Fatima Abu Rumi,
s titulo,
(2007)
Já não é a primeira nem a segunda vez que me acontece. Mas ontem, vá lá eu fazer um esforço de síntese para saber porquê, estava com menos paciência.
Motivos pessoais levaram-me a recorrer a um serviço privado (no sistema de saúde). Como era a primeira vez foi necessário preencher uma "ficha". Com a informatização dos serviços a funcionária preenche-o directamente no computador. Até aqui tudo bem, tudo necessário, nada demais. Porque me falta a paciência então?
A paciência falta-me para o "espectáculo" que é perguntarem-me em voz alta e exigirem resposta igualmente em voz bem alta, o meu nome, a morada, a profissão, se pertenço a algum sub-sistema de saúde, o número do telemóvel, o serviço que procuro...
Ontem, avisada por experiências semelhentes que não me agradaram, antes da funcionária iniciar o interrogatório, numa voz audível mas suave, resolvi oferecer-me para lhe passar os cartões e, deste modo, evitar que todos quantos estavam naquela "entrada" ficassem a saber de mim o que não é necessário e faz parte da minha intimidade em sentido mais lato (digamos assim).
Que não, com ar de espanto, que não era preciso o B.I., nem cartão nenhum. Diga, diga,! E eu num tom suave... Maria. E ela repetia mais alto Maria... E eu suavemente (a ver se ela percebia)... e ela cada vez mais alto... e eu a ficar sem paciência... e ela cada vez mais alto... Cada dado que eu lhe dava num tom morno, ela repetia-o mais alto, mais alto...
E foi neste jogo de incompreensão mútua que eu debitei parte do que me identifica como cidadã de um modo que ouviu a funcionária, ouviu quem estava à volta e, os que estavam mais longe, ouviram também. Tudo repetido pela diligente funcionária, com muita segurança e tim tim por tim tim ...
Pergunta verdadeiramente genuína: é de mim ou deveria haver uma maneira de isto não acontecer?
???, pelos caminhos de Portugal
Motivos pessoais levaram-me a recorrer a um serviço privado (no sistema de saúde). Como era a primeira vez foi necessário preencher uma "ficha". Com a informatização dos serviços a funcionária preenche-o directamente no computador. Até aqui tudo bem, tudo necessário, nada demais. Porque me falta a paciência então?
A paciência falta-me para o "espectáculo" que é perguntarem-me em voz alta e exigirem resposta igualmente em voz bem alta, o meu nome, a morada, a profissão, se pertenço a algum sub-sistema de saúde, o número do telemóvel, o serviço que procuro...
Ontem, avisada por experiências semelhentes que não me agradaram, antes da funcionária iniciar o interrogatório, numa voz audível mas suave, resolvi oferecer-me para lhe passar os cartões e, deste modo, evitar que todos quantos estavam naquela "entrada" ficassem a saber de mim o que não é necessário e faz parte da minha intimidade em sentido mais lato (digamos assim).
Que não, com ar de espanto, que não era preciso o B.I., nem cartão nenhum. Diga, diga,! E eu num tom suave... Maria. E ela repetia mais alto Maria... E eu suavemente (a ver se ela percebia)... e ela cada vez mais alto... e eu a ficar sem paciência... e ela cada vez mais alto... Cada dado que eu lhe dava num tom morno, ela repetia-o mais alto, mais alto...
E foi neste jogo de incompreensão mútua que eu debitei parte do que me identifica como cidadã de um modo que ouviu a funcionária, ouviu quem estava à volta e, os que estavam mais longe, ouviram também. Tudo repetido pela diligente funcionária, com muita segurança e tim tim por tim tim ...
Pergunta verdadeiramente genuína: é de mim ou deveria haver uma maneira de isto não acontecer?
???, pelos caminhos de Portugal
17 comentários:
QUE BONITO!!!
O quadro uma beleza sem igual.
O texto, algo mais que um desabafo. Sim, aqui é igual. Se o problema é a saúde para que lhes interessa o resto. O que mais me indigna é a pergunta sobre o estado civil, para quê?
Um bom domingo e a esquecer.
Beijos
Concordo em absoluto consigo.
Nos tempos que correm...
deveria haver todo o secretismo nessas informações.
Bem haja
o que mais me irrita e que pedem a mesma info 10 vezes
Jokas
Paula
gostei muito
parabéns pela iniciativa
http://www.arte-e-ponto.blogspot.com
En españa pasa lo mismo, te hacen perder la paciencia,
En cuanto a tu comentario en mi blog, estas totalmente disculpada
saluditos
quando lá chegas já não és bem uma pessoa, és assim uma...uma
ut ente.
[ sim, horrível, reconheço muito bem esse despudor,
beijo
Concordo com você!
Informações pessoais, não são para serem reveladas aos quatro cantos do mundo...
Talvez, valesse a pena, conversar com a atendente e explicar a situação...
Sou solidária com a sua "irritação"!
Beijos de luz e um domingo muito feliz!!!
Quando voltar a ter essa experiência... duas soluções.
Primeira, dizer no mesmo tom de voz à empregada ou funcionária ou lá o que é... que não é surda.
Segunda, compre nos chineses, um aparelho auditivo desses se 2 euritos e lho ofereça ... ela logo entenderá... se não entender... a receita a acima.
Cabe ao utente de um serviço, indicar que não estamos para ser tratados, por maneira assoberbada de um funcionário.
Isso foi num serviço particular... vá ás finanças, ou a qualquer outra repartição do Estado Português e verá então o que significa gente com rei na barriga, pobres entendia-dos, que despejam a bílis do tédio por cima do pobre usufrutuário de um serviço público.
Esta é uma regra geral.
Abraços
Tanto provincianismo numa só cena? Marai do Sol, não é de si, está evidente...os caminhos de Portugal até têm a sua magia...mas essa cena tb me provoca bt desencanto...
abraços e bom resto de Domingo.
Para a próxima, experimenta perguntar o mesmo, em voz alta, a quem te pergunta. Vais ver que resulta.
:)
O bom senso está, como tantas outras coisas importantes, em vias de extinção.
Espero que o motivo que te lá levou não seja de preocupação.
beijinho
um sorriso. imagino a cena...
beijo
estou contigo! Mdsol.
e quando, depois de pacientemente esperarmos chega a nossa vez, e, após todo esse inquérito em stéreo, ousamos perguntar umas coisinhas, respondem "então não sabe que... então não viu o letreiro por cima da porta do corredor à direita? .. então não reparou nas instruções que estão no letreiro por cima da vitrine y ..." e tudo isto ainda em maior stéreo não há paciência...)e aí respondemos, então se soubesse não lhe estaria a fazer as perguntas... bla bla bla,,, LOL :(
Oh, e agora é preciso sempre dar tudo e mais alguma coisa. Segurança, ter que se estar sempre contactável. É uma chatice.
Para a próxima levas um cartãozinho a dizer que és surda-muda, pedindo que te escrevam as perguntas para tu responderes da mesma maneira. Deve resultar.
Ri-me muito das sugerencias :)) Mas infelizmente há pessoas que tem tanta sensibilidade como um rinoceronte raivoso ...
e naturalmente teria muitos comentarios para fazer sobre o trato geral que se recebe em Portugal por parte de pessoas que tem uma "funcao publica" do mais humilde e que parece que tem um complexo de superioridade por exemplo por vestir uma coisa amarela e ter a "funcao" de limpar o chao ou alguma coisa de parecida importanca nacional :)) Acho de facto muito divertido :))
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