31 dezembro, 2008
um ano bom ...
Sanna, Matteo
embrace me*
(2007)
P'ra todos um ano bom
Desejo "with love",
Abraço do coração!**
Tenham bom 2009!
* Para levar à letra só com quem de direito (rsrsrsrs)
** Para rimar têm de ler com sotaque do Porto...
:)
cheios de vazios...
Zimmermann, P.
void
(2008)
Ah! Ser indiferente!
É do alto do poder da sua indiferença
Que os chefes dos chefes dominam o mundo.
Ser alheio até a si mesmo!
É do alto do sentir desse alheamento
Que os mestres dos santos dominam o mundo.
Ser esquecido de que se existe!
É do alto do pensar desse esquecer
Que os deuses dos deuses dominam o mundo.
(Não ouvi o que dizias...
Ouvi só a música, e nem essa ouvi...
Tocavas e falavas ao mesmo tempo?
Sim, creio que tocavas e falavas ao mesmo tempo...
Com quem?
Com alguém em quem tudo acaba no dormir do mundo...)
Fernando Pessoa, poemas de Álvaro de Campos, 1935
Philip Glass, Satyagraha (evening song)
30 dezembro, 2008
Médio Oriente e observação
Manheim, M. P.
boys at the Wall, Jerusalem
Lieshout, E. v.
Gaza surfers
(2007)
O que vejo no Médio Oriente aflige-me, sobressalta-me desde há muito tempo... Do que leio, nomeadamente nos blogs, parece-me que se cometem alguns erros do ponto de vista do observador:
- erro de abreviação
- perda da parte "mediana" da mensagem
- simetria
- aumento de contraste
- assimilação às primeiras observações
- assimilação à mensagem esperada
- assimilação à própria atitude
- assimilação às mensagens anteriores, recompensadas ou punidas
- retorno às codificações anteriores
- contaminação (efeito de halo)
- estrutura teórica de referência!
Presidente da República e E. A. dos Açores...*
Morris L.
pillar of risk
(1961)
Eu que não entendo nada de política, muito menos de tricas políticas, mas ouço as notícias e as comunicações ao país, muito humildemente acho que, no caso do estatuto de autonomia dos Açores, o sr. Presidente da República jogou, arriscou e.... perdeu! Outra questão é ... ter perdido toda a gente! Há "jogos" assim, em que todos perdem!
* by the way
quem vai à guerra pelo menos deve ter os músculos do braço, os 20 músculos do antebraço e os músculos da mão devidamente trabalhados... para depois não amuar...
* by the way
quem vai à guerra pelo menos deve ter os músculos do braço, os 20 músculos do antebraço e os músculos da mão devidamente trabalhados... para depois não amuar...
29 dezembro, 2008
onde páram os limites?
Iranna, G. R.
there is no borders
(2007)
LITANIA DE SOMBRA
Não perguntem nada: nós estamos dentro
Do aro de frio, no frio do muro,
Tão longe, tão longe da feira do Tempo!
Não perguntem nada.
Nós estamos mudos.
Puseram açaimes nas ventas do vento,
Ergueram açudes nas águas do mar...
Não perguntem nada: nós estamos dentro,
Ou fora de tudo.
Não perguntem nada.
Tumulto na estrada? O bicho na concha.
Miséria na casa? O farol na montra.
Não perguntem nada, não perguntem nada:
há sempre gládios
e ríspida sombra.
Não perguntem nada: as razões são longas.
Não perguntem nada: as razões são tristes.
Não perguntem nada: nós estamos contra.
E talvez perdidos.
E talvez perdidos.
David Mourão Ferreira
Katie Melua - It's only pain
28 dezembro, 2008
é o ser humano ...
trégua natalícia
Collin Raye, It Could Happen Again
Through the smoke filled night silence rose from both sides
Across a bloody battlefield
It was a cold Christmas Eve in 1914
To those who were there, it seemed unreal
As time was still the spirit moved the soldiers
To lay down their arms and raise their voice in song
And pretend for a while the war was over
If it could happened then, it could happen again
A world torn apart could join hands and hearts
To celebrate his birth and peace on this Earth
If for one magic night we could find again a reason not to fight
Maybe there's a chance; This time it might last.
As opposing sides approached through broken words they spoke
It wasn't long before they felt at ease
They shared their cigarettes, what they had they used as gifts
They didn't feel like enemies
With candles lit they stood shoulder to shoulder
And on that field they found true common ground
And as they prayed they dreamed the war was over
If it could happened then, it could happen again
A world torn apart could join hands and hearts
To celebrate his birth and peace on this Earth
If for one magic night we could find again a reason not to fight
Maybe there's a chance; This time it might last.
If it could happened then, it could happen again.
[contra a corrente das notícias que nos chegam de muitos lugares ...]
Collin Raye, It Could Happen Again
(Narration: One frozen night in 1914, at the height of World War I, the unthinkable happened: all along the entire western front, the British and German soldiers lay down their weapons, an unofficial cease fire, to celebrate Christmas Eve together. They exchanged gifts, and saw each other as brothers, and that peace lasted for two more days, when they were ordered back to battle. In those few days, though, men remembered the reason for Christmas amongst the devastation, and it's a story that should never be forgotten.)
Through the smoke filled night silence rose from both sides
Across a bloody battlefield
It was a cold Christmas Eve in 1914
To those who were there, it seemed unreal
As time was still the spirit moved the soldiers
To lay down their arms and raise their voice in song
And pretend for a while the war was over
If it could happened then, it could happen again
A world torn apart could join hands and hearts
To celebrate his birth and peace on this Earth
If for one magic night we could find again a reason not to fight
Maybe there's a chance; This time it might last.
As opposing sides approached through broken words they spoke
It wasn't long before they felt at ease
They shared their cigarettes, what they had they used as gifts
They didn't feel like enemies
With candles lit they stood shoulder to shoulder
And on that field they found true common ground
And as they prayed they dreamed the war was over
If it could happened then, it could happen again
A world torn apart could join hands and hearts
To celebrate his birth and peace on this Earth
If for one magic night we could find again a reason not to fight
Maybe there's a chance; This time it might last.
If it could happened then, it could happen again.
[contra a corrente das notícias que nos chegam de muitos lugares ...]
hard news
Blow, S.
hard news
cirurgias devastadoras; 140
operações suicidas
tensão aumenta
10 maiores crises ...2008
não, não falo da epidemia moderada (?) de gripe
Tom Waits, the piano has been drinking (not me)
27 dezembro, 2008
saudades tranquilas ...
26 dezembro, 2008
25 dezembro, 2008
copy and past (não integral)
24 dezembro, 2008
está quase... (8)
Dubuffet, J.
childbirth
(march 1944)
O menino era o único que estava disposto a comparecer ao presépio. Comoção no branco no branco, está bom de ver... A inocência ainda permite a centração no essencial. O que mais desconcertou o branco no branco foi uma das razões que o menino invocou: antes num estábulo sem condições do que numa casa má, muito menos se for pia!
...
E, limitado pelas sequelas desta gripe/constipação/enxaqueca, o branco no branco termina o seu "não-presépio" (como alguém teve a originalidade de chamar) tendo bem presente todos os meninos e meninas abusados seja de que maneira for.
O menino Jesus é uma boa recordação de infância, aqui no branco no branco!
Desejo a todos os que por aqui passam uns dias muito bons, sejam de festa ou não.
:))))))))
...
E, limitado pelas sequelas desta gripe/constipação/enxaqueca, o branco no branco termina o seu "não-presépio" (como alguém teve a originalidade de chamar) tendo bem presente todos os meninos e meninas abusados seja de que maneira for.
O menino Jesus é uma boa recordação de infância, aqui no branco no branco!
Desejo a todos os que por aqui passam uns dias muito bons, sejam de festa ou não.
:))))))))
porque é que não há presépio no branco no branco (7)
Shieh, Wilson
mother
(2005)
A Maria prevista para a participação no presépio, (em boa verdade, a dona Eufémia da Consolação de Deus Regalado) manifesta o aspecto de quem está preparada para desempenhar cabalmente o seu papel no esperado presépio. Mas, só aparentemente. Abordada pelo branco no branco, com os cuidados e as precauções necessárias para amenizar o choque quando soubesse que não havia estábulo nem aquecimento, a Maria não deixou adiantar grande conversa.
_ Olhe, a tradição já não é o que era. Essa é que é essa! Isso da falta de condições para dar à luz, nos tempos que correm, não tem a ver com nada e, desde a demissão do outro ministro que eu sei muito bem que vale a pena refilar nas questões ligadas à saúde. Já viu o impacto quando as televisões passam "notícias" com bombeiros comovidos por terem assistido um parto, no meio da Aquase9? Aliás, se eu represento a verdadeira Madonna, não percebo porque é que outras têm todas as condições e eu hei-de continuar naquela penúria.
E prossegue:
_Este ano quero ir para um hospital a tempo e horas, sem a conversa da falta de camas, quero epidural e, depois do parto, ficar estendidinha na cama. Bolas, já viu o que é passar horas e horas dno presépio de joelhos e mãos postas? Às vezes as cãibras eram mais que muitas e via-me perdida para dar a mama ao pimpolho! Também nada de palhinhas. Estou farta de alergias ao pó e de febres do feno! Ah e fraldinhas descartáveis e babygrows de marca.
Mas, Maria (dona Eufémia da Consolação) logo este ano que estamos em crise? Aqui no branco no branco compreendemos esssas exigências, mas este ano estamos em recessão, assunto de preocupação internacional! Até há quem diga que podemos chegar à depressão!
_ Deprimida fico eu se vou para o presépio! Se já estou a ficar deprimida só com a ideia! E deixe-me que lhe diga, os promotores do evento também andam com falta de imaginação!
_Como assim? perguntou o branco no branco, completamente surpreendido com o tom e o conteúdo da conversa.
_ Sou ou não figura pública? Aquilo lá no presépio não é só mirones? Então, tirem partido disso. Porque não arranjam um patrocínio? Podem sempre transformar o acontecimento num programa de televisão, vender as primeiras fotografias do pimpolho para a revista "Trombas" e juntar isso à promoção de uma nova clínica privada. Não é todos os dias que uma Madonna dá à luz! Aliás, acho que poderiam propor-me à EDP para rosto da empresa! Eu, por mim, mal o Jesus Maria nasça, não me importo nada de fazer uns anúncios. Acho que não terei menos jeito para essas coisas do que outras, sejam as casadas com a cultura, com o teatro, com a filosofia, com o cinema, com o mundo do espectáculo em geral!
O branco no branco não insistiu. Qual virgem qual carapuça! Isto está transformado numa feira...
(to be continued se a dor de cabeça deixar... )
_ Olhe, a tradição já não é o que era. Essa é que é essa! Isso da falta de condições para dar à luz, nos tempos que correm, não tem a ver com nada e, desde a demissão do outro ministro que eu sei muito bem que vale a pena refilar nas questões ligadas à saúde. Já viu o impacto quando as televisões passam "notícias" com bombeiros comovidos por terem assistido um parto, no meio da Aquase9? Aliás, se eu represento a verdadeira Madonna, não percebo porque é que outras têm todas as condições e eu hei-de continuar naquela penúria.
E prossegue:
_Este ano quero ir para um hospital a tempo e horas, sem a conversa da falta de camas, quero epidural e, depois do parto, ficar estendidinha na cama. Bolas, já viu o que é passar horas e horas dno presépio de joelhos e mãos postas? Às vezes as cãibras eram mais que muitas e via-me perdida para dar a mama ao pimpolho! Também nada de palhinhas. Estou farta de alergias ao pó e de febres do feno! Ah e fraldinhas descartáveis e babygrows de marca.
Mas, Maria (dona Eufémia da Consolação) logo este ano que estamos em crise? Aqui no branco no branco compreendemos esssas exigências, mas este ano estamos em recessão, assunto de preocupação internacional! Até há quem diga que podemos chegar à depressão!
_ Deprimida fico eu se vou para o presépio! Se já estou a ficar deprimida só com a ideia! E deixe-me que lhe diga, os promotores do evento também andam com falta de imaginação!
_Como assim? perguntou o branco no branco, completamente surpreendido com o tom e o conteúdo da conversa.
_ Sou ou não figura pública? Aquilo lá no presépio não é só mirones? Então, tirem partido disso. Porque não arranjam um patrocínio? Podem sempre transformar o acontecimento num programa de televisão, vender as primeiras fotografias do pimpolho para a revista "Trombas" e juntar isso à promoção de uma nova clínica privada. Não é todos os dias que uma Madonna dá à luz! Aliás, acho que poderiam propor-me à EDP para rosto da empresa! Eu, por mim, mal o Jesus Maria nasça, não me importo nada de fazer uns anúncios. Acho que não terei menos jeito para essas coisas do que outras, sejam as casadas com a cultura, com o teatro, com a filosofia, com o cinema, com o mundo do espectáculo em geral!
O branco no branco não insistiu. Qual virgem qual carapuça! Isto está transformado numa feira...
(to be continued se a dor de cabeça deixar... )
23 dezembro, 2008
porque é que não há presépio no branco no branco (6)
Squidge Liljeblad Davis
small angel with halo
O ar do anjo define tudo o que o branco no branco sentiu mal se aproximou. Sabendo ao que íamos, disse em tom pouco angelical:
_ Presépio, n-em pen-sar. Até tenho a aura arrepiada!
O branco no branco não estava a perceber e admite que esperava do Anjo uma posição pouco ligada às questões terrenas, algum alheamento que o virasse para as bandas do etéreo. Mas, qual quê! O Anjo não só estava informado como muito incomodado. O branco no branco, com calma, foi dizendo ao Anjo que a posição dele é muito diferente, que o Anjo fica acima dos restantes participantes, enfim...
_ Pois fico acima, fico! Ainda por cima, preciso de um banco para subir para o meu lugar. Não vou e estou magoado. Como quer que vá para o presépio ter papos de anjo e irradiar luz? Como? Estou a falar muito a sério.
O branco no branco não estava mesmo a entender... Mas afinal o que se passou que o incomoda tanto?
_ Já viu a minha aura? Arrepiada, mirrada, quase que desapareceu. E porquê? Comecei a fazer noitadas? A estoirar o meu capital espiritual em borgas e más companhias? Não! E que acontece? O meu capital está de rastos... Como vou arranjar ovos para os papos de anjo? E energia para irradiar luz? Eu a julgar que tinha o capital em sítio seguro, o mais que arrisquei foram uns investimentos em energias alternativas, diversifiquei os locais de armazenamento e olhe, uns vendilhões a dizerem que me colocavam o capital num paraíso (o que eu achei bem) e levaram-mo para um buraco de onde não vejo modo de o resgatar. E, não me venham com conversa, a minha aura era jeitosa mas não era uma grande aura! A aura de um anjo de presépio não se compara com a aura de um profeta (sempre são portavozes, têm empresas de comunicação,) nem com a aura dos santos que, mediadores junto da corte celestial, sempre têm oportunidade de fazerem de recoveiros, (levar e trazer se bem me faço entender) nem com a dos arcanjos que cercam o centro do poder. E esses não os vejo eu a mirrar!
_É que que nem os tipos da Ovos Day se salvaram. Não, este ano, da minha parte, nada de papos de anjo no presépio nem de irradiações de luz. Este ano, nem pensar... Chegaram a dizer-me que ia ter um rendeiro acima da média! Até tenho vergonha do que se passa com o negócio dos ovos. Eu sou anjo, não sou anjinho!
Não adianta. Também sem anjo, o presépio aqui no branco no branco, fica mais impossível!
_ Presépio, n-em pen-sar. Até tenho a aura arrepiada!
O branco no branco não estava a perceber e admite que esperava do Anjo uma posição pouco ligada às questões terrenas, algum alheamento que o virasse para as bandas do etéreo. Mas, qual quê! O Anjo não só estava informado como muito incomodado. O branco no branco, com calma, foi dizendo ao Anjo que a posição dele é muito diferente, que o Anjo fica acima dos restantes participantes, enfim...
_ Pois fico acima, fico! Ainda por cima, preciso de um banco para subir para o meu lugar. Não vou e estou magoado. Como quer que vá para o presépio ter papos de anjo e irradiar luz? Como? Estou a falar muito a sério.
O branco no branco não estava mesmo a entender... Mas afinal o que se passou que o incomoda tanto?
_ Já viu a minha aura? Arrepiada, mirrada, quase que desapareceu. E porquê? Comecei a fazer noitadas? A estoirar o meu capital espiritual em borgas e más companhias? Não! E que acontece? O meu capital está de rastos... Como vou arranjar ovos para os papos de anjo? E energia para irradiar luz? Eu a julgar que tinha o capital em sítio seguro, o mais que arrisquei foram uns investimentos em energias alternativas, diversifiquei os locais de armazenamento e olhe, uns vendilhões a dizerem que me colocavam o capital num paraíso (o que eu achei bem) e levaram-mo para um buraco de onde não vejo modo de o resgatar. E, não me venham com conversa, a minha aura era jeitosa mas não era uma grande aura! A aura de um anjo de presépio não se compara com a aura de um profeta (sempre são portavozes, têm empresas de comunicação,) nem com a aura dos santos que, mediadores junto da corte celestial, sempre têm oportunidade de fazerem de recoveiros, (levar e trazer se bem me faço entender) nem com a dos arcanjos que cercam o centro do poder. E esses não os vejo eu a mirrar!
_É que que nem os tipos da Ovos Day se salvaram. Não, este ano, da minha parte, nada de papos de anjo no presépio nem de irradiações de luz. Este ano, nem pensar... Chegaram a dizer-me que ia ter um rendeiro acima da média! Até tenho vergonha do que se passa com o negócio dos ovos. Eu sou anjo, não sou anjinho!
Não adianta. Também sem anjo, o presépio aqui no branco no branco, fica mais impossível!
22 dezembro, 2008
porque é que não há presépio no branco no branco (5)
Sem estábulo, sem ovelhinhas, sem a vaquinha, sem o burrinho, foi com muita angústia nos passos que o branco no branco foi falar com o S. José! Encontramo-lo na oficina, entre inchós e plainas, sempre afável mas com um ar diferente do habitual. Não parecia angustiado. Aliviado também não seria o caso. Calmo e sereno pediu para não ser fotografado e disse:
_Vou ser rápido. A minha decisão está amadurecida. Não vou para o presépio de maneira nenhuma. Sabe, já há muito que me incomodava a atitude complacente que têm comigo, como se eu aceitasse tudo, mesmo quando as histórias não batem lá muito bem! Isso eu ia aguentado porque a família para mim é sagrada, mas, ultimamente, ficou-me muito claro que, afinal, ser pai afectivo é qualquer coisa que as instituições não apreciam nem admitem. É simpático e tal, mas na hora da verdade ... Eu sei que, no caso do presépio, o Baltasar é um rei Mago simpático que traz a mirra, contudo, não me sai da cabeça que me pode aparecer à frente outro qualquer Baltasar a reclamar a paternidade da criança. E com que cara fico eu? Que poderia um simples carpinteiro como eu? Ainda para mais eu teria de procurar cidadãos do além para minhas testemunhas... E, pensando bem, também não gostava nada que a criança tivesse dois nomes e andasse de Anás para Caifás nessas bolandas pseudo qualquer coisa!
O branco no branco não insistiu. Também não temos S. José. A realização do presépio está cada vez mais comprometida aqui no branco no branco...incha, desincha e passa
Kalman, M.
keep calm and carry on
(2007)
Post com toda a minha amabilidade para todos os que, como eu, não gostam desta época, lhe irritam os dlins dlins dlins omnipresentes, as luzinhas indecisas a piscar, gente desenfreada a comprar o que lhe sai à frente, crianças mimadas a pedir o que os pais inseguros não devem dar mas a publicidade exige, sorrisos porque faz parte, iniciativas cheias de show-off para os "desprotegidos" da vida, as estatísticas dos mortos na estrada, o modo esponjoso como se ouvem votos de boas-festas que, sabemos bem, no mínimo têm por trás um "está bem abelha, quero que vás morrer longe"... para todos os que, como eu, não gostam disto e de outras coisas e não têm hipótese de ir dar uma volta, esperar que passe e voltar depois. Eu confesso que não gosto mesmo nada desta época, mas, ainda assim, admito que há momentos interessantes... quando certas pessoas armadas em duronas se "desmancham" um bocadinho nesta altura... Há cada natalino e cada natalina... pffff
[ ok. já sei que nem tudo é péssimo... ok. eu sei...mas a mim pende-me mais para este lado...]
[ ok. já sei que nem tudo é péssimo... ok. eu sei...mas a mim pende-me mais para este lado...]
porque é que não há presépio no branco no branco (4)
Goya, Francisco
asta su abuelo
(1890)
O branco no branco confessa que, quando foi ter com o burro, as expectativas cambaleavam de tanta ambivalência. Por um lado, e dadas as circunstâncias criadas pelas respostas anteriores, as expectativas de colaboração eram muito pequeninas. Por outro lado, burro é burro e poderia sempre querer fazer jus à sua proclamada teimosia e querer continuar a tradição dos seus avós, de participar activamente no aquecimento do ambiente do presépio.
Encontramos o burro a ler o que deixou o branco no branco logo de pulga atrás da orelha! (não é para fazer trocadilho com orelhas de burro). O burro tomou logo a iniciativa da conversa.
_Não! Não, não e não! Isto antes de o branco no branco dizer palavra!
_Não vou para o presépio e pronto. Ando muito ocupado com a minha educação. Digo mais, agora gosto mesmo é de música, estou a especializar-me em educação musical.
O branco no branco, ainda se atreveu a dizer que sim, que entendia, mas que no caso de querer mudar de profissão, estava a ver um burro mais no sector dos transportes, contudo, antes se decidir, seria aconselhável alguma ponderação na resposta porque a participação no presépio é de enorme significado pedagógico e com os novos desafios, as novas tecnologias e todas as mudanças sociais o significado da participação só aumenta dia a dia.
_Veja burro, simbolicamente, no presépio mostra-se o início da caminhada que o indivíduo faz desde que nasce até se tornar pessoa - argumentou o branco no branco com todo o empenhamento e simpatia que arranjou! Acalentar crianças é um desígnio nobre que, no modesto entender do branco no branco, merece todo o empenhamento e profissionalismo!
_ Nem pensar. Quero lá saber do presépio e do seu significado pedagógico. Estou-me nas tintas para ser profissional de participador em presépios. Tretas. Agora o que me importa é a música que é uma arte em que as escalas estão definidas há muito, não há cá estatutos novos e as notas valem todas o mesmo. E mais, vou dizendo desde já, isso da divisão da música em categorias, seja qual for o parâmetro da diferenciação, é um artifício de quem tem uma visão anti-democrática da educação musical.
O branco no branco estava a ficar pálido, se é que isso é possível. Mas o burro não parava, num frenesim tal que chegava a dar mostras de agitação.
_ E digo ainda mais, a música permite-me ainda entrar no campo da orquestração. E olhe, confesso que os "melga" concertos tipo Rock in Rio, com mais de 100.000 pessoas, não são ficção de burro. Já só sonho com a preparação de próximas orquestrações. Sabe que mais? Estar no presépio, a acalentar meninos, não dá currículo para as minhas ambições. O meu futuro não passa por ser pedagógico ou lá o que é isso que você falou. Eu não vou em cantigas de embalar meninos. A minha música é outra. O que eu quero (e a minha família parece achar bem) é ser o futuro maestro do Coro Geral dos Tocadores de Pandeireta.
Como se depreende não houve espaço para qualquer negociação.
Também sem burro a ideia de aqui nascer seja que presépio for, fica cada vez mais comprometida!
(to be continued... isto se houver tempo e a constipação e os afazeres adiados deixarem)
Encontramos o burro a ler o que deixou o branco no branco logo de pulga atrás da orelha! (não é para fazer trocadilho com orelhas de burro). O burro tomou logo a iniciativa da conversa.
_Não! Não, não e não! Isto antes de o branco no branco dizer palavra!
_Não vou para o presépio e pronto. Ando muito ocupado com a minha educação. Digo mais, agora gosto mesmo é de música, estou a especializar-me em educação musical.
O branco no branco, ainda se atreveu a dizer que sim, que entendia, mas que no caso de querer mudar de profissão, estava a ver um burro mais no sector dos transportes, contudo, antes se decidir, seria aconselhável alguma ponderação na resposta porque a participação no presépio é de enorme significado pedagógico e com os novos desafios, as novas tecnologias e todas as mudanças sociais o significado da participação só aumenta dia a dia.
_Veja burro, simbolicamente, no presépio mostra-se o início da caminhada que o indivíduo faz desde que nasce até se tornar pessoa - argumentou o branco no branco com todo o empenhamento e simpatia que arranjou! Acalentar crianças é um desígnio nobre que, no modesto entender do branco no branco, merece todo o empenhamento e profissionalismo!
_ Nem pensar. Quero lá saber do presépio e do seu significado pedagógico. Estou-me nas tintas para ser profissional de participador em presépios. Tretas. Agora o que me importa é a música que é uma arte em que as escalas estão definidas há muito, não há cá estatutos novos e as notas valem todas o mesmo. E mais, vou dizendo desde já, isso da divisão da música em categorias, seja qual for o parâmetro da diferenciação, é um artifício de quem tem uma visão anti-democrática da educação musical.
O branco no branco estava a ficar pálido, se é que isso é possível. Mas o burro não parava, num frenesim tal que chegava a dar mostras de agitação.
_ E digo ainda mais, a música permite-me ainda entrar no campo da orquestração. E olhe, confesso que os "melga" concertos tipo Rock in Rio, com mais de 100.000 pessoas, não são ficção de burro. Já só sonho com a preparação de próximas orquestrações. Sabe que mais? Estar no presépio, a acalentar meninos, não dá currículo para as minhas ambições. O meu futuro não passa por ser pedagógico ou lá o que é isso que você falou. Eu não vou em cantigas de embalar meninos. A minha música é outra. O que eu quero (e a minha família parece achar bem) é ser o futuro maestro do Coro Geral dos Tocadores de Pandeireta.
Como se depreende não houve espaço para qualquer negociação.
Também sem burro a ideia de aqui nascer seja que presépio for, fica cada vez mais comprometida!
(to be continued... isto se houver tempo e a constipação e os afazeres adiados deixarem)
21 dezembro, 2008
mais um dia do senhor...*
1) Esta versão porque sim e ninguém tem nada a ver com isso!
Taymaz Hemmaty, concerto de Aranjuez (J. Rodrigo)
2) Esta versão porque sim, sim, sim
Paco de Lucia, concerto de Aranjuez (1)
Paco de Lucia, concerto de Aranjuez (2)
Paco de Lucia, concerto de Aranjuez (3)
3) Esta versão também
Chick Corea, concerto de Aranjuez (1/3)
4) Esta versão idem idem
José Carreras, Aranjuez con tu amor
Taymaz Hemmaty, concerto de Aranjuez (J. Rodrigo)
2) Esta versão porque sim, sim, sim
Paco de Lucia, concerto de Aranjuez (1)
Paco de Lucia, concerto de Aranjuez (2)
Paco de Lucia, concerto de Aranjuez (3)
3) Esta versão também
Chick Corea, concerto de Aranjuez (1/3)
4) Esta versão idem idem
José Carreras, Aranjuez con tu amor
* 34 pacotes de lenços de papel depois, um rolo de papel de cozinha quase gasto, meio quilo de creme nívea para o nariz não esfolar de vez, uma dose e tanto de anti-histamínico depois, cházinhos variados também, a constipação ressuscitou vigorosa. para que conste, que o caso é sério, quando assim fico, choro imenso... as minhas constipações mais do que pingo no nariz, provocam-me lágrimas abundantes, debulho-me completamente... como se de um exorcismo se trate... o pior é quando choro só de uma das vistas... já viram pior aspecto do que uma cara inchada e vermelhusca? uma cara inchada e vermelhusca só de um lado! juntando a esta cena o facto de ser dia do senhor... não será justo exigirem-me muito mais...
GOSTO MUITO DESTE CONCERTO e, como me comovo ... sempre dou algum sentido às lágrimas... é que, além do mais, eu uso óculos e dá-me uma trabalheira limpá-las...
GOSTO MUITO DESTE CONCERTO e, como me comovo ... sempre dou algum sentido às lágrimas... é que, além do mais, eu uso óculos e dá-me uma trabalheira limpá-las...
porque é que não há presépio no branco no branco (3)
Stephens, F.
looking back
A vaca que aqui olha para trás, num último gesto de certificação de que a sua posição é claramente entendida, também resolveu partir e não comparecer ao presépio. Farta que a confundam com a crise, mostra-se desalentada.
_Até uma vaca se cansa! Por um lado só programas de vida saudável, só luta contra a obesidade. Enchem-nos os chiffres com a conversa de que devemos ficar com as medidas ditadas pelo padrão europeu, quando sabem muito bem que com o morfotipo estrutural português é muito difícil chegar a tais medidas. Para agravar a coisa, há sempre uns bezerros que, desde que possam, abocanham o pasto fácil e com rendimento farto, em parques quase privativos.
A sua argumentação prossegue...
_O tempo é de vacas magras, que é, mas lá porque se vê o contraste manifesto entre uns quantos exemplares gordos e anafados, que são mais chegadas a bezerros atrevidos, desata tudo a malhar na vaca da crise como se fosse a crise da vaca? Isto põe uma vaca comum muito confusa e, sobretudo, é muito injusto porque, na maior parte das vezes, quem provoca as crises são os bois que resolvem junguir-se e fazer uma espécie de luta de bois ao contrário: entendem-se todos para parecer que têm uma vaca dos diabos! E mais, para ajudar à missa ou às sessões, vá lá uma simples vaca saber, são incentivados pelo sistema de distracção que, apoiado nas novas tecnologias, torna difícil ver quais e quando andam esses bois a pastar indevidamente. Nós a emagrecer, esses bois a engordar e nós é que pagamos?
_ Falta de supervisão é o que alguns dizem, sussurrou o branco no branco.
_ Bois! São uns bois, diz a vaca descontente e ressentida. E continua...
_ É preciso chamar os bois pelo nome e se são eles que pastam e enfardam, que vão 15 dias ou 3 semanas seguidas para aquela prisão do presépio, fazer de figurões a bafejar quentinho.
E, assim, também sem vaca, mais difícil se torna para o branco no branco fazer o presépio!
_Até uma vaca se cansa! Por um lado só programas de vida saudável, só luta contra a obesidade. Enchem-nos os chiffres com a conversa de que devemos ficar com as medidas ditadas pelo padrão europeu, quando sabem muito bem que com o morfotipo estrutural português é muito difícil chegar a tais medidas. Para agravar a coisa, há sempre uns bezerros que, desde que possam, abocanham o pasto fácil e com rendimento farto, em parques quase privativos.
A sua argumentação prossegue...
_O tempo é de vacas magras, que é, mas lá porque se vê o contraste manifesto entre uns quantos exemplares gordos e anafados, que são mais chegadas a bezerros atrevidos, desata tudo a malhar na vaca da crise como se fosse a crise da vaca? Isto põe uma vaca comum muito confusa e, sobretudo, é muito injusto porque, na maior parte das vezes, quem provoca as crises são os bois que resolvem junguir-se e fazer uma espécie de luta de bois ao contrário: entendem-se todos para parecer que têm uma vaca dos diabos! E mais, para ajudar à missa ou às sessões, vá lá uma simples vaca saber, são incentivados pelo sistema de distracção que, apoiado nas novas tecnologias, torna difícil ver quais e quando andam esses bois a pastar indevidamente. Nós a emagrecer, esses bois a engordar e nós é que pagamos?
_ Falta de supervisão é o que alguns dizem, sussurrou o branco no branco.
_ Bois! São uns bois, diz a vaca descontente e ressentida. E continua...
_ É preciso chamar os bois pelo nome e se são eles que pastam e enfardam, que vão 15 dias ou 3 semanas seguidas para aquela prisão do presépio, fazer de figurões a bafejar quentinho.
E, assim, também sem vaca, mais difícil se torna para o branco no branco fazer o presépio!
20 dezembro, 2008
porque é que não há presépio no branco no branco (2)
Avery, M.
sheep
(1952)
Sem estábulo disponível, os problemas do branco no branco para realizar o seu presépio já eram tantos que resolveu avançar para um campo tradicionalmente colaborante e não muito exigente, a ver se a "coisa" ainda teria pernas para andar. Mas, encontrou a ovelha, normalmente alegre, completamente amuada. Pois que está farta de andar sempre em rebanho, a fazer o que mandam os que se chegam à frente, apesar de ser branca tem uma costela de ovelha negra e não está para alinhar em cenas que, no fim de contas, quase se ficam pela pose para a fotografia tradicional.
_Chega de carneiradas! disse convicta! _ Não que eu seja ronhosa, que não sou, mas já tenho idade suficiente para não alinhar com gado sem pedigree! _E como eu há muitas mais! O que custa é sair do redil mas, assumida a saída, eu bem sei do que sou capaz. Ainda há ovelhas que sabem o que é a liberdade! Finalizou num tom entre o apocalíptico e o profético.
O tom, assaz desafiador, surpreendeu o branco no branco habituado que estava a ouvir os seus balidos, desalinhados é certo, mas sem consequências assim tão definitivas.
Por ora, o branco no branco não vê modos de remover esta ovelha do lugar em que se fixou, nem vislumbra palavras bonitas que a demovam da sua decisão actual e tão auto-determinada.
Ora, sem ovelhinhas, como pode haver presépio?
_Chega de carneiradas! disse convicta! _ Não que eu seja ronhosa, que não sou, mas já tenho idade suficiente para não alinhar com gado sem pedigree! _E como eu há muitas mais! O que custa é sair do redil mas, assumida a saída, eu bem sei do que sou capaz. Ainda há ovelhas que sabem o que é a liberdade! Finalizou num tom entre o apocalíptico e o profético.
O tom, assaz desafiador, surpreendeu o branco no branco habituado que estava a ouvir os seus balidos, desalinhados é certo, mas sem consequências assim tão definitivas.
Por ora, o branco no branco não vê modos de remover esta ovelha do lugar em que se fixou, nem vislumbra palavras bonitas que a demovam da sua decisão actual e tão auto-determinada.
Ora, sem ovelhinhas, como pode haver presépio?
sábado de manhã (35) ...
(?)
sleeping woman
(?)
deixei-me tomar pelos ares do momento e da quadra... e confesso que hoje me levantei muito cedo... para os que costumam procurar a mulher dos sábados de manhã em especial para a um ar de
19 dezembro, 2008
porque é que não há presépio no branco no branco (1)
Chagall, M.
der Stall (from Zirkus)
(1967)
O estábulo continua ocupado com os seus hóspedes habituais. Cada um exibindo a sua cor, estão todos bem alinhadinhos e não mostram sinais de querer sair do lugar que ocupam. Ao fundo, e do lado esquerdo, outros elementos se perfilam para entrar, o que complica, ainda mais, a possibilidade de arranjar espaço para outros protagonistas e torna mesmo impossível arranjar espaço para figurantes, sejam eles santos, anjos ou arcanjos.
A senhora (já entradota) que faz a prospecção do espaço tem um ar resignado, tal a segurança e firmeza dos actuais ocupantes. Não se vislumbra, portanto, qualquer possibilidade de cedência de espaço. Sem estábulo, palhinhas e tal, não vejo modos de aqui haver seja que nascimento for! Sobretudo sem manjedoura!
(to be continued... isto se houver tempo claro, que eu não tenho nenhuma tença e a constipação não dura sempre)
A senhora (já entradota) que faz a prospecção do espaço tem um ar resignado, tal a segurança e firmeza dos actuais ocupantes. Não se vislumbra, portanto, qualquer possibilidade de cedência de espaço. Sem estábulo, palhinhas e tal, não vejo modos de aqui haver seja que nascimento for! Sobretudo sem manjedoura!
(to be continued... isto se houver tempo claro, que eu não tenho nenhuma tença e a constipação não dura sempre)
estado(s) de (c)alma
Kertész, A.
solitude, december 19
(1960)
Iva Bittová, morning song
"O que eu tenho feito para dar a cada hora da existência uma plenitude onde não tenha lugar o sentimento de solidão! Desde criança que não me conformo com esta sina do homem nascer só, viver só e morrer só.
...
Depois, foi o redobrar dessa consciência de que, por mais que fizesse, nada podia contra a condenação de, no mais íntimo dos íntimos, ser uma natureza erma e desolada.
...
Miguel Torga, diário XV, 124,125nota em tom de sol
Granter, E.
three times fast
18 dezembro, 2008
consequências da constipação.
a mudança de visual resulta deste meu estado entre o constipado e o gripal que me retém em casa há dois dias...delírios, portanto...não sei se está melhor, se está pior...está mais claro o que, à partida, me agrada ... pormenores ficam para outra altura... para já, não tenho nariz... nem cabeça!
ah! e este é o tipo de mudança reversível...
algumas notas da minha ronda deste fim de tarde
1) reis magos muito catitas n' aluaflutua
2) questões colocadas no defender o quadrado
3) iluminação de natal catita... e não só no entre deus e o diabo
4) aviso útil no faccioso e radical livre
5) paraquedistas no herdeiro de Aécio
6) a imagem e as palavras no ofício diário
7) esta canção fabulosa no transdisciplinar
8) sem comentários no pulsar daqui
9) país de loucos n' a barbearia do senhor Luís
ah! e este é o tipo de mudança reversível...
algumas notas da minha ronda deste fim de tarde
1) reis magos muito catitas n' aluaflutua
2) questões colocadas no defender o quadrado
3) iluminação de natal catita... e não só no entre deus e o diabo
4) aviso útil no faccioso e radical livre
5) paraquedistas no herdeiro de Aécio
6) a imagem e as palavras no ofício diário
7) esta canção fabulosa no transdisciplinar
8) sem comentários no pulsar daqui
9) país de loucos n' a barbearia do senhor Luís
com.sentido
Vieira da Silva
Kô et Kô les deux esquimaux
(1933)
1
Um gesto para baixo
nem sempre encontra
um gesto para cima.
Mas quando o encontra
vão os dois para cima
ou os dois para baixo.
Ou talvez se dissolvam os sentidos
e inaugurem no ponto de encontro
a transfiguração que os exime
de qualquer movimento.
Qualquer gesto é uma epifania
quando já não há diferenças
entre acima e abaixo.
Roberto Juarroz, poesia vertical, 58
Herbie Hancock
16 dezembro, 2008
beijo abrupto
época a decoberto
Dine, Jim
two thieves and a liar
(2006)
Eu coloco a"fotografia", mas a identificação fica a cargo de quem passa. Anda tudo a ficar diferente depressa demais. Ou, então, está tudo a rebentar pelas costuras. Descuidaram-se. É o que faz o poder (mesmo o do dinheiro). A páginas tantas torna-os vulneráveis de tão intocáveis que se sentem.
Jorge Palma, o centro comercial fechou
Concurso de Natal 2008 - Baltasar
fui muito feliz (citando o autor do blog) no Concurso de Natal 2008 - Baltasar, promovido pelo blog A BARBEARIA DO SENHOR LUÍS.
Parabéns a todos os participantes e, em especial, ao Sr. Luís. Façam o favor de espreitar ... os resultados.
Queen - we are the champions
15 dezembro, 2008
avulsos
Kostabi, Mark
consider the alternative
(2005)
já alguém atirou a primeira palavra
Eddy, Don
silver shoes
(1972)
já alguém atirou o primeiro par
Gilbert & George
spunk money
(1997)
já alguém anda a portar-se mal há muito tempo
ai anda anda ... cada um à sua maneira
14 dezembro, 2008
as velas ardem até ao fim ...
Andoe, Joe
candle
(1993)
_ Perguntar o quê?... _ diz em voz baixa, com uma ênfase depreciativa, como se fizesse troça de si mesmo. _ O que é que se pode perguntar das pessoas com palavras? O que vale a resposta que uma pessoa dá com palavras e não com a realidade da sua vida? ... Vale pouco _ diz com determinação. _ São poucas as pessoas cujas palavras correspondem por completo à realidade das suas vidas. Talvez seja esse o fenómeno mais raro da vida. Na altura, ainda não o sabia. Agora não me refiro aos mentirosos, aos safados. Só penso que conhecer a verdade, adquirir experiências, de nada serve, porque ninguém consegue mudar o seu carácter. Talvez não se possa fazer mais nada na vida que adaptar à realidade com inteligência e cautela essa outra realidade inalterável, o carácter pessoal.
...
Sándor Márai "As velas ardem até ao fim", D. Quixote, 119...
Richter, Polonaise Op. 61 em Lá Bemol Maior (Chopin)
GRATA & companhia
O observatory, do blog fio.limpo, deixou-me esta "festa" na caixa de comentários. Como gostei muito, além de lhe agradecer, aproveito para mostrar a quem passa!
Iva Bittova & Vladimir Vaclavek
mais parabéns
13 dezembro, 2008
há dias em que até os prós estão contra...*
12 dezembro, 2008
dia 12, capricho 24 e os deuses que resolvam o resto?
11 dezembro, 2008
09 dezembro, 2008
Concurso " Baltasar de presépio"
A Barbearia do Senhor Luís, estabelecimento que frequento com muito prazer, está a organizar um concurso bem interessante. O branco no branco apresenta-se ao certame com este exemplar:
Pede-se um Baltasar
P'ró concurso dos mais belos
Daqui vai um exemplar
Bem antigo e de Barcelos
Não sei se tem gabarito
P'ra concurso tão capaz,
Mas não está nada aflito
Vê-se de frente e detrás!
O que importa afinal
É entrar nesta folia
Por alturas do Natal
Lindo da Barbearia!
Se não ganhar um lugar
No pódio com o primeiro
Fica feliz por estar
No concurso do Barbeiro
Sem sorrisos amarelos.
É sincero o que falo!
É que, sendo de Barcelos,
O mais certo é... ter galo!
08 dezembro, 2008
acto de (des) vinculação & parabéns à Joaninha
Kokoscha, O.
Mutter und Kind, einander umarmend*
(1922)
Zeca Baleiro, mamãe oxum
[com as trocas e baldrocas sobre a data para celebrar o dia da Mãe, acho que a comemoração esfriou um pouco. Tradicionalmente era o dia 8 de Dezembro, mas acho bem que tenham desvinculado as mães do dia da IMACULADA CONCEIÇÃO... É que, as mães terrenas, mesmo as muito modernas, a bem dizer...]
* mãe e filho abraçando-se mutuamente
PARABÉNS JOANINHA
Ting, W.
two birds with flowers
(1981)
Muitos parabéns para a Joaninha que "andou" ao meu colo, hoje já é mãe de dois lindos "passarinhos" e faz hoje anos! PARABÉNS, minha querida!
..........................post centrado...............
Dantes: "OS RICOS QUE PAGUEM A CRISE"*
Agora: "A CRISE QUE PAGUE AOS RICOS"
Placido Domingo, if I were a rich man
[eh lá! este post, assim placidamente posto ao centro, oh pah... faz mesmo um centrão! sim senhor, que rico post: político, mas económico... (ai estes actos de contrição... modismos... solenes, se for caso disso, ... bem ... tem dias... ah, pois tem ... há dias e dias ... há dias de fugir, outros mais ligados à comunicação, outros de ir às lágrimas independentemente do dia da semana e até outros em que se me afigura que saltam coelhos da cartola)]
*palavra de ordem da udp, há uns anos atrás rsrsrsrsrs!
[eh lá! este post, assim placidamente posto ao centro, oh pah... faz mesmo um centrão! sim senhor, que rico post: político, mas económico... (ai estes actos de contrição... modismos... solenes, se for caso disso, ... bem ... tem dias... ah, pois tem ... há dias e dias ... há dias de fugir, outros mais ligados à comunicação, outros de ir às lágrimas independentemente do dia da semana e até outros em que se me afigura que saltam coelhos da cartola)]
*palavra de ordem da udp, há uns anos atrás rsrsrsrsrs!
07 dezembro, 2008
balhamedeus...
Nolan, Isabel
Jesus, you look so tired
(2007)
ESTA SITUAÇÃO
E a senhora dos filhos e dos gritos e da malha
não falha nenhum dia chega sempre à mesma hora
Poderás ser feliz: basta mudar de esplanada
mas acredita não resolve nada
a mesma água vem na mesma calha
e é tudo como antes para aquele que chora:
a mudança é fatal até para a face mudada
Já nela havia rugas e era fresca e corada
A cara da senhora? Não. Mas espera, talvez
o que eu disse estivesse já dito de vez
E eu só amanhã me vou ontem embora
Ruy Belo, tempo duvidoso (todos os poemas) Assírio e Alvim, 155)
Tom Waits, God's away on business
06 dezembro, 2008
05 dezembro, 2008
dedo apontado
Chema Madoz
(fotografia)
Ohhhh! Afinal, nem sempre a função faz o orgão!
1.1) As funções, ai as disfunções!
1.2) Balhamedeus, mais fraudes?
2) São mais as vozes do que as nozes!
3) Eu não acredito nestas coincidências!
4) Se assim não for, dá-me cá uns nervos!!!
5) Balhamedeus, habituam-se a ter motorista e depois dá nisto!
6) Diz que não conhece o sr. do BPN de lado nenhum!
7) Haja Deus, que não há-de ser tudo uma desgraceira.
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