23 abril, 2009

contagem decrescente 2






Ben
être libre from mémoire de la liberté
(1991






Faz hoje 35 anos e a liberdade ainda era um sonho! Um sonho que durou toda a "longa noite do fascismo".


Joan Baez, oh freedom

[Sem entrar em discussões académicas sobre o conceito de fascismo, incomoda-me que se invoque o tempo do fascismo em vão. Comparar, de forma linear, o tempo actual a esse tempo é, quanto a mim, ter memória curta ou não ter memória. Admito que haja quem não pense assim, obviamente]

12 comentários:

Francisco Clamote disse...

Pois é, MDSOL. Há muita gente com fraca memória. Alguns têm desculpa, porque não viveram esses tempos. Outros nem por isso.

Maria disse...

É o radicalismo que leva a esse tipo de comparações. Mas que há tentativas de limitar a liberdade, a pretexto de "usar bem a palavra democracia", lá isso há... e manobras de diversão também...
Enfim, é o Estado democrático a funcionar como nós deixamos.

Beijo
;)

vbm disse...

Não interpretes este comentário que vou fazer como 'fascista' ou '25-de-asbril-céptico' ou 'apolítico'...

"Então é assim": - o 25 de Abril faz 35 anos: está velho e está a caminho da idade do Estado Novo; porquê o imaginar mais duradouro que a ditadura? E proporcionou o desenvolvimento pessoal e colectivo desejável?

Eu não vejo razão para que não sejamos um país mais evoluido e feliz do que, por exemplo, aqui a nossa vizinha Espanha. Ora, não o somos. Logo, atribuo isso à falta de clarividência e autoridade dos nossos governos que jugam que ser democráticos é dizer amen à demagogia do povoléu manipulado pelos interesses particulares de parasitas do povo.

antónio abreu disse...

O fascismo tem na época sua contemporânea a vantagem de se lhe conhecer as origens, os passos intermédios, a passagem da demagogia à repressão total. Para nesta época, noutros contextos já, termos um instinto de pré-aviso quando certas coisas acontecem.
E isso não é apenas um problema português. O bicho nunca será definitivamente enterrado porque a ele recorrerão os querem permanecer no poder contra tudo e contra todos.
Naturalmente que a identificação linear com fascismo de uma situação de democracia mutilada como a nossa não colhe porque ainda não correponde à realidade.

Anónimo disse...

Só quem não viveu o fascismo, ou nele se sentiu confortável, pode dizer que regressamos ao fascismo. Também me irritam essas invocações serôdias.

lino disse...

A mim dão-me a volta ao estômago.

Sensualidades disse...

infelizmente as vezes ate me esqueco

Jokas

Paula

Fernando Vasconcelos disse...

Ora bem, perguntava um outro comentador " ... E proporcionou o desenvolvimento pessoal e colectivo desejável? " Mas há alguma dúvida? Se compararmos o país de hoje com o país de há 35 anos como é que pode duvidar? É claro que não é perfeito, é claro que há tanta coisa que gostaríamos que fosse diferente mas sabem que mais? Ganhamos a possibilidade de o mudar, e se não o mudamos, se nos acomodamos também estamos no nosso direito. Em democracia temos exactamente o país que merecemos.

jrd disse...

Ofascismo é execrável e trazê-lo à comparação com o que se passa hoje, é absurdo.

Duarte disse...

Ante políticos, tão doutos, não quero entrar em debate... mas deixo uma reflexão, já que ao estar fora posso ser mias objectivo.
Para lograr certos fins faz falta pujança e nós portugueses somos dados à apatia, amanhã será outro dia! e assim não se pode ir a nenhuma parte. É a idiossincrasia dum povo! Chegaremos ao mesmo sitio, claro que sim, mas muito mais tarde. Como até agora, na historia moderna, pois então fomos dos primeiros em muitas coisas.
Isto sem entrar em ideologias políticas.

Para ti, querida amiga, um forte abraço

vbm disse...

Vasconcellos,

Sem dúvida, houve desenvolvimento pessoal e colectivo. Posso testemunhá-lo. De um modo simples e impressivo: nos anos 50-60, se falava com alguém «do povo», era absolutamente garantido que não perceberiam nada do que eu dissesse. A escala de necessidades por satisfazer era tão baixa, as necessidades tão primárias e imperiosas que esses concidadãos jamais poderiam compreender qualquer temática relativa a um plano menos imediato de aspirações. Quem conhecer a pirâmide das necessidades de Maslow compreende logo a impossibilidade de diálogo inter-pessoal de indivíduos colocados em diferentes patamares. Hoje em dia, isso já não é assim. Para encontrar surpresa, espanto numa resposta imprevista e incompreensão no diálogo, só falando com emigrantes de Leste ou de África, ou mesmo do Brasil. Entre nós, a homogeneização cultural realizou-se. Mas as pessoas desenvolveram-se a um ponto que possamos considerar satisfatório? Não. Não se desenvolveram. Podemos ter melhorado o nosso nível de vida, mas comparativamente com os outros povos mantivemo-nos tão ou mais subdesenvolvidos do que estávamos. E isto deve-se aos políticos e governantes terem consentido servir interesses particulares e corporativos contra os interesses gerais do povo, incluindo o das gerações futuras.

Anónimo disse...

Os que não viram esses tempos (moi meme) estão baralhados de todo. Assim não dá, mas que anarquia! Mas também não nos tirem a voz, que isso de estar calado é coisa lá do passado.