Earley, L.
journey of hope I
(s/ data)
SONETO
Acusam-me de mágoa e desalento,
como se toda a pena dos meus versos
não fosse carne vossa, homens dispersos,
e a minha dor a tua, pensamento.
Hei-de cantar-vos a beleza de um dia,
quando a luz que não nego abrir o escuro
da noite que nos cerca como um muro,
e chegares a teus reinos, alegria.
Entretanto, deixai que me não cale:
até que o muro fenda, a treva estale,
seja a tristeza o vinho da vingança.
A minha voz de morte é a voz da luta:
se quem confia a própria dor perscruta,
maior glória tem em ter esperança.
Carlos Oliveira
[Com os olhos bem abertos e tentando ver bem longe. Às urtigas quem só olha para o umbigo e não tem um horizonte sensível que mais alguém veja.]
8 comentários:
e umas lágrimas não??
bom fim de semana!
Boa memória
Porque o horizonte está onde estão os nossos olhos.
"...até que o muro fenda..."
Vamos a isso!
Um beijo
MdSol
Vou-me embora, comovido e grato pelo que me ofereceu aqui.
Hoje assino-me como
Um anti "ars gratia artes"
Um grande escritor, de quem tenho a obra completa.
Beijinho
Assim é que é falar.
Cair pode não ser a nossa escolha, mas levantarmo-nos é sempre nossa escolha.
Beijos
Paula
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