Saba, Richard
spring expectation
(1989 - 2001)
À CHEGADA DOS DIAS GRANDES
Da luva lentamente aliviada
a minha mão procura a primavera
Nas pétalas não poisa já geada
e o dia é já maior do que ontem era
Não temo mesmo aquilo que temera
se antes viesse: chuva ou trovoada
É este o deus que o meu peito venera
Sinto-me ser eu que não era nada
A primavera é o meu país
saio à rua sento-me no chão
e abro os braços e deito raiz
e dá flores até a minha mão
Sei que foi isto que sem querer quis
e reconheço a minha condição
Ruy Belo, homem de palavra(s), primavera, (todos os poemas, assírio & alvim, 242)
[este ano estamos ainda mais precisados... em sentido real e metafórico!]
Da luva lentamente aliviada
a minha mão procura a primavera
Nas pétalas não poisa já geada
e o dia é já maior do que ontem era
Não temo mesmo aquilo que temera
se antes viesse: chuva ou trovoada
É este o deus que o meu peito venera
Sinto-me ser eu que não era nada
A primavera é o meu país
saio à rua sento-me no chão
e abro os braços e deito raiz
e dá flores até a minha mão
Sei que foi isto que sem querer quis
e reconheço a minha condição
Ruy Belo, homem de palavra(s), primavera, (todos os poemas, assírio & alvim, 242)
[este ano estamos ainda mais precisados... em sentido real e metafórico!]
15 comentários:
Entre o real e a metáfora é essa Primavera soberana que se anuncia que nos ajudará á qualidade d vida almejada!
Luz. cor, calor, flores, enfim...
o poeta diz o resto e o quadro completa!
boa 3ºfeira!
Estamos precisados, sim, mdsol! :) Assinale-se que o teu sentido de humor é excelente. E a tua boa disposição límpida e contagiosa!
Não conhecia este "expectation" mas adorei.
O poema é belo, belo, belo, como um poema de Ruy Belo o sabe ser (poeta magnífico, a lembrar mais e mais...).
Os teus posts são deliciosos!
aqui te dejo un poema de antonio machado que me encanta sobre el milagro de la primavera
A UN OLMO SECO
Al olmo viejo, podrido por el rayo
y en su mitad podrido,
con las lluvias de abril y el sol de mayo
algunas hojas verdes le han salido.
¡El olmo centenario en la colina
que lame el Duero! Un musgo amarillento
le mancha la corteza blanquecina
al tronco carcomido y polvoriento.
No será, cual los álamos cantores
que guardan el camino y la ribera,
habitado de pardos ruiseñores.
Ejército de hormigas en hilera
va trepando por él, y en sus entrañas
urden sus telas grises las arañas.
Antes que te derribe, olmo del Duero,
con su hacha el leñador, y el carpintero
te convierta en melena de campana,
lanza de carro o yugo de carreta;
antes que rojo en el hogar, mañana,
ardas, de alguna mísera caseta,
al borde de un camino;
antes que te descuaje un torbellino
y tronche el soplo de las sierras blancas;
antes que el río hasta la mar te empuje
por valles y barrancas,
olmo, quiero anotar en mi cartera
la gracia de tu rama verdecida.
Mi corazòn espera
también, hacia la luz y hacia la vida,
otro milagro de la primavera.
saluditos
Que nunca a expectativa e a esperança morram em nós!
À CHEGADA DOS DIAS GRANDES
---------
Havia quem gostasse das 'férias grandes'!...
Felicidades.
Belo.
Realmente precisados.
De raíz e florir as mãos.
Bj
Que venha ela, para abrirmos os braços e deitarmos raíz!
Que belo é este poema de RB
É a parte do ano que eu mais gosto: quando o Inverno começa a sair de mansinho e os dias mornos começam a cheirar a erva verde.
É verdade. Depois de mais um Inverno do nosso descontentamento.
Um bonito poema...
Prepara-te! Sábado temos 23ºC. Temperatura de primavera a puxar para o Verão...
beijinho
Que a Primavera seja rigorosa.
Como rigoroso tem sido quase todo o Inverno.
:)
Isto é poesia, a que me fascina: a dos sonetos. Para mim um verso sem rima é outro tipo de expressão poética, ainda sendo um dos nossos um dos seus grandes impulsores.
Gostei muito ;))))
Um forte abraço para TI
Estamos mesmo muito precisados!
E como é bom sentir o corpo leve e livre de agasalhos! :)
E que saudades os pézinhos já tinham, também, do sol!!! :)
Bom dia grande, Sol! :)
*
A primavera é o meu país
,
Ruy Bello
o amante
das praias nortenhas,
,
conchinhas,
,
*
os dias que virão...
por enquanto são "euforia"... da Bolsa.
(belo. o poema.)
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