30 junho, 2010
modelitos verão
29 junho, 2010
brincadeiras sérias
Carlos Queirós, «Carta à memória de Fernando Pessoa do Campeonato do Mundo», em Presença, Cape Town nº 48, 29 de Julho de 1936 2010 (extractos):
I
Meu querido Fernando campeonato: Imagina você a falta que nos faz? Ainda há poucos dias, numa rua onde parámos a falar de si, o Almada Madaíl me disse: O Fernando campeonato faz muita, muita falta! Na mágoa deste desabafo, pareceu-me reconhecer a mesma inconfessada sensação que a sua ausência, algumas vezes, me dá: a de ter feito uma partida que os seus amigos não mereciam. Quase apetece acusá-lo, gritar à sua memória: Você não tinha o direito de nos deixar tão cedo!
Brincadeira com um pequenino extracto da «Carta à memória de Fernando Pessoa», em Presença, nº 48, Julho de 1936 , de Carlos Queirós.
em dó menor
Parabéns aos vencedores. Cá em casa, independentemente de todos querermos que Portugal ganhasse, quem percebe do assunto (não eu, obviamente) e entende que a selecção de Espanha é uma forte candidata ao título, prognosticou 2 - 0, favorável a Espanha. Ficou 1-0. Menos, mas suficiente para Portugal vir embora.
Tenho muita pena. Mas, o desporto é só a coisa mais séria das coisas não sérias.
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Adenda; desafia-me o António P, nos comentários, dizendo que fica à espera de um post sobre as vantagens de Queirós vs Scolari. Assim de repente, respondi o seguinte:
Caro António P
Não espere porque não o vou escrever. O único post que aqui escrevi, ultimamente, a falar de Scolari, partiu exactamente do facto de me irritar que viessem sempre com as comparações e, por isso, perdessem objectividade nas críticas. Voltei ao assunto desporto, aqui e aqui.
Acho uma falsa questão escolher entre Queirós e Scolari. E sempre lhe digo que o que me incomoda em Scolari tem menos a ver com futebol e mais com a sua ideossincrasia geral.
Mesmo achando que a questão não se coloca assim, digo-lhe que, como cidadã portuguesa, prefiro não ter o país histérico, completamente enrolado nas bandeiras e agarrado à Srª do Caravaggio, como se não houvesse mais nada para além do futebol.
Tenho muita pena. Mas, o desporto é só a coisa mais séria das coisas não sérias.
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Adenda; desafia-me o António P, nos comentários, dizendo que fica à espera de um post sobre as vantagens de Queirós vs Scolari. Assim de repente, respondi o seguinte:
Caro António P
Não espere porque não o vou escrever. O único post que aqui escrevi, ultimamente, a falar de Scolari, partiu exactamente do facto de me irritar que viessem sempre com as comparações e, por isso, perdessem objectividade nas críticas. Voltei ao assunto desporto, aqui e aqui.
Acho uma falsa questão escolher entre Queirós e Scolari. E sempre lhe digo que o que me incomoda em Scolari tem menos a ver com futebol e mais com a sua ideossincrasia geral.
Mesmo achando que a questão não se coloca assim, digo-lhe que, como cidadã portuguesa, prefiro não ter o país histérico, completamente enrolado nas bandeiras e agarrado à Srª do Caravaggio, como se não houvesse mais nada para além do futebol.
gentileza
Rosa- Albardeira
Fotografia de Ruivo Névoa
Partilho com os leitores do branco no branco a lindíssima rosa-albardeira que o João Monge teve a gentileza de deixar nos comentários do post aí em baixo. Muito obrigada. Fiquei mesmo contente. Fez-me bem!
rosa albardeira para uma terça-feira
Baile popular, rosa albardeira
vi uma rosa-albardeira
ai se eu pudesse colhia-a
mas disse-me um passarinho
que se a colhesse morria
que se a colhesse morria
pois não se dá prisioneira
meu amor, eu não sabia
que eras a rosa-albardeira
fui-te a ver e não voltei
deixei pai, deixei mãe
e a casa onde nasci
és para mim a primeira
queira deus ou não queira
já não me largo de ti
fui-te a ver ao pé da serra
a tua rosa foi minha
e semeei-te na terra
à noite pela fresquinha
um dia quando eu partir
fica a nossa sementeira
de nós dois há-de florir
mais uma rosa-albardeira
fui-te a ver e não voltei
deixei pai, deixei mãe
e a casa onde nasci
és para mim a primeira
queira deus ou não queira
já não me largo de ti
João Monge
Música João Gil,
28 junho, 2010
manhã de segunda, mas uma boa semana (37)
Hoyland, John
summer sun
(2005)
Lena D' Água, no fundo dos teus olhos de água
Para os que, com o calor instalado, partem à procura do descanso merecido e da salutar mudança de ares, boas férias. Para os que, como eu, andam cheios de trabalho e já sem muita paciência.... uma semana tranquila, aconchegada e sem ruído.
E claro, se possível, que a táctica do quadrado funcione, lá para as bandas da Cidade do Cabo, na África do Sul!
27 junho, 2010
continuação de boa viagem
Cassatt, Mary
mother's kiss
(1891)
Já é adulto e eu nem sequer sou a típica mãe galinha, o que não quer dizer que não tenha saudades dele, que anda aí pela Europa, num roteiro muito especial, a cumprir um sonho com alguns anos.
26 junho, 2010
comentadeiros
Ribeiro Cristóvão & David Borges na sic notícias. Cada frase é mais enviesada do que a outra. Cada sorriso é mais amarelo do que o outro. Além de uns disparates que até eu detecto. Como subentenderem que em equipa que ganha não se mexe, uma frase feita, do tempo da Maria Cachucha. E a gracinha do Ribeiro Cristóvão, ao dizer que Queirós parece o governo português a trabalhar para as estatísticas, revela mau gosto, desconhecimento do essencial e uma superficialidade arrepiante. Francamente. Bem podem ter a voz bem colocada. É mesmo só garganta. Parecem desapontados porque as profecias catastróficas com que iniciaram a avaliação da selecção portuguesa não se confirmaram. E as perguntas do jornalista de serviço também têm uma relevância dos diabos. Uns profissionalões. Dá gosto. Sim senhores. Quando for grande também quero que me paguem para dizer estas banalidades subjectivas.
vuvuzelas irresistíveis
Três membros da Filarmónica de Berlin tentam tocar Brahms e Ravel (Bolero) na vuvuzela. Copiadíssimo do Diz que não gosta de música clássica?
Sobretudo a partir dos 2´16". Divirtam-se!
25 junho, 2010
um lado da bola
Picasso, Pablo
football
(1961)
"Do verdadeiro adversário passa para ti uma coragem infinita"
Franz Kafka, aforismos, ed. Ulmeiro, 11
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Adenda: Deixei algures por aí um comentário a um post que criticava as opções do seleccionador português, para o jogo de hoje com o Brasil. De tão extenso e inusitado resolvi copiar para aqui, com algumas correcções de pormenor:
Sortilégios do desporto. A maioria dos seus critérios de qualidade são muito fáceis de entender. Correr mais rápido, saltar mais alto ou mais longe, encestar a bola mais vezes, marcar mais golos... Mas, uma das excepções a esta facilidade toda reside nas questões da optimização da forma e do desempenho individual nos desportos de equipa, futebol incluído. A gestão táctico-técnica de uma equipa, e por maioria de razão de uma selecção, que tem um tempo "de conjunto" escasso, inclui muitos factores além da forma estritamente desportiva, chamemos-lhe assim. E, se as variáveis que estão em causa, podem ser do conhecimento público, o seu estado num dado momento e o modo como se devem relacionar só podem estar nas mãos de quem acompanha o processo de preparação.
O jogo é marcado pela contingência. [e, de um modo acentuado, o futebol, modalidade muito aberta]. É esta contingência que dá o sal ao jogo, porque torna o seu desfecho sempre indeterminado. Ora, a contingência do jogo pode tornar as melhores opções, previamente definidas face aos dados existentes, um desastre imprevisível.
Falar de fora é fácil.
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Adenda: Deixei algures por aí um comentário a um post que criticava as opções do seleccionador português, para o jogo de hoje com o Brasil. De tão extenso e inusitado resolvi copiar para aqui, com algumas correcções de pormenor:
Sortilégios do desporto. A maioria dos seus critérios de qualidade são muito fáceis de entender. Correr mais rápido, saltar mais alto ou mais longe, encestar a bola mais vezes, marcar mais golos... Mas, uma das excepções a esta facilidade toda reside nas questões da optimização da forma e do desempenho individual nos desportos de equipa, futebol incluído. A gestão táctico-técnica de uma equipa, e por maioria de razão de uma selecção, que tem um tempo "de conjunto" escasso, inclui muitos factores além da forma estritamente desportiva, chamemos-lhe assim. E, se as variáveis que estão em causa, podem ser do conhecimento público, o seu estado num dado momento e o modo como se devem relacionar só podem estar nas mãos de quem acompanha o processo de preparação.
O jogo é marcado pela contingência. [e, de um modo acentuado, o futebol, modalidade muito aberta]. É esta contingência que dá o sal ao jogo, porque torna o seu desfecho sempre indeterminado. Ora, a contingência do jogo pode tornar as melhores opções, previamente definidas face aos dados existentes, um desastre imprevisível.
Falar de fora é fácil.
avaliação sumativa
Nay, Ernst Wilhelm
imaginação em amarelo
(1951)
Uma súmula dos provérbios à minha moda. Possibilidade de se concentarem uns sorrisos amarelos.
- Dá Deus poses a quem não tem dentes...
- De boas tensões está este inverno cheio.
- Depois da casa roubada, abancas à porta?
- Em Março, tanto turno e... pouco faço!
- Tanta cabeça e é sua a sentença?
- Mais depressa se apanha um mentiroso se ele ficar coxo.
- Quem vê caras, não vê coroas.
- Quem te pisa, amigo não é.
- O bom filho a casa adorna.
- Mais vale um pássaro na mão do que bois a voar.
- São peixes para amanhã ou podes comer já hoje?
- Quem espera por sapatos de defunto, anda-lhes no encalço.
- Quem sai aos céus, não tem doenças venéreas.
- Gato escaldado de água fria? Tem dó.
- Criou fama a deitar-se na cama...
- Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem é.
- Quem escorrega tem meio caminho andado!
- Às passadas não se movem os moinhos!
- Mais vale tarte que nunca (comer).
- Quem sai aos céus, logo se venera...
- A quem espera diz: espera (com boa educação)
- Quem sai aos seus, nunca regenera.
- Quem quer vai, quem não quer...não anda.
- Olho por olho? Dente prudente!
- Grão a grão incha a galinha.
música florida
Heade, Martin Johnson
a magnolia on red velvet
Rodrigo Leão e Gabriel Gomes, a magnólia [de Luísa Neto Jorge], álbum os poetas (1997)
A MAGNÓLIA
A exaltação do mínimo,
e o magnífico relâmpago
do acontecimento mestre
restituem-me a forma
o meu resplendor.
Um diminuto berço me recolhe
onde a palavra se elide
na matéria - na metáfora -
necessária,e leve, a cada um
onde se ecoa e resvala.
e o magnífico relâmpago
do acontecimento mestre
restituem-me a forma
o meu resplendor.
Um diminuto berço me recolhe
onde a palavra se elide
na matéria - na metáfora -
necessária,e leve, a cada um
onde se ecoa e resvala.
o som que se desenvolve nela
quando pronunciada,
é um exaltado aroma
perdido na tempestade,
desfolhando relâmpagos
sobre mim.
[Já publiquei o poema A Magnólia, de Luísa Neto Jorge aqui. E, aqui, mostrei a magnólia de Jorge de Sousa Braga.]
A música vale mesmo a pena, minha gente.
24 junho, 2010
cadeiras prendadas (2)
Avery, Milton
chair with lilacs
(1951)
Se o orgão vem da função
Esta suave cadeira
Sem se armar em jarrão
Fez-se uma linda floreira
sei lá, é blandícia
Kogelnik, Kiki
desire
(1981)
Apetece-me aparecer na televisão e sou locutora. Apetece-me e mudo de nome. Apetece-me cantar e gravo uns discos. Maço-me e volto a mudar de nome. Apetece-me e apresento programas na tv e na rádio. Maço-me. Apetece-me e sou jornalista. Maço-me. Apetece-me e sou deputada. Maço-me e apetece-me sair antes de terminar o mandato. Apetece-me continuar o protagonismo e volto à tv, apresento um jornal e digo o que me apetece. Apetece-me, sei lá! E como sou um mimo, posso muito bem com os meus apetites, sei lá! E sou basto livre, sei lá!*
Nel Monteiro, esta miúda dá-me cabo da cabeça
23 junho, 2010
quadras soltas mas junguidas
Viva viva o S. João
Desde a Foz às Fontaínhas
Passando pelo Dragão
E também p'las Condominhas
Da Ribeira até à Foz
Já dizia o Carlos T
Cantado p'la bela voz
Do Rui Beloso [com V]
Inté
Desde a Foz às Fontaínhas
Passando pelo Dragão
E também p'las Condominhas
Da Ribeira até à Foz
Já dizia o Carlos T
Cantado p'la bela voz
Do Rui Beloso [com V]
Inté
e estamos quase no S. João
Ajtai, Tamás
travail poetique nº 2
Não tem nada de poética
Toda a minha ocupação
Lá se me vai a frenética
Noitada de S. João.
Nem pensar em manjerico
Alho porro ou fogueira
Muito menos bailarico.
É que não vejo maneira!
Balhamedeus!
[A bem dizer isto é brincadeira, excepto a parte da ocupação, essa sim, brava! Mas, confesso que nunca fui festejar o S. João para a rua.]
22 junho, 2010
não sei se havia necessidade (4)
mais parabéns
Kinard, Christy
mary poppins
Parabéns M. Parabéns miúda! Parabéns avó babada.
Um beijo especial e muitos PARABÉNS!
Um beijo especial e muitos PARABÉNS!
21 junho, 2010
sete
Léger, Fernand
la face intérieure
(1953) (litografia)
Ao cuidado de alguns comentadeiros desportivos, em particular do David Borges e do Ribeiro Cristóvão, do treinador Manuel José, de alguns jornalistas catitas e de todos os que enforcam a selecção mesmo antes de ela actuar. De bestiais a bestas e de bestas a bestiais em poucos segundos, porque falta a muito boa gente uns pingos de preocupação ética no exercício de funções comentadeiras, possivelmente bem pagas, em que tecem críticas demasiado subjectivas e numa fraseologia baratita. Vá lá a gente entender porquê.
[refiz o post inicialmente publicado]
[refiz o post inicialmente publicado]
manhã de segunda, mas uma boa semana (36)
Borkowska, Joanna
summer
(2002)
Caetano Veloso, samba de verão
Você viu só que amor Nunca vi coisa assim E passou, nem parou Mas olhou só pra mim Se voltar vou atrás Vou pedir, vou falar Vou dizer que o amor Foi feitinho pra dar Olha... É como o verão Quente o coração Salta de repente Para ver a menina que vem Ela vem, sempre tem Esse mar no olhar E vai ver, tem de ser Nunca tem quem amar Hoje sim, diz que sim Já cansei de esperar Nem parei, nem dormi Só pensando em lhe dar Peço... Mas você não vem, bem Deixo então, falo só Digo ao céu, mas você vem...
[Boa semana. E, vamos lá a ver se o verão também é bom!]
Olha... É como o verão Quente o coração Salta de repente ...
lá lá lá lá lá lá
20 junho, 2010
há domingos assim (7)
Ezcurdia, Juan
the lovers
(2007)
Beethoven - sonata apassionata, 3º and.
piano Vladimir Horowitz
NINGUÉM MEU AMOR
Ninguém meu amor
ninguém como nós conhece o sol
Podem utilizá-lo nos espelhos
apagar com ele
os barcos de papel dos nossos lagos
podem obrigá-lo a parar
à entrada das casas mais baixas
podem ainda fazer
com que a noite gravite
hoje do mesmo lado
Mas ninguém meu amor
ninguém como nós conhece o sol
Até que o sol degole
o horizonte em que um a um
nos deitam
vendando-nos os olhos
Sebastião Alba, ninguém meu amor, a Rosa do Mundo - 2001 poemas para o futuro 2001,738
Um bom dia do senhor para quem passa. :)))
[Agora coloco a música antes das palavras para, pelo menos, ouvirem enquanto lêem! Ah poizé]
19 junho, 2010
poucas palavras
Hoje, na pastelaria onde costumo ir aos Sábados buscar um pão especial e não só, à hora em que a tv transmitia a chegada do corpo de José Saramago ao aeroporto de Figo Maduro:
_ Onde vai ser enterrado? Pergunta-me a funcionária atrás do alto balcão
_ O corpo vai ser cremado. Respondo o mais empenhadamente que posso.
_ Queimado?
_ Cremado, sabe, não sabe?
_ É queimado: ai que não gosto nada dessas coisas de queimar o corpo.
_ Onde vai ser enterrado? Pergunta-me a funcionária atrás do alto balcão
_ O corpo vai ser cremado. Respondo o mais empenhadamente que posso.
_ Queimado?
_ Cremado, sabe, não sabe?
_ É queimado: ai que não gosto nada dessas coisas de queimar o corpo.
parabéns Chico Buarque
Szaggars, Sibylle
for the beauty of you
É uma paixão assolapada e assumida. As inúmeras vezes que aqui o trago só reforçam essa certeza. Além do mais, é lindo de morrer. Faz hoje 66 anos. Muitos parabéns.
Chico Buarque, valsinha
(mais uma vez... e sempre. E esta versão antiga perde em qualidade técnica o que ganha em interpretação.)
sábado de manhã (113)
Jun, Nam Hyo
woman and north Korean flag
(2009)
Hoje a senhora apresenta-se assim, por motivos óbvios.
18 junho, 2010
parabéns x 90
Aïzpiri, Paul
grand bouquet au fond jaune
90 anos completamente autónomos e disponíveis para os outros. Vamos festejar, pois claro!
O ano passado foi assim.
Parabéns também para a um ar de. Há dois anos festejamos com margaridas, de que gosta tanto.
cadeiras prendadas (1)
Paulin, Pierre
mushroom chair
(1963)
Há cadeiras variadas [como a de anatomia]
Há assentos muitos belos [como o de nascimento]
Há cadeiras bem sentadas [como as ancas da Maria]
Há cadeiras cogumelos [como a que apresento]
anúncio
Pretende-se blog que seja basto citado na blogosfera para celebrar contrato de quatro semanas com o branco no branco. Intenta-se que se digladie com o branco no branco, de forma intensa, em linguagem viva, salpicada de vernáculo familiar e com imagens que interpelem visitantes das classes A E I O U. Assunto à escolha. Dá-se preferência a quem tiver um arquivo de comentadores bem etiquetados e tenha ideias cuja grandeza não alinhe sequer em desvios-padrão. Boas perspectivas de subida na lista do sitemeter, de ficar com muita correspondência do branco no branco e de vir a ser comentador de qualquer coisa, num qualquer lugar, sei lá! As intenções são as melhores. Como vou estar bastante ocupada, é possível que, em algumas ocasiões, tenham de postar e responder simultaneamente, mas dá-se a garantia de que aguentarão bem a carga de trabalhos. Por motivos óbvios, não serão aceites nickname, conjunto de iniciais ou nomes muito vulgares do tipo Maria dos Anjos, pelo que, na vigência do contrato, finalmente assinarei como Maria Pulquéria von Krüger da Silva, que este sim, é nome de gente. Todas as operações serão realizadas por ajuste directo. [Nota: aceitam-se soluções que incluam sub-contratações.]
17 junho, 2010
recreio
Sempre gostei de escrever
com palavras a rimar
mas fiz por me esquecer
p'ra não me facilitar
a tarefa que é dizer
o que diz o meu olhar
e tudo o que me vier
à cabeça sem pensar
sem que eu saiba sequer
a razão de começar
quanto mais compreender
quando devo acabar.
Gosto é de improvisar.
E assim foi agora. Terão de ser benevolentes. Foi um dia duro.
com palavras a rimar
mas fiz por me esquecer
p'ra não me facilitar
a tarefa que é dizer
o que diz o meu olhar
e tudo o que me vier
à cabeça sem pensar
sem que eu saiba sequer
a razão de começar
quanto mais compreender
quando devo acabar.
Gosto é de improvisar.
E assim foi agora. Terão de ser benevolentes. Foi um dia duro.
todos temos um umbigo
Auto contemplação, pode ser. Ninguém é perfeito. Ao ler os comentários a este post, saíu-me isto: Malhão é que não se adivinha, não é? Não havendo um vira, não tarda nada há "mazé" um corridinho! Isto é que é uma chula!
Trocadilhos fáceis é o que é!
império da imundície - desabafo
Rutstein, Rebecca
empire of dirt
(2009)
É claro que me revolta a porcaria do mundo. É claro que me revolta o império da imundice. Mas ainda me revolta mais a sostrice pessoal, desnecessária, gratuita que corrompe o próprio e agonia quem com ele se cruza.
Ennio Morriconi, il clan dei siciliani
16 junho, 2010
se fossem gambuzinos era grave, mas como são gaifanas já não é? (2)
Sternberg, Cole
whose country is it
(2009)
Alertada aqui, reproduzo a chamada de atenção: Estes não são os únicos documentos a desaparecer no processo dos submarinos. Um responsável da Comissão Permanente de Contrapartidas disse em tribunal que documentos relativos ao programa de contrapartidas dos submarinos desapareceram da comissão. O Ministério Público já empreendeu também buscas a gabinetes de advogados, nomeadamente à sociedade Sérvulo Correia, que assessorou a Defesa na negociação da compra dos submarinos. O MP esteve também na Uría Menendez, a sociedade para onde se mudou Bernardo Ayala, um dos principais consultores do Estado neste negócio, que na altura trabalhava no escritório de Sérvulo Correia. Os advogados têm invocado sigilo profissional para impedir a entrega dos documentos. A questão está em apreciação nos tribunais superiores. A ser verdade é muito grave, ou não?
espelho meu, espelho meu, há alguém mais bonito do que eu?
Embora sejam completamente diferentes, ao rever este vídeo, lembrei-me do que agora publico e que tem por base o trabalho Espelhos Matriciais:
A descrição do projecto. A galeria (basta carregar no play).
Renato Roque, espelhos matriciais.
[Para ver os rostos todos só vendo 4 vezes, digo eu...]
Curiosidade: alguns (poucos) rostos que aparecem neste vídeo são de pessoas minhas conhecidas.
Mais informação sobre o projecto espelhos matriciais no blog do autor Renato Roque, "Uma espécie de blog a partir da fotografia", sobretudo no post 2010-04 - La câmara de Pandora, de 27 Abril de 2010 (não sei fazer o link só para este post), que inclui a seguinte composição fotográfica, que reproduz o retrato médio das mulheres e o retrato médio dos homens:
15 junho, 2010
desabafo que não empata nem desempata, mas alivia
Não percebo quem vem falar de Scolari. Que fez o Scolari de especial em Portugal, além de ter reintroduzido modos medievos na abordagem da selecção? Mas gostavam de ver o país de lágrima fácil e berro histérico agarrado à srª do Caravaggio? E, vendo bem, apesar de ter apanhado uma leva de bons jogadores, apesar de ter jogado "em casa", apesar de ter herdado um núcleo de jogadores rotinados e vencedores da Champions, Scolari não ganhou nada. Nada. Mesmo que se olhe para estas coisas com o critério único do resultado desportivo objectivo e sem discussão, em Portugal, Scolari não ganhou nada.
coisas assim, interessantes
A Coisas Assim convida para o lançamento da MONTRA DE AUTOR de Irene Ferreira da Silva que terá lugar no dia 18 de Junho, pelas 18,30h e que contará com a presença da artista.
Designer de formação, neste projecto, Irene Ferreira da Silva cruza as fronteiras da conceptualização tradicional do Patchwork com uma postura contemporânea, mais urbanizada, resultado dum evidente fascínio pelos tecidos, cores, e pelas qualidades tácteis das texturas.
As suas peças são esculturas/objectos e outras de uso comum, numa combinação inesperada de materiais, a criar ambientes algo insólitos.
A par com um trabalho de grande rigor técnico, a artista explora efeitos estéticos numa atitude experimental, fazendo a apropriação de alguns objectos do quotidiano; subverte a sua aparência sublinhando-lhe a forma e transformando-lhe a superfície, tornando-os personagens dum cenário excessivo, onde o olhar se prende em cada pormenor desta cenografia extravagante feita de comuns pedaços têxteis.
Curriculum de Irene Ferreira da Silv:
Nasceu no Porto em 1963.
Licenciada em Design de Comunicação pela ESBAP.
Trabalhou como Designer na Nortimagem em 1987.
Foi convidada pelo designer irlandês Peter Dabinett a fazer um estágio na Irlanda após ter colaborado com ele, em Portugal, num projecto para a Coelima que efectuou em 1988. Esse estágio realizou-se na KDW (Kilkenny Design Workshops), organismo estatal de Design irlandês.
Regressada a Portugal, passa a colaborar com a Imaginato, desenvolvendo vários projectos. Faz trabalho em patchwork para a loja GG, na Av. da Boavista, Porto.
Como free-lancer, desenvolve catálogos para as Porcelanas da Costa Verde, parte da imagem gráfica da colecção de Isabel Rente (estilista), embalagens da marca de roupa Easy Boys e Lameirinho. Passa a fazer a imagem gráfica do grupo InWear.
Durante os anos de 1995/6 assume, juntamente com Rita Pais, a decoração das montras das lojas Pinto’s, da Rua Sta Catarina e CC Cidade do Porto. ganham o prémio de melhor montra..
Em 1997/8 cria com Susana Macedo uma firma de pijamas e boxers, a 100%.
Desenvolve ainda a imagem gráfica da firma e dos produtos alimentares da Terraquente e desenha os padrões da roupa de bebé da Clouds.
Em 2005 decide regressar ao patchwork. Em Novembro de 2006 expõe no Mercado Ferreira Borges. Desde essa altura faz vários trabalhos em patchwork, alguns utilizando técnicas mistas, e dá formação.
Licenciada em Design de Comunicação pela ESBAP.
Trabalhou como Designer na Nortimagem em 1987.
Foi convidada pelo designer irlandês Peter Dabinett a fazer um estágio na Irlanda após ter colaborado com ele, em Portugal, num projecto para a Coelima que efectuou em 1988. Esse estágio realizou-se na KDW (Kilkenny Design Workshops), organismo estatal de Design irlandês.
Regressada a Portugal, passa a colaborar com a Imaginato, desenvolvendo vários projectos. Faz trabalho em patchwork para a loja GG, na Av. da Boavista, Porto.
Como free-lancer, desenvolve catálogos para as Porcelanas da Costa Verde, parte da imagem gráfica da colecção de Isabel Rente (estilista), embalagens da marca de roupa Easy Boys e Lameirinho. Passa a fazer a imagem gráfica do grupo InWear.
Durante os anos de 1995/6 assume, juntamente com Rita Pais, a decoração das montras das lojas Pinto’s, da Rua Sta Catarina e CC Cidade do Porto. ganham o prémio de melhor montra..
Em 1997/8 cria com Susana Macedo uma firma de pijamas e boxers, a 100%.
Desenvolve ainda a imagem gráfica da firma e dos produtos alimentares da Terraquente e desenha os padrões da roupa de bebé da Clouds.
Em 2005 decide regressar ao patchwork. Em Novembro de 2006 expõe no Mercado Ferreira Borges. Desde essa altura faz vários trabalhos em patchwork, alguns utilizando técnicas mistas, e dá formação.
COISAS ASSIM,Lda
Edifício (e)motion -Rua Conselheiro Costa Braga,nº337-450-102 Matosinhos
telefone: 229383639 telémoveis:918738574/966723905 /938540704
site: www.coisasassim.com
informações actualizadas- http://coisasassim337.blogspot.com/
nacos que não são cacos
Parke, Melanie
three roses
Confesso: gosto muito da terça-feira. Porquê? Isso, nem às paredes...! :)))
Chico Buarque & Zizi Possi, pedaço de mim
Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar
Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais
Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu
Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi
Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus
Chico Buarque
Boa terça-feira!
14 junho, 2010
manhã de segunda, mas uma boa semana (35)
Prakash, Ella
love & joy
The mamas and the papas, monday monday
Monday Monday, so good to me,
Monday Monday, it was all I hoped it would be
Oh Monday morning, Monday morning couldn't guarantee
That Monday evening you would still be here with me.
Monday Monday, can't trust that day,
Monday Monday, sometimes it just turns out that way
Oh Monday morning, you gave me no warning of what was to be
Oh Monday Monday, how yould cou leave and not take me.
Every other day, every other day,
Every other day of the week is fine, yeah
But whenever Monday comes, but whenever Monday comes
You can find me cryin' all of the time
Monday Monday, so good to me,
Monday Monday, it was all I hoped it would be
Oh Monday morning, Monday morning couldn't guarantee
That Monday evening you would still be here with me.
Every other day, every other day,
Every other day of the week is fine, yeah
But whenever Monday comes, but whenever Monday comes
You can find me cryin' all of the time
Monday Monday, ...
Vamos lá a trautear o velhinho e light monday monday, enquanto meneiam as cabecitas e saracoteiam o resto do corpinho, que tristezas não pagam dívidas, muito menos conjunturas perigosas, embaraços e desacordos e, manifestar leveza e vigor, não é nada mau para enfrentar semanas menos promissoras, jogos de futebol em barda, crises de tamanho LLL, e o mais que vier...
Ohhhh! uma semana alegre e amorosa! :)))
13 junho, 2010
há domingos assim (6)
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Ialent, Antonio
primavera ima Abruzzo II
George Winston, longing love
X
De onde me chegam palavras?
Nunca houve palavras para gritar a tua ausência
Apenas o coração
pulsando a solidão antes de ti
quando o teu rosto doía no meu rosto e eu descobri as minhas mãos
sem as tuas
e os teus olhos não eram mais que o lugar escondido onde a primavera
refaz o seu vestido de corolas.
E não havia um nome para a tua ausência.
Mas tu vieste.
Joaquim Pessoa, o corpo, os olhos de Isa , Litexa Portugal, 1982
12 junho, 2010
boa vizinhança (4)
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Montagem (mais do que artesanal ... pois se foi feita por mim num simples powerpoint 2003) de vinte quadros de Josef Albers, homage to the square (com alguns estudos e variações) a maior parte do inicio da década de 60, do séc. XX.
Para a Sofia Loureiro dos Santos do blog Defender o Quadrado, blog que eu não dispenso e de que gosto muito. Só raramente não me identifico com a substância do que escreve, mas, mesmo quando não concordo, louvo-lhe na mesma a honestidade intelectual, a frontalidade elegante, a tentativa de rigor e de isenção, o pensamento sem viés e o seu olhar nada corriqueiro sobre o que se passa. Ora vão lá espreitar. Além do mais os temas são muito variados.
[Tinha este material e muito outro preparado há muito, para dar sequência às minhas blogomenagens. Mas este propósito está a tornar-se difícil de cumprir e divergi para esta boa vizinhança]
11 junho, 2010
p'ra melhor está bem está bem, p´ra pior já basta assim
Mexi nisto. Sem saber como. Sem tempo para ... fica assim. Mas que mania eu tenho de ver como é! Alguém me sabe dizer se se pode voltar atrás (sem dar muito trabalho, claro)
cacos
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Lvneh, Y.
spring
(2009)
Está quase a acabar. Em breve, verão.
[Quanto às minhas ocupações excessivas (e não só, que isto está bastante escaqueirado, escavacado e encavacado) vamos acreditar activamente na sabedoria pop que nos diz que não há mal que sempre dure, nem bem que tanto ature. ou vice-versa?...]
10 junho, 2010
dezversos
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Martin, K.
chance, order, change 18
(1981)
As armas e os barados assinalões
Que, da ocidental prana lusitaia,
Por mares nunca dados navegantes,
Passaram ainda alana da Taprobém,
Em perigos e guerrados esforcerras
Mais do que prometia a fana humorça,
E entre gente remaram edificota
Novo reino que taram sublimanto;
Não sei porquê, em miúda, decorei a primeira estrofe de Os Lusíadas nos preparos que vos apresento: trocando, entre si, as últimas sílabas das penúltima e última palavras de cada verso. Francamente não sei qual é a piada. Coisas de uma cabecita improdutivamente desassossegada. Mas, como me parece que anda tudo um bocado de pernas para o ar, não só aqui no nosso aniversariante rectângulo, mas também por esse velho continente fora, aqui fica o disparate. Se puderem, sorriam. :)))
my beautiful blue country - Alfredo Keil/Luís Pipa
Vídeo a partir de fotografias de aluafutua
[Eu sei que ainda postei este vídeo há pouco tempo, mas como tem tudo a ver... e a ouvir ...]
my beautiful blue country - Alfredo Keil/Luís Pipa
Vídeo a partir de fotografias de aluafutua
[Eu sei que ainda postei este vídeo há pouco tempo, mas como tem tudo a ver... e a ouvir ...]
09 junho, 2010
ai góta a filin de que o tempo está mau e é escasso
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Clarisse L.
bright flowers in a vase, a yellow chair beyond
Arranjei o Tzero o melhor que pude. Sentem-se, estejam à vontade, folheiem uns post antigos e vejam a prestação do Bobby McFerrin a propósito de um I've got a feeling que se pode ouvir e que escolhi especialmente.
Bobby McFerrin - I've got a feeling (não tem nada a ver com o que estão a pensar: ora vejam, que eu não ia azucrinar as vossas lindas cabecinhas)
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08 junho, 2010
07 junho, 2010
manhã de segunda, mas uma boa semana (34)
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Friedman, W.
white on white
(2007)
Janis Joplin, piece of my heart
Mesmo preso a muitos compromissos, o branco no branco deseja a todos uma boa semana, suas pieces of my heart! :))))
05 junho, 2010
02 junho, 2010
bis bald
01 junho, 2010
primeira terça do sexto
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Riley, B.
June
(1992)
Dizem que "Junho floreiro, paraíso verdadeiro". Oh pah, não sei se é verdade, mas que dava jeito, não o nego. Um bom começo de mês, e tudo e tudo e tudo.
[Este post chega um pouco atrasado porque ontem eu estava sehr müde... o que, aliás, ainda é bem visível.]
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