09 setembro, 2008

cores anunciadas






Chaet, B.
september
(2006)







POEMA EM FORMA DE DELTA

para Walt Whitman

Há rios
que são navegáveis
e navegam. É desses que eu gosto.

Jorge de Sousa Braga, o poeta nu ( plano para salvar veneza), 53

MÚSICA
(diz lá no you-Tube: Embedding disabled by request! por isso não posso traze-la para aqui agora... vão até lá e, enquanto fruem a música, navegam no quadro e destapam as palavras)

21 comentários:

prafrente disse...

Há rios...com muita sorte:
seguem o seu curso em abandonar o leito...
Algumas noites virão em que me apetecerá ser rio...

Boa semana

Justine disse...

As cores outonais que já se pressentem, ao vivo, aí nesse quadro magnífico. E o poema, cheio de rios e deltas, dedicado a Whitman - tudo tão harmonioso, tão sereno, tão confortável. Posso ficar mais um bocadinho?

observatory disse...

E CONHECES O JOGE DE SOUSA BRAGA?

É UM MESTRE

UM GRANDE PROFISSIONAL :)

bettips disse...

Curioso descobrir identidades, de tons. De pensamentos matinais (poucos)!
Curioso e bom! Ainda há fadas? As fadas usam óculos?
Ah...deixá-las voar por aí e aqui!
Bj

luis lourenço disse...

As vidas...como os rios...as que mais encantam são as navegáveis e as que navegam..não estraguemos os rios e o ambiente.

beijinho

Manuel Veiga disse...

bela metáfora. dos homens...

JPD disse...

Lindíssimo poema do WW, mdsol.
Bj

~pi disse...

"...como todos os rios o que eu mais ardentemente desejava era desaguar..."


jorge sousa braga
( no mesmo lu gar :)




~

~pi disse...

e whitman...


(( tão

déltico ~

Sensualidades disse...

adorei

ainda nao descobri que aguas navego

Jokas

Paula

Juani disse...

A mi de jorge ousa me gusta esta

Portugal

Eu tenho vinte e dois anos e tu às vezes fazes-me sentir como se tivesse
oitocentos
Que culpa tive eu que D. Sebastião fosse combater os infiéis ao norte de
África
só porque não podia combater a doença que lhe atacava os órgãos genitais
e nunca mais voltasse
Quase chego a pensar que é tudo uma mentira
que o Infante D. Henrique foi uma invenção do Walt Disney
e o Nuno Álvares Pereira uma reles imitação do Príncipe Valente
Portugal
Não imaginas o tesão que sinto quando ouço o hino nacional
(que os meus egrégios avós me perdoem)
Ontem estive a jogar póquer com o velho do Restelo
Anda na consulta externa do Júlio de Matos
Deram-lhe uns electro-choques e está a recuperar
àparte o facto de agora me tentar convencer que nos espera um futuro de
rosas
Portugal
Um dia fechei-me no Mosteiro dos Jerónimos a ver se contraía a febre do
Império
mas a única coisa que consegui apanhar foi um resfriado
Virei a Torre do Tombo do avesso sem lograr uma pérola que fosse
das rosas que Gil Eanes trouxe do Bojador
Portugal
Vou contar-te uma coisa que nunca contei a ninguém
Sabes
Estou loucamente apaixonado por ti
Pergunto a mim mesmo
Como me pude apaixonar por um velho decrépito e idiota como tu
mas que tem o coração doce ainda mais doce que os pastéis de Tentugal
e o corpo cheio de pontos negros para poder espremer à minha vontade
Portugal estás a ouvir-me?
Eu nasci em mil novecentos e cinquenta e sete Salazar estava no poder nada
de ressentimentos
um dia bebi vinagre nada de ressentimentos
Portugal
Sabes de que cor são os meus olhos?
São castanhos como os da minha mãe
Portugal
gostava de te beijar muito apaixonadamente
na boca
perdona si hay alguna falta de ortografia
el cuadro inspira por sus marrones
al otoño y la musica acompaña
saluditos

Duarte disse...

Magnífica combinação de cores para um daltónico.
Até gostei! E muito...
O poema dá muito que pensar, denso, complexo, grande, mas certo.

Abraços

Unknown disse...

Não passes por "mim", Mdsol...
Não te quero ensombrar, quando de tudo fazes para inventar as cores e os tempos!...
Lê-me aqui, assim.
Porque aqui estou.
Adorei os posts... as imagens, o texto, a música, os títulos, os s/ título... e o resto [que é muito mais do que o visível!]

[Beijo grande, até ver se te acompanho...]

QZ disse...

Li este Verão esse livro do Jorge Sousa Braga :)

Carminda Pinho disse...

Um dia... ainda serei capaz de ser como o rio que navega...:)

Bjs

meus instantes e momentos disse...

Que desagues em mim.

Como sempre belissimo aqui.
beijos.
Maurizio

Anónimo disse...

Belo !
Belo !
E o Rostropovich...!

:)) José-Carlos

cristal disse...

Lindas as cores, lindo o poema, linda a música, linda a pessoa que nos coloca assim em conjunto, um mapa para visitar um mundo belo. BJS

mundo azul disse...

A aquarela (me parece) é linda!!! Cores realmente especiais...

Gosto do seu espaço! Há muita tranquilidade aqui...


Beijos de luz e o meu carinho!

Jardineiro de Plantão disse...

É bom navegar em águas de turbilhão e não só na bolina... A bolina nos traz a melancolia.

Abraços

Violeta disse...

e um rio navegável é de uma beleza sem fim...