22 dezembro, 2008

porque é que não há presépio no branco no branco (5)

Sem estábulo, sem ovelhinhas, sem a vaquinha, sem o burrinho, foi com muita angústia nos passos que o branco no branco foi falar com o S. José! Encontramo-lo na oficina, entre inchós e plainas, sempre afável mas com um ar diferente do habitual. Não parecia angustiado. Aliviado também não seria o caso. Calmo e sereno pediu para não ser fotografado e disse:
_Vou ser rápido. A minha decisão está amadurecida. Não vou para o presépio de maneira nenhuma. Sabe, já há muito que me incomodava a atitude complacente que têm comigo, como se eu aceitasse tudo, mesmo quando as histórias não batem lá muito bem! Isso eu ia aguentado porque a família para mim é sagrada, mas, ultimamente, ficou-me muito claro que, afinal, ser pai afectivo é qualquer coisa que as instituições não apreciam nem admitem. É simpático e tal, mas na hora da verdade ... Eu sei que, no caso do presépio, o Baltasar é um rei Mago simpático que traz a mirra, contudo, não me sai da cabeça que me pode aparecer à frente outro qualquer Baltasar a reclamar a paternidade da criança. E com que cara fico eu? Que poderia um simples carpinteiro como eu? Ainda para mais eu teria de procurar cidadãos do além para minhas testemunhas... E, pensando bem, também não gostava nada que a criança tivesse dois nomes e andasse de Anás para Caifás nessas bolandas pseudo qualquer coisa!
O branco no branco não insistiu. Também não temos S. José. A realização do presépio está cada vez mais comprometida aqui no branco no branco...

11 comentários:

António Torres disse...

A crise, a crise...
Nem a ovelha choné aceita colaborar?
:-)))

cristal disse...

E cá estou eu à espera do que vão dizer a Maria e o Menino!!! Muito será, sem dúvida. Se esta do José está divina o que não estará a ser preparado para as figuras que faltam...

António Torres disse...

Que lindo "não-presépio"...
:-))))

anamar disse...

Ah, mdsol, nada como a doença para exacerbar a sua escrita e deleitar-se entre a ficção e a realidade!!
Já estou a imaginar o seu presépio,tipo Branca de Neve e os Sete Anões de João Cesar Monteiro...
Abracinho
P.S.claro que a escrita está em si, só agora há tempo para ela...

Tinta Azul disse...

Eu acho é que as figurinhas foram todas para Belém.

[para a exposição dos presépios da Primeira Dama - quem os levou, isso já não sei!]

:)))

Juani disse...

has buscado en google, yo he encontrado un monton, espero que estes mejor de tu resfriado
saluditos navideños :))

Carminda Pinho disse...

Presépio? Natal? S. José? Hummm...
eu acho que houve alguém que se enganou no calendário. Já devemos estar em Fevereiro, é carnaval, e tudo isto não passa de uma brincadeira:(

Beijos, e as melhoras da gripe, que anda por aqui a rondar, também.

Vanessa V. disse...

Eu arrisco-me a dizer que a crise já chegou à blogosfera e não temos direito a presépio...

Gostei imenso do teu blog!

Myriade disse...

:)))) a ver, a ver, e a Maria ??!!

Unknown disse...

quem precisa de presépio? a este texto só falta a estrela no parágrafo inicial...

Anónimo disse...

ahh grande texto! tavamos a falar de amor incondicional e paternidades.. tás a insinuar q deus n pode reclamar jesus? levá-lo para si? apesar de bom pai q josé foi?

pois pois para pensar