10 março, 2009

expectativa de ... tempos bons, grandes dias ...




Saba, Richard
spring expectation
(1989 - 2001)






À CHEGADA DOS DIAS GRANDES

Da luva lentamente aliviada
a minha mão procura a primavera
Nas pétalas não poisa já geada
e o dia é já maior do que ontem era

Não temo mesmo aquilo que temera
se antes viesse: chuva ou trovoada
É este o deus que o meu peito venera
Sinto-me ser eu que não era nada

A primavera é o meu país
saio à rua sento-me no chão
e abro os braços e deito raiz

e dá flores até a minha mão
Sei que foi isto que sem querer quis
e reconheço a minha condição

Ruy Belo, homem de palavra(s), primavera, (todos os poemas, assírio & alvim, 242)

[este ano estamos ainda mais precisados... em sentido real e metafórico!]

15 comentários:

anamar disse...

Entre o real e a metáfora é essa Primavera soberana que se anuncia que nos ajudará á qualidade d vida almejada!
Luz. cor, calor, flores, enfim...
o poeta diz o resto e o quadro completa!
boa 3ºfeira!

Ana Paula Sena disse...

Estamos precisados, sim, mdsol! :) Assinale-se que o teu sentido de humor é excelente. E a tua boa disposição límpida e contagiosa!

Não conhecia este "expectation" mas adorei.

O poema é belo, belo, belo, como um poema de Ruy Belo o sabe ser (poeta magnífico, a lembrar mais e mais...).

Os teus posts são deliciosos!

Juani disse...

aqui te dejo un poema de antonio machado que me encanta sobre el milagro de la primavera

A UN OLMO SECO

Al olmo viejo, podrido por el rayo
y en su mitad podrido,
con las lluvias de abril y el sol de mayo
algunas hojas verdes le han salido.

¡El olmo centenario en la colina
que lame el Duero! Un musgo amarillento
le mancha la corteza blanquecina
al tronco carcomido y polvoriento.

No será, cual los álamos cantores
que guardan el camino y la ribera,
habitado de pardos ruiseñores.

Ejército de hormigas en hilera
va trepando por él, y en sus entrañas
urden sus telas grises las arañas.

Antes que te derribe, olmo del Duero,
con su hacha el leñador, y el carpintero
te convierta en melena de campana,
lanza de carro o yugo de carreta;
antes que rojo en el hogar, mañana,
ardas, de alguna mísera caseta,
al borde de un camino;
antes que te descuaje un torbellino
y tronche el soplo de las sierras blancas;
antes que el río hasta la mar te empuje
por valles y barrancas,
olmo, quiero anotar en mi cartera
la gracia de tu rama verdecida.
Mi corazòn espera
también, hacia la luz y hacia la vida,
otro milagro de la primavera.

saluditos

Fá menor disse...

Que nunca a expectativa e a esperança morram em nós!

DE-PROPOSITO disse...

À CHEGADA DOS DIAS GRANDES
---------
Havia quem gostasse das 'férias grandes'!...
Felicidades.

bettips disse...

Belo.
Realmente precisados.
De raíz e florir as mãos.
Bj

Justine disse...

Que venha ela, para abrirmos os braços e deitarmos raíz!
Que belo é este poema de RB

Blondewithaphd disse...

É a parte do ano que eu mais gosto: quando o Inverno começa a sair de mansinho e os dias mornos começam a cheirar a erva verde.

jrd disse...

É verdade. Depois de mais um Inverno do nosso descontentamento.

GP disse...

Um bonito poema...
Prepara-te! Sábado temos 23ºC. Temperatura de primavera a puxar para o Verão...

beijinho

Tinta Azul disse...

Que a Primavera seja rigorosa.
Como rigoroso tem sido quase todo o Inverno.


:)

Duarte disse...

Isto é poesia, a que me fascina: a dos sonetos. Para mim um verso sem rima é outro tipo de expressão poética, ainda sendo um dos nossos um dos seus grandes impulsores.

Gostei muito ;))))

Um forte abraço para TI

Arábica disse...

Estamos mesmo muito precisados!


E como é bom sentir o corpo leve e livre de agasalhos! :)

E que saudades os pézinhos já tinham, também, do sol!!! :)


Bom dia grande, Sol! :)

poetaeusou . . . disse...

*
A primavera é o meu país
,
Ruy Bello
o amante
das praias nortenhas,
,
conchinhas,
,
*

Manuel Veiga disse...

os dias que virão...

por enquanto são "euforia"... da Bolsa.

(belo. o poema.)