21 junho, 2009

bocados de nós e de laços

O R. tem a minha idade. Colegas de escola primária, vizinhos e com um apelido comum embora não sejamos da família. Estudamos em colégios internos na mesma cidade. O R. como sempre me lembro dele, alto moreno com uns olhos verdes profundos e tímidos e o ar sereno de quem não precisa de se queixar de nada. O R. atleta, jogador de Voleibol tal como eu fui (ele muito melhor que eu), um rapaz bonito que se transformou num belo homem. O R. atencioso e muito paciente. O R. de quem me comecei a desencontrar quando fomos para a faculdade. Eu para Lisboa, ele para o Porto. Depois a vida trouxe-me para o Porto e a ele levou-o para África. O R. voltou já há uns anos largos mas, apesar do prazer de nos revermos, a distância e o tempo tinham-nos tornado quase desconhecidos. Não temos, por isso, falado ultimamente. O R., apesar da sua insistência, foi o namorado que eu não quis nos meus 16, 17, 18 anos. Soube hoje que o R. está a morrer. É impossível não chorar.

[Possivelmente não devia ... aqui. Sorry]

10 comentários:

Maria disse...

Trouxeste-me memórias antigas e recentes. Idênticas as antigas. As recentes são outra estória. Mas é impossível não chorar, também...

Abraço-te.

anamar disse...

Teias que a vida tece...
Temos sempre uma estória em comum...
Beijinho doce para ti!

Ana Paula Sena disse...

Acredito. É impossível não chorar. Tantos laços, tantos significados, em situações assim...

Um abraço e um beijinho com toda a minha compreensão.

Unknown disse...

Aqui!...
Um dia... pode acontecer-me algo muito parecido [com a mesma inicial, até].
.
Espero que tu me possas "ouvir", nem que seja desta maneira...
.
[Beijo...]

Carminda Pinho disse...

Um abraço apertado, Mdsol.

Anónimo disse...

:)
Ky

Duarte disse...

Exteriorizar e compartir faz bem, desabafaste, saiu, choraste, veio o alivio... virá!

Como lo lamento! Besos

Myriade disse...

A minha sincera compaixao, Solzinha. Chora pelo R. e pelos 16 anos e pela falta de eternidade em nossas vidas ... e depois volta a rir ...

cristal disse...

Sim, minha querida...Impossível não chorar! Parece que há pessoas para quem a vida se torna completamente madrasta e não se entende como é possível continuar. Refiro-me ao R. mas, sobretudo aos pais do R. Fico de olhos no chão, sem saber o que fazer, quando calha de encontrá-los!

Anónimo disse...

bocados de nós e de laços, nós e laços aos bocados


saber de velhos namorados tem q se lhe diga