27 novembro, 2008

a bomba aí.. e a pomba?





Cepêda, M.
leves são os pássaros
(1999)












"...
Arre, estou farto de semi-deuses!
Onde é que há gente no mundo?
..."
Álvaro de Campos (Fernando Pessoa), poema em linha recta


José Carreras, pomba branca

20 comentários:

Anónimo disse...

Belo,
A leveza que passeia, equilibrando-se, entre o céu e a pomba na circunstância de poder escorregar.
Aí, espera-se que as 38 asas, batendo em sicronismo, a possam suster e repôr no corripé.

G. I.

observatory disse...

aqui :)

~pi disse...

todos somos só gente.

parece-me que somos assim como os bichos - mamíferos e pássaros, que~, quando têm medo,

aumentam imenso o volume do pêlo ou das penas
pra mostrar o seu poder ao outro,

mas, de facto, estão aflitos e cheiinhos de medo que o outro descubra ( a... verdade da sua exiguidade?

é engraçado observar os pássaros machos, por exemplo, como na sedução são ipsis ´verbis` os humanos, falseando a forma, o volume e até os dotes!!

- isto é, que eu saiba, e com tristeza o constatei, só dançam e exibem alegria e vibração
por essa ocasião! :)





~

~pi disse...

mas leves, isso são,

inexplicados-bicos-curvilíneos

[ nunca-em-linha-recta

e sim, de certo modo aprofundando

e paradoxando o comentário

anterior, não dançam

mas

cantam e re-cantam




~

Anónimo disse...

Ahhh!!! Belo, sim!
E dahh! para mim!
Perfeito.

Contudo me surpreende, a ousadia dela em ir pôr-se ali naquela situação, sem que nada o explique senão razões inexplicáveis; alguma força interior, algum desígno que nem ela mesma percebeu, mas sem dúvida, e isso teve de ter, a coragem que vem de se ouvir o coração. Só assim encontra ela o equilíbrio (no fiel da balança)...

***

Gilbamar disse...

Por onde andam as pessoas que se julgam semi-deuses? Não precisamos delas, realmente, somos apegados a essa gente cuja simplicidade é tão expressiva e nos comove.

Deixo meu fraterno abraço amigo

Henrik disse...

Não sei, eu cá também só vejo deuses a caminhar pela terra em corpo humano.

Anónimo disse...

Usei parte dessas palavras de Clarisse Lispector noutro comentário mas sabia que viria a poder usá-las (o que se segue) novamente. É mesmo isso;

« Ah, meu amor, não tenhas medo da carência: ela é o nosso destino maior. O amor é tão mais fatal do que eu havia pensado, o amor é tão inerente quanto a própria carência, e nós somos garantidos por uma necessidade que se renovará continuamente. O amor já está, está sempre.»

(in A Paixão Segundo G.H)

sei que biologicamente são as fêmeas a fazerem a escolha. nada sei dos animais mas as humanas... (talvez não devesse falar por todas, mas muitas sim)...elas sentem tal como os machos que descreve a ~pi. Mesmo.

"não dançam mas cantam e re-cantam" (?)
ora, que bem....fez-me lembrar de Orfeu, que gosto tanto..poderosa música de comover os deuses e alterar desígnios...

é precisa a canção!

***

Anónimo disse...

(cont.)

das pombas,
sempre gostei e me intrigou os pequenos animais prestimosos dos contos de fadas...a vir em auxílio d@s coitad@s, desastrad@s personagens das histórias...

e não referi com clareza o medo, a aflição de que fala a ~pi; quem está a viver com alma e coração, deve se sentir bem assim...

...até que encontre onde repousar,
onde encontre paz e aceitação...

deve ser tão bom! tão bom!

***

António Torres disse...

Cara mdsol,
Por que se chama este lindo e perfumado blog (será chanel?),
branco no branco, e não, por exemplo, "branco no tinto", "tinto no branco", ou "tinto no tinto"?
Peço desculpa pela pergunta.

Duarte disse...

Uma criação desta magnitude obriga a um esforço que eu sei que exerces satisfatoriamente, e que reconheço.
A beleza do quadro, na sua leveza e realismo, é fascinante.
O texto obriga a uma amplia reflexão. Que nos cremos que somos!?
Josep, acaba envolvendo o conjunto com uma voz única, nítida e transparente, dando a harmonia precisa ao que criaste.
Obrigado e parabéns por esta obra prima.:)))

Reconhecido deixo-te um grande abraço

~pi disse...

obrigada, não tenho medo, ou menos medo, sim, tenho um bocadinho, um inho,

e é claro que em cima estava a comentar o texto do álvaro de campos, não o ´quadro`.

o quadro parece-me natural, é assim como a vida, nudez-fio-sobre--linha,

(( confiar de olhos fechados no

movimento dos pássaros,

no sua misteriosa direcção,

na in tui ção e no

in s tinto



~

Sensualidades disse...

e eu aqui aborrecida, com semideuses por ai....

Jokas

Paula

poetaeusou . . . disse...

*
a pomba ?
ali !!!
,
maresias nocturnas, deixo,
,
*

GP disse...

Tinha que vir aqui agradecer os mimos que me dás. És uma ternura.

Beijo grande

Anónimo disse...

Paula, desde que ando aqui, já te ouvi falar de 'nervos', 'frio', 'falta de sono'(*) e o 'aborrecimento' agora também.
Estás é a precisar de alguém...
semi-deuses não, que isso parece gorar,
mas alguém de carne e osso, alma gentil e um tanto de paixão.. vem cá depois contar.

(*)esse costumava eu ter, espero vir a resolver.

***

luis lourenço disse...

O ponto é esse...até os demiurgos vão desparecendo...venha a alegria e a bravura da gente que sabe ser gente....

abraços

Manuel Veiga disse...

semi-deuses têm pés de barro...

~pi disse...

uma das condições indispensáveis da construção é a ingenuidade da disposição que torna o corpo leve e a ber to em consonância com a luminosa vibração do espaço e a sequência fluvial do tempo

~ antónio ramos rosa o aprendiz secreto ~



tive um grane desejo de ´deixar`

aqui isto, talvez seja um ritual,

acordei com essa ideia

muito, muito clara :)


obrigada maria do sol ~


beijo

Anónimo disse...

...bonito!

beijo e boa semana à todos que ainda passarem aqui.

***