19 fevereiro, 2009
mão do tempo
Walker, M. L.
hands of time
MÃOS DADAS
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente.
Carlos Drummond de Andrade, amar-amaro (antologia poética, dom quixote, 149)
Geraldo Vandré, pra não dizer que não falei de flores
(acho que vão gostar de recordar a canção. um hino. deixo o refrão para aguçar o apetite. ok. eu sei que têm pressa... ainda assim)
vem vamos embora
que esperar não é saber
quem sabe faz a hora
não espera acontecer
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14 comentários:
As mãos mexeram-se!
De mãos dadas canto contigo, amiga.
Este hino é inesquecível para os cotas como nós, e é LINDO.
Beijinhos
me encanta esta cancion, aunque yo la conozco por la cantante española, ana belen
saluditos
É sempre bom tomar a mão de alguém e andar por aí.....
Obrigada pela tua visita ao meu cantinho.....
Gostei do que vi no branco.
Lindo blogue
Não conhecia esta canção....no entanto também sou cota....
O tempo não me quer dar a mão! :(
Ele está sempre a fugir de mim ! :(
Tenho tanta falta de tempo ! :(
Beijinhos verdinhos
Cantarmos juntos de mãos dadas fará o tempo mais humano na sua passagem pelas nossas mãos? :)
É sempre agradável recordar Carlos Drummond de Andrade. E, quando se lê a sua poesia qualquer tempo se assume sem presente ou passado. É como se fosse possível ter um braço no céu outro na terra...
abraços!
sempre lindas as palavras de Drummond de Andrade
Beijos e bom Carnaval
Mão do tempo dos que nunca foram nem serão "decepados"
"...Somos todos iguais...
Nem de propósito, o poema que publicas hoje é o que violenta! Quero viver o futuro, largar amarras do presente! Festejar o Mundo que no global melhora todos os dias. Sim, a globalização dá-nos ideia do contrário, mas não, nada mesmo, temos mais informação mas estamos melhor em quase tudo... agora vivemos uma crise ética, de príncipios e valores... há que reescrever a carta dos nossos direitos, fazer deste mundo um espaço plural em que no futuro as nossas diferenças (a história e estórias) não sirvam para nos afastar.
Beijos
P.S.Gostei do teu blogue, vou adicioná-lo ao meu!
Bonito, muito bonito, assim, sempre de mãos dadas...
:)))
Beijinhos
"hands of time" forte, muito inquietante..... gostaria muito de ver no original porque assim nao consego "descifrar" , o que tambem é inquietante :))
essa quadrazita irrita-me: tanto dá pra esquerda como pra escuteiros como pra quem a quiser cantar
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