Jing, X.
alone
(2002)
E, de repente, resolvi ir ao cinema. Saí já passava das três da tarde para a sessão das quatro. Mal cheguei fui comprar o bilhete, antes de ir tomar um café. Diz-me a funcionária diligente ao entregar-me o papelinho:
_ Pode sentar-se onde quiser.
_ Obrigada. Não deve ser muito complicado - comentei eu.
_ Como?
_ Por acaso vai lá estar mais alguém? Perguntei-lhe a sorrir
_ Ah! se calhar... Tem razão. É por isso.
Tomei café, fui a correr à FNAC e, às 15.50h, perguntei à menina em que sala passava o filme. Mais para fazer conversa. Devia estar escrito no papel que, entretanto, eu arrumara na carteira.
_ Na sala 6.
_ Muito obrigada.
Fui entrando. Olhei e ... ninguém. Nem a pedir o papelinho, nem a entrar para as salas. Ninguém naqueles corredores. Entrei na sala. Completamente vazia. Sentei-me realmente onde quis e esperei pelo filme com uma música de fundo suficientemente suave para não me incomodar.
Às quatro em ponto começou a sessão, com os preliminares todos, anúncios de novos filmes, publicidade e tudo. Começou o filme, chegou o intervalo, as luzes acenderam-se ... Tudo, como se lá estivesse uma pequena multidão. E pensei com os meus botões que, se calhar, tudo "aconteceria" da mesma forma, mesmo que eu não estivesse lá e a sala estivesse completamente vazia. É tudo tão automático!
Durante a segunda parte do filme fui "visitada" duas vezes por um segurança que vi espreitar lá ao fundo. O filme acabou, saí e pelos corredores nem viv'alma.
E foi assim, completamente sozinha, sem gente, barulho e cheiro a pipocas, que vi "UM AMOR DE PERDIÇÃO" de Mário Barroso.
Nada como ter tudo programado com muiiiita antecedência e mover as influências necessárias para se ter a sala só para nós! rsrsrs
Contudo, a sensação é estranha, muito estranha... Dá que pensar.
E agora lets luque at de treila
_ Pode sentar-se onde quiser.
_ Obrigada. Não deve ser muito complicado - comentei eu.
_ Como?
_ Por acaso vai lá estar mais alguém? Perguntei-lhe a sorrir
_ Ah! se calhar... Tem razão. É por isso.
Tomei café, fui a correr à FNAC e, às 15.50h, perguntei à menina em que sala passava o filme. Mais para fazer conversa. Devia estar escrito no papel que, entretanto, eu arrumara na carteira.
_ Na sala 6.
_ Muito obrigada.
Fui entrando. Olhei e ... ninguém. Nem a pedir o papelinho, nem a entrar para as salas. Ninguém naqueles corredores. Entrei na sala. Completamente vazia. Sentei-me realmente onde quis e esperei pelo filme com uma música de fundo suficientemente suave para não me incomodar.
Às quatro em ponto começou a sessão, com os preliminares todos, anúncios de novos filmes, publicidade e tudo. Começou o filme, chegou o intervalo, as luzes acenderam-se ... Tudo, como se lá estivesse uma pequena multidão. E pensei com os meus botões que, se calhar, tudo "aconteceria" da mesma forma, mesmo que eu não estivesse lá e a sala estivesse completamente vazia. É tudo tão automático!
Durante a segunda parte do filme fui "visitada" duas vezes por um segurança que vi espreitar lá ao fundo. O filme acabou, saí e pelos corredores nem viv'alma.
E foi assim, completamente sozinha, sem gente, barulho e cheiro a pipocas, que vi "UM AMOR DE PERDIÇÃO" de Mário Barroso.
Nada como ter tudo programado com muiiiita antecedência e mover as influências necessárias para se ter a sala só para nós! rsrsrs
Contudo, a sensação é estranha, muito estranha... Dá que pensar.
E agora lets luque at de treila
19 comentários:
toda una sala para ti que lujo, espero que al menos la pelicula valiera la pena
saluditos
Mdosol, nunca vivi essa experiência de única espectadora na sala, deve ser estranhíssima de facto...
E também estou com curiosidade: o filme valeu a pena?
Juani: ter uma sala só para mim é, de facrto um luxo estranho.
Ana: o filme vale apena embora eu ache que lhe falta qualquer coisa que eu não sei bem definir. Talvez eu esteja muito marcada pelo livro e pelo filme do Manuel de Oliveira. Bom, resumindo, acho que está bem adaptado, de um modo muito livre para ser transposto para a actualidade, contudo não percebi muito bem a subtileza como aquela paixão começa e se desenrola. Mas eu não sei "criticar" cinema!
:))
Quem pode pode!
Um cinema sem perdição, não tinhas multidão onde te perder...
:))
Lembrei-me de uma cena há muitos anos. Fomos ver o Último Imperador e estavam além de nós umas 5 ou 6 pessoas. A meio sairam 2 porque pensavam que o filme era de Karaté e aquele não tinha graça nenhuma.
Tinta
A mim tinha-me acontecido há bastantes anos, num filme do Manuel de Oliveira (não me recordo agora do nome, embora esteja a ver o filme.... passado nos Açores...adiante). Estava eu e um casal e o parzinho estava assim a modos que embevecido. Passados 10 mn saíram e eu fiquei sozinha. Estive o filme todo com uma sensação estranha de que alguém viria dizer que a sessão não continuava só para uma pessoa. Hoje já não tive esa sensação...
:))
E não aproveitou para comentar o filme com a cadeira do lado?
Há salas onde as cadeiras sabem muito de cinema porque, normalmente, não tem espectadores a tirar-lhes a visibilidade.
Credo! Que coisa estranha, mdsol.
Eu acho que se acontecesse comigo não me tinha concentrado no filme, com medo que a qualquer momento entrasse alguém que...
Espero que tenhas gostado do filme, eu ainda não o vi.:)
Beijos
Será que a crise económica chegou às salas de projecção? Uma possibilidade!
O romance é grande, mas, pelo que nos dás, deduzo que não encaixa com o que sabemos e vimos. Modernidade, o tentar estar ao dia com algo tão fora de época. Parece ser...
Beijinhos
Dá que pensar...
Ainda bem que estes empresários do cinema não fazem uma gestão racional do respectivo mercado e não se orientam (pelo menos neste caso assim parece) pela lógica do lucro.
Ainda bem que umas salas cheias vão dando margem para outras vazias e para estas oportunidades desfrutadas pela ilustre Mdsol de ver cultura.
Se isso não foi um acaso, fico com mais respeito por empresários que se mostram decentes e são exemplos de que o lucro não é tudo.
Respeitosamente.
Francisco Faria
Numa sala sozinha, qualquer amor só podia ser de perdição.
O filme bom é o amor de repartição.
:)))
Nota:
Não das Finanças, naturalmente...
Iso acontece, mdsol..., mas é bizaro!
Aconteceu-me duas vezes e na Fig.
No antigo cinema do casino, com um filme do César Monteiro , que ele com as suas birras decidiu que a estreia mundial , tinha que ser na Fig., terra que o acolheu até aos 16 anos e onde também nasceu.
E também na terrinha, ás 19h, num filme de qualidade... mas...
Ver se vou um destes dias... ver "O Amor..."
Beijinho...
Também me aconteceu uma vez, já há uma larga temporada... E lembro-me de ter tido exactamente esse pensamento: "será que se não houver ninguém, a sessão decorre imperturbável?!" É realmente estranho... mas ainda bem que pudeste ter toda a sala e filme só para ti. Acho que ajuda à concentração.
Um beijinho e... tenho que fazer como tu, e ser mais organizada :)
Sozinho,nunca estive, mas com mais duas ou três pessoas acontece frequentemente.Também faço por isso, porque muitas vezes vou à sessão das duas da tarde. Pelo menos não há pipocas!
Quanto ao segurança, foi ver se estava a piratear o filme, claro!
Sol,
Também já tive uma vez a sala só para mim! Faz um bocado de impressão. Por acaso, também fiquei com curiosidade de saber se, não havendo ninguém, o filme é projectado à mesma! Hei-de perguntar. De qualquer modo, no meu caso, não foi surpreendente não estar ninguém, pois era uma matinée num cinema de bairro. O cinema sempre me fez meditar na enorme diferença entre a projecção mecânica de imagens e um espectáculo ao vivo, musical, canções ou teatro. Penso sempre: a intérprete vai cantar... se cantar, porque pode estar indisposta e então não há canção nenhuma! Por esta enorme diferença, também é assim um bocadinho chocante, na Cinemateca, por vezes baterem palmas no final da projecção... Claro, compreende-se, é a expressão pública do agrado com que se viu o filme; mas não está lá ninguém, aquilo não foi feito na altura, os actores até já morreram, é só as imgens que temos da Ingrid Bergman, a voz de Maria Callas, a beleza de Heddy Lamarr... Faz-me impressão. Nunca leste "A Invenção de Morel"? Choca, a vida imobilizada no tempo.
já me aconteceu o mesmo por uma ou duas vezes...a que mais me marcou no antigo cinema Trindade em que estive sozinha a ver o filme naquele salão enorme e após o meio do filme um gato resolveu começar a roçar-me nas pernas...confesso que comecei por apanhar um susto ante de começar a rir às gargalhadas
beijo
Factos:
Cinema, sessão das 15, dia da semana, filme português, 1 pessoa na sala.
Mais factos:
480.000 desempregados(recenseados), cerca de 185.000 não recebem fundo de desemprego.
Mais factos ainda:
5 euros é o custo do bilhete. 5 euros é o custo mínimo para almoçar num centro comercial.
Opção: almoçar com os 5 euros
Conclusão:
Com crises e sem crises os cinemas sempre tiveram sessões com nenhum, um, ou só alguns espectadores.
Muitas vezes para felicidade dos namorados.
Outra conclusão:
A incomodidade de estarmos sózinhos perante um écran gigante e no meio de tantas cadeiras vazias faz com que os nossos pensamentos se precepitem em reflexões que talvez com solidariedade humana tal não viesse a acontecer.
Mas qual é a diferença em relação ao pequeno écran quando estamos sozinhos em casa?
O que é que procuramos na sala de cinema?
O écran maior,a qualidade de imagem e de som, o ar condicionado, o conforto das cadeiras, as pipocas...???
Para alguns sim, mas a grande maioria procura calor humano.
Por isso não podemos deixar morrer o cinema:
Vão todos ao cinema, à hora que vos for possível.
Fui esta tarde ver o filme (que achei muito bom), mas no Nimas. Estavam mais 6 pessoas. Já me tem acontecido estar menos acompanhado, pelo que não estranhei.
Um bj :))
A mim não acontece porque não vou ao cinema a não ser quando o rei faz anos, e nós não temos rei, felizmente. Prefiro ver em casa, quando estão disponíveis em DVD:))
cara mdsol! adorei este post já tive para fazer um assim mas n quero denunciar o meu cinema particular :DDD como digo ao m filho "vamos alugar um sala de cinema?" :DDDDD
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