"Anunciam os sociólogos o advento próximo de uma humanidade sem alma, de superfície, fútil, a viver despreocupadamente o quotidiano, feliz, liberta de inquietações de qualquer ordem, políticas, morais, religiosas ou cívicas. Cada qual contente da sua condição singular, alheio ao poder, à autoridade, aos problemas do mundo. E fico-me a pensar no que será o amanhecer desse feriado egotista no longo calendário agitado do tempo. É que pergunto a mim mesmo se, depois dele, os pesadelos que agora nos afligem não voltarão redobrados. Quanto mais profundamente se dorme, mais estremunhado se acorda com a realidade. Ninguém vive indefenidamente entre parêntesis." Miguel Torga, Diário XV, 95 (sublinhado meu).
(Nota pessoal)
realmente este diário (XV) do Miguel Torga, que me fez companhia quando eu estava fora do país em 1990 (e, por opção não tinha nada para ler em português, a não ser o Expresso do fim de semana em que viajei, e que nunca consegui deitar fora, e que reli tantas vezes que quase sabia de cor os anúncios*) tem um lugar muito especial na minha vida. bebi as suas palavras de um modo tão intenso que além de (quase) o decorar, continua, ainda hoje, a ser um amparo, um refúgio e uma ajuda preciosa para eu enquadrar e expressar o que muitas vezes sinto e entendo mas ainda não sei dizer. bem aventurados os meus queridos M. e C. que, sabedores do meu gosto pelo Miguel Torga, mo mandaram pelo correio, mal ele foi publicado.
* isto sim, são saudades
Bitaites:
1) hoje em dia tenho mais em conta a pedagogia da alegria e não só a pedagogia da dor. mas... isso não significa que seja adepta do processo de alienação. se é necessário doer que doa. o que é preciso é que a dor não se torne num lema de vida, mas num instrumento de crescimento.
2) meter a cabeça na areia é para quem tem vistas curtas e só consegue ver a curtíssimo prazo. nem momentaneamente se justifica. quando se quer ganhar fôlego não se vai para um lugar onde falta o ar.
3)as pessoas e as instituições que assobiam para o ar e tentam "resolver" os desafios que lhe são colocados de forma preguiçosa e, obviamente, de forma atabalhoada, prestam um mau serviço a toda a gente e a si próprios. condenam-se, mais tarde ou mais cedo.
4) ora, uma das definições de estupidez passa por isto: pessoas estúpidas e, por analogia, instituições estúpidas são as que tomam decisões e realizam acções cujas consequências são más para todos... para si próprios (pessoa ou instituições) e para os outros.
5) e assim, pessoas e instituições passam a ser anãs que, energicamente, bocejam.
(Nota pessoal)
realmente este diário (XV) do Miguel Torga, que me fez companhia quando eu estava fora do país em 1990 (e, por opção não tinha nada para ler em português, a não ser o Expresso do fim de semana em que viajei, e que nunca consegui deitar fora, e que reli tantas vezes que quase sabia de cor os anúncios*) tem um lugar muito especial na minha vida. bebi as suas palavras de um modo tão intenso que além de (quase) o decorar, continua, ainda hoje, a ser um amparo, um refúgio e uma ajuda preciosa para eu enquadrar e expressar o que muitas vezes sinto e entendo mas ainda não sei dizer. bem aventurados os meus queridos M. e C. que, sabedores do meu gosto pelo Miguel Torga, mo mandaram pelo correio, mal ele foi publicado.
* isto sim, são saudades
Bitaites:
1) hoje em dia tenho mais em conta a pedagogia da alegria e não só a pedagogia da dor. mas... isso não significa que seja adepta do processo de alienação. se é necessário doer que doa. o que é preciso é que a dor não se torne num lema de vida, mas num instrumento de crescimento.
2) meter a cabeça na areia é para quem tem vistas curtas e só consegue ver a curtíssimo prazo. nem momentaneamente se justifica. quando se quer ganhar fôlego não se vai para um lugar onde falta o ar.
3)as pessoas e as instituições que assobiam para o ar e tentam "resolver" os desafios que lhe são colocados de forma preguiçosa e, obviamente, de forma atabalhoada, prestam um mau serviço a toda a gente e a si próprios. condenam-se, mais tarde ou mais cedo.
4) ora, uma das definições de estupidez passa por isto: pessoas estúpidas e, por analogia, instituições estúpidas são as que tomam decisões e realizam acções cujas consequências são más para todos... para si próprios (pessoa ou instituições) e para os outros.
5) e assim, pessoas e instituições passam a ser anãs que, energicamente, bocejam.
2 comentários:
DOR é poder mas...e citando DALAI LAMA:
....o segredo da FELICIDADE consiste em ter sempre bons pensamentos, mesmo em circunstãncia adversas,,,
um abraço pandorabox
gostei dos bitaites. deveras...
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