A formiga no carreiro
Vinha em sentido cantrário
Caiu ao Tejo
Ao pé dum septuagenário
Larpou trepou às tábuas
Que flutuavam nas àguas
E de cima duma delas
Virou-se prò formigueiro
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro
A formiga no carreiro
Vinha em sentido diferente
Caiu à rua
No meio de toda a gente
Buliu buliu abriu as gâmbias
Para trepar às varandas
E de cima duma delas
Virou-se prò formigueiro
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro
A formiga no carreiro
Andava a roda da vida
Caiu em cima
Duma espinhela caída
Furou furou à brava
Numa cova que ali estava
E de cima duma delas
Virou-se prò formigueiro
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro
José Afonso, Album: Venham Mais Cinco Orfeu STAT 017 | 1973 | LP-33 rpm | Gravado no Estúdio Aquarium em Paris de
Músicos: Michel Cron, Alain Noel, André Garradot, Michel Bergés, Janine de Waleyne, Jean Claude Dubois, Jean Claude Naude, Michel Buzon, Michel Grenu, Marcel Perdignon, Michel Delaporte e José Mário Branco
Reeditado em:
1973 | CFE Guimbarda PS 30111 | Espanha
1987 | Movieplay SO 3040
1996 | Movieplay JA 8006
Traz Outro Amigo Também
(José Afonso)
Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também
Em terras
Em todas as fronteiras
Seja benvindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também
Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também
José Afonso, Album Traz Outro Amigo Também
Orfeu STAT 005 | 1970 | LP-33 rpm | Edição Arnaldo Trindade & Cª. Lda, Porto | Capa: José Santa-Bárbara
Músicos: Carlos Correia (Bóris), colaboração de Filipe Colaço
Reeditado em:
1987 | Movieplay "Série Ouro" SO 3038
1996 | Movieplay JA 8003
Coro da Primavera
Cobre-te canalha
Na mortalha
Hoje o rei vai nu
Os velhos tiranos
De há mil anos
Morrem como tu
Abre uma trincheira
Companheira
Deita-te no chão
Sempre à tua frente
Viste gente
Doutra condição
Ergue-te ó Sol de Verão
Somos nós os teus cantores
Da matinal canção
Ouvem-se já os rumores
Ouvem-se já os clamores
Ouvem-se já os tambores
Livra-te do medo
Que bem cedo
Há-de o Sol queimar
E tu camarada
Põe-te em guarda
Que te vão matar
Venham lavradeiras
Mondadeiras
Deste campo em flor
Venham enlaçdas
De mãos dadas
Semear o amor
Ergue-te ó Sol de Verão
Somos nós os teus cantores
Da matinal canção
Ouvem-se já os rumores
Ouvem-se já os clamores
Ouvem-se já os tambores
Venha a maré cheia
Duma ideia
P'ra nos empurrar
Só um pensamento
No momento
P'ra nos despertar
Eia mais um braço
E outro braço
Nos conduz irmão
Sempre a nossa fome
Nos consome
Dá-me a tua mão
Ergue-te ó Sol de Verão
Somos nós os teus cantores
Da matinal canção
Ouvem-se já os rumores
Ouvem-se já os clamores
Ouvem-se já os tambores
José Afonso, Album Cantigas do Maio Orfeu STAT 009 | 1971 | LP-33 rpm | Gravado no Strawberry Studio, Herouville (França), de 11 de Outubro a 4 de Novembro de 1971 | Edição Arnaldo Trindade & Cª. Lda, Porto | Capa: José Santa-Bárbara | Fotografia: Patrick Ulmann | Som e mistura: Gill Sallé e Christian Gence
Músicos: Carlos Correia (Bóris), Michel Delaporte, Christian Padovan, Tony Branis, Jacques Granier, Francisco Fanhais e José Mário Branco
Reeditado em:
1974 | LP Hispavox | Espanha
1974 | LP Vedette Zodiaco VPA 8219 | Itália
1974 | Chante du monde LDX 74558 (Agora Harmonia Mundi) | França
1975 | LP Plane S88 115| Alemanha
1987 | Movieplay "Série Ouro" 3002
1996 | Movieplay JA 8004
1996 | Círculo de Leitores Orlador 2049
2000 | Westpark CD 842282 | ?
Zeca Afonso imagem em: http://www.blogoteca.com/upload/bit/arti/591-12754-a-ZecaAfonso.jpg
4 comentários:
Tinta_azul: só posso estar trenga de cansaço.... em baixo esta bem!!!
:))
Canta bichos da treva e da aparência
Na absolvição por incontinência
Cantai cantai no pino do inferno
Em Janeiro ou em maio é sempre cedo
Cantai cardumes da guerra e da agonia
Neste areal onde não nasce o dia
Cantai cantai melancolias serenas
Como o trigo da moda nas verbenas
Cantai cantai guizos doidos dos sinos
Os vossos salmos de embalar meninos
Cantai bichos da treva e da opulência
A vossa vil e vã magnificência
Cantai os vossos tronos e impérios
Sobre os degredos sobre os cemitérios
Cantai cantai ó torpes madrugadas
As clavas os clarins e as espadas
Cantai nos matadouros nas trincheiras
As armas os pendões e as bandeiras
Cantai cantai que o ódio já não cansa
Com palavras de amor e de bonança
Dançai ó parcas vossa negra festa
Sobre a planície em redor que o ar empesta
Cantai ó corvos pela noite fora
Neste areal onde não nasce a aurora
Letra e Musica de Zeca Afonso
LeiLa
obrigada Leilita.
(volta sempre...espero que a tua vida esteja mais "liberta".
bjs)
Estudei com uma sobrinha dele...marcava pela diferença---eram os genes..QUE SAUDADES
SOLINHA..boa semana para ti
um abraço:pandorabox
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