedário, ed. quasi, 134



Vitor Espadinha, recordar é viver

[NOTA IMPORTANTE: ai de alguém que se atreva a insinuar seja o que for relativamente a esta escolha musical (?)... ou, sequer, a tentar descortinar critérios que me permitem, no espaço de poucas horas, passar da nostalgia da 4ª sinfonia de A. Bruckner (aí em baixo) para esta master piece portuguesa dos anos 80 do século passado, rsrsrsrs]

rabos de palha



tapete de palha de arroz
imagem daqui


Não sei se disfarço bem, mas nesta altura do "meu campeonato", já admito que tenho uma certa preguiça entranhada. Só o que me entusiasma no momento me faz andar. Talvez seja essa uma das causas para que, neste meu espaço, eu não prescinda de dois "princípios" - ser um espaço lúdico, e só postar o que me sair sem elaborações além das que decorrem durante o tempo que dura a colocação do post!
Contudo, quando deambulo por outros blogs, muitas vezes me sinto estimulada a comentar. E, se nem sempre o faço, faço-o algumas vezes. Hoje, e porque é dia do senhor, coisinha que repetidamente assumo não gostar, muito menos em Agosto e comigo a fazer de senior-sitter, resolvi pegar nos rastos que por aí deixei e postá-los. Estou a escrever isto e a duvidar se é uma atitude narcísica. Não sei. Por ora publico, mais tarde, se a minha dúvida se confirmar, retiro o post.
(Fiz algumas correcções e acrescentos pequenos)

1)[assalto ao BES]
Bom... entusiasmos no modo de dizer à parte, partilho a questão que levanta (se é que entendi...entenda-se). Estava eu a ver "aquilo" e depois a ler o que tantos afoitos escrevem e a pensar: mas isto é tudo igual? VALE tudo o mesmo? Quem, por livre decisão sua, foi ameaçar outras vidas (não vamos discutir agora se bebeu leite em pequeno ou lhe faltou o amor da mãe - isso pode e deve ser analisado noutra dimensão) não pode ter os mesmos "direitos" de quem, sem poder escolher e sem ter tomado iniciativas contra o outro, está na situação de ameaçado. É um olhar linear o que fala como se ali, naquele momento, fosse tudo igual. Quero com isto dizer que não tem de haver regras rígidas e procedimentos muito definidos para a polícia actuar? Não. Claro que tem de haver. Não porque seja tudo igual, mas porque, quem está na situação de decidir, por mais treinado que esteja, é humano e pode, SEM QUERER, errar. Claro que também pode facilitar (querer errar), mas pode errar sem o querer fazer. Uma definição rígida do modo de actuar funcionará, em última instância, como protecção de quem decide o avanço das operações e, por consequência, como protector dos valores que a sociedade quer que interprete! Decorrendo assim, na nossa sociedade, a "protecção" dos valores relativos a quem ataca. O relativismo levado demasiado longe dá nisto: na falta de discernimento sobre as "nuances" que determinam o valor das "coisas". rasto no Bolonhado

2) [a propósito do Benfica] Só para lhe dizer que aprecio demais (assim mesmo, com o exagero do "brasileirês") a expressão "massas associativas". Então no plural! Começando tão bem assim, o resto, depois, até se percebe melhor. Está tudo a condizer. Tudo! E, não sendo eu adepta do "maior clube português", bem o lamento! E não sei se o Rui Costa não se anda a desperdiçar como lipoaspirador das banhas que tomaram o lugar do músculo necessário para manter a referida classificação, sem haver uma verdadeira mudança no estilo de alimentação e de vida! rasto no Herdeiro de Aécio

3) [Jogos olímpicos] que bom que pensas assim! E obrigada por colocares também a bandeira portuguesa. E sabes? Não é campeão quem quer mas quem pode! Senão, muitos dos que vociferam contra os exageros e tal e tal .... eram os primeiros a estar lá! rasto em Mis palabrad y sentimientos

4) [ China ] Já ontem tinha visto esta série de posts a propósito da China. Um modo muito original de falar das coisas sem ser só a propósito da espuma do dia... Eu admiro muito quem assim faz. (Também porque é de todo diferente o meu impulso. Pelo menos por aqui!). Na minha "outra vida" tento superar-me, que é o que me resta nesta minha humana condição ! rasto em nem tudo o que sobe

5) [obra de Vinicius de Morais] O preconceito é uma limitação enorme à compreensão e à fruição de muitas coisas boas! E, por vezes, somos tentados a pensar que, em ambientes supostamente povoados por mentes abertas como os ambientes artísticos, o preconceito estaria daí arredado. Mas não. Creio que o preconceito snob e de quem se julga superiormente diferente do resto do mundo é ainda pior e mais contundente do que outros preconceitos tidos como "politicamente incorrectos". Parece-me (eu que entendo pouco) que o preconceito nas artes (lato senso) até goza de algum prestígio, pelo menos em certos meios mais "corporativos". rasto no Acontecimentos

6)[posição de Lynch sobre a visualização de filmes no tlm] É claro...que o sr. Lynch está certo! Reduzem tudo à técnica e... qualquer dia, ficam impotentes para o que quer que seja!
rasto no The Second Dream Of The High-Tension Line Stepdown Transformer

nostalgia(s) da(s) minha(s) ilha(s)





Kölner Philharmonie









Música, levai-me:


Onde estão as barcas?
Onde estão as ilhas?

Eugénio de Andrade, obscuro domínio, 15



Anton Bruckner, sinfonia nº4, 1º and. Wiener Philharmoniker. maestro Rafael Kubelik

09 agosto, 2008

sábado de manhã (18)







Lempicka, Tamara
dormeuse,
1930











nota marginal:
Acabei de deixar este comentário por aí na blogosfera...saíu assim... ora vejam o mimo da prosa:
"Depois de ler as suas palavras somos remetidos para um universo de fusão corporal só possível de ser cantado por poetas e vivido por estetas!"

[outra nota à margem... eu cá não me levo demasiado a sério...vocês decidam rsrsr]

08 agosto, 2008

reposições de verão (2) - somatotrofina e "contas" básicas sem qualquer cálculo

Somatotrofina:
Hormona segregada pelo lobo anterior da hipófise, que estimula o crescimento dos tecidos e activa a assimilação de proteínas. Também conhecida por hormona do crescimento.

Ai se a somatotrofina "aprendesse" a fazer crescer o ser humano na sua totalidade e não se ficasse só pelo soma! É que esta divisão subtrai tanto que, num tempo desmazelado quanto ao resto, se multiplica a falta de esperança.

post de 29 de dezembro de 2006




somatotrofina

imagem daqui

jogos olímpicos [com aditamento]







Dine, J.
olympic robe,
1988









a representação portuguesa: página do COP

informação geral sobre os jogos de Pequim

museu dos Jogos Olímpicos

[ tendo eu uma opinião relativamente assente sobre estas questões, não se me ajeita estruturá-la aqui... continuo a concluir que não gosto mesmo nada de ter certezas (ainda que relativas)... deixo aí em baixo algumas "opiniões", diferentes e sem qualquer critério além do das minhas leituras regulares de outros blogs]

opiniões (em actualização...)
aqui - Herdeiro de Aécio
aqui - Barbearia do Sr. Luís
aqui - Aqueduto livre


ADITAMENTO

ESMAGADORA
a cerimónia de abertura dos JO de Pequim!
estetica e tecnicamente falando
(ideologicamente não discuto, por ora)
ESMAGADORA

[nestas alturas apetece-me chorar...por incapacidade... porque não sei como se há-de extirpar a parte do impulso do homem que o leva ao disparate e que é da mesma natureza do impulso que o leva ao sublime... ]
[ARROZ, ... já que é na China, tem na mesma 2 erres e, portanto, alivia e, não me fica tão mal dito, assim, de forma eufemística]

ver notícia sobre a cerimónia de abertura no Público

ADITAMENTO 2

O Nélson Évora é liiiiiiindo!
Os meninos e as meninas portugueses formavam um grupo catita no desfile!

reposições de verão (1) - together

"Um galo sozinho não tece a manhã:
ele precisará sempre de outros galos."
...
versos iniciais de Tecendo a Manhã
João Cabral de Melo Neto


Chagall, The Rooster, 1929

post de 11 de Maio de 2008



Sérgio Godinho, o galo é dono dos ovos, do álbum Pano Crú (1978)

07 agosto, 2008

HELP!

Há qualquer coisa de muito estranho nesta transmissão em directo da situação dramática vivida no assalto ao banco, com os reféns!
E estes comentadores do impossível! E estes comentários "impossíveis"! Um assaltante tem luvas brancas? E serão de pele ou de pelica? Um assaltante tem calças de ganga e ténis? De que marca serão? O refém tem uma arma apontada...momento de grande tensão! A polícia acompanha as movimentações com grande tranquilidade!
Questiono-me se o voyerismo não terá aqui, pelo menos, um parente da província!
Não quero confundir o mensageiro com a mensagem, mas podiam tornar isto menos deprimente!
Balhamedeus! Sinto-me agoniada!

Epílogo ver aqui no PÚBLICO actualizar aqui e aqui

se não cresce "minga" ?

zona euro não cresce - Público on line

Nestas coisas não há como... ou se avança ou se recua! São estas as circunstâncias!

recordações de morango




Farrell
, S.
strawberries
s/ data







morangos para mim são um vestido
de xadrez azul e branco bem rodado
em que o fruto em 3 D estava esculpido
e as folhas e o caule eram "bordado"

morangos para mim é ir na rua
a arrastar curiosidade p'lo vestido
e a sentir que me punham quase nua
os morangos... como fruto proibido.






Dolphyn, W.
summer strawberries
(s/ data)

Ben Harper, strawberry fields forever

06 agosto, 2008

negativos "à la minuta", em tempos digitais [com 1 aditamento]




Barnet, W.
summer idyll
(1976)








VERRRRRRRRRRRRÃO

a modorra e o remanso
enrolados na rede
em retiro
no refúgio
no abrigo
com recurso
à escora
do amparo
da reveladora música ...!

[aditamento/esclarecimento: isto são palavras que saem assim de repente sem pretensões de serem catalogadas como qualquer género literário rsrsr. o processo é simples: olho e vêm-me palavas que digito...desta vez começaram a sair todas com "erres" e, depois, dumas coisas se passa às outras... é assim como as massagens do eloquente e iluminado porteiro das praias algarvias: sabemos como começa, mas nunca sabemos como acaba. versão silly season do antigo... as palavra são como as cerejas...


Idyll, for flute & piano by Yevhen Stankovych

05 agosto, 2008

um presente de futuro com passado






Lowen, R.
in the year 3535
s/ data




[às vezes damos connosco a pensar ... como será? é que o que for também tem a ver com o que é .... e o que é tem tudo a ver com o que somos... e o que somos tem a ver o que fazemos... e a responsabilidade... não desaparece com o tempo... (apesar de ser)...verão!]


Zager & Evans, in the year 2525

04 agosto, 2008

18 anos






Klimt, G.
the three ages of woman (detalhe)
1905

















Szaggars, S.
something like the sun
(2003)










Quando se quer dizer muito e o nó na garganta começa a implicar... o melhor mesmo é só dizer o quanto eu gosto da MJ que faz hoje 18 anos! Parabéns menina linda!


2008, acordes com arroz

03 agosto, 2008

e porque hoje é dia (e noite) do senhor




Rosenthalis, M.
summer day
s/ data




e toca a acompanhar o ritmo da música aí em baixo, com batimentos da palma de uma mão contra a outra...o movimento é o mesmo para destrímanos e sinistrómanos ... obviamente também vale para os raros ...ambidestros ...
e, se bobear, façam movimentos cadenciados com o pezinho que estiver mais à mão ... levanta, baixa calcanhar, sempre apoiados na pontinha do mesmo! com muito ritmo...e vão ver que não cai nenhum parente ao chão!
ah! quem souber também pode trautear...
TODOS... que a versão é inclusiva!
(como decididamente eu não gosto do dia do senhor, muito menos em Agosto, pelo mais ... divirtam-se):)


Grease, summer nights ( theater Cinematograph Moscow.
Театр "СинематографЪ" Москва Grease Режиссер Телегина Екатерина
)

ai eu estava quase morto no deserto e o Porto aqui tão perto*





PORTO
imagem daqui







CIDADE

Imensa, troglodita, ambiciosa,
vai a cidade até à praia;
perdeu no campo as rochas cor-de-rosa,
e o mar, se a busca, evita-a, não desmaia,
antes se ergue negro contra o desconforto.

O rio leva casas debruçadas
que já, com o tempo foi cavando em arcos
de perfil sem cal. inclinado e morto...
e leva também barcos.

No céu, as nuvens correm desviadas,
enquanto o Sol, em dardos, sobre o mar as crava.

JORGE DE SENA, in Ao Porto - colectânea de poesia sobre o Porto (Adosinda. P. Torgal e Madalena Torgal Ferreira), D. Quixote, 45.


Rui Veloso, Porto sentido

* palavras de uma canção do Sérgio Godinho (que não consegui encontrar no you-tube)
ver também aqui

lonjuras & juras (de perto)






Christensen, D.
beyond the summer of love
(1988)










Quero-te tudo porque não te quero nada
Quero-te o olhar, quero-te a mão e a palavra,

Quero a razão, com razão inconformada

Quero o amor com a certeza que se abra

Quero-te um segundo, infinito, verdadeiro
Quero-te a vida toda aqui neste momento

Quero o espaço de se estar de corpo inteiro

Quero o sonho do amor que acalento

Quero-te já, porque nós não temos ontem
O amanhã é dos deuses e eu te juro

Que agora é sempre, é passado e é futuro.

Quero-te tanto, como quem só te quer bem
E de te querer assim também percebi

Que te quero mesmo que fiques aí.


1996


Milton Nascimento, caçador de mim


Maria Bethânia, coração ateu

02 agosto, 2008

verão ....que é só para contrariar







Jinshi, Zhu
snow in the summer
(2007)








A AUTÊNTICA ESTAÇÃO

É verão. Vou pela estrada de sintra
por sinal pouco misteriosa à luz do dia
ao volante de um carro que não é um chevrolet
e nesse ponto apenas se perdeu a profecia
Não há luar nem sou um pálido poeta
que finja fingir a sua mais profunda emoção
Chove uma chuva que me molha os olhos
e me leva a sentir saudades do inverno:
a luz o cheiro e a intimidade do fogo
Quem me dera o inverno. Talvez lá faça sol
e eu sinta aflitivas saudades do verão:
uma estação na outra é a autêntica estação

Ruy Belo, homem de palavra[s], in Ruy Belo, todos os poemas, Assírio e Alvim, 251/252
(também in quinze poetas portugueses do século XX, selecção e prefácio de Gastão Cruz, Assírio e Alvim, 387)


Peter Nero, summer of 42 [3'45]

sábado de manhã (17)










Despiau, Charles
untitled (nude woman sleeping)
1928

01 agosto, 2008

a gosto






Lee, M.
corner of summer
(2006)












Sanders, J.
an August day
s/ data








Bebel Gilberto, august day song