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Serra, R.
promenade notebook (III)
(2009)
CADERNO I
Quando me perco de novo neste antigo
Caderno de capa preta de oleado -
Que um dia rasguei com fúria e que um amigo
Folha a folha recolocou com vagar e paciência -
Tudo me dói ainda como faca e me corta
Pois diante de mim estão como sussurro e floresta
As longas tardes as misturadas noites
Onde divago e divagam incessantemente
Os venenosos perfumes mortais da juventude
E dói-me a luz como um jardim perdido
Sophia de Mello Breyner Andresen, caderno I, o nome das coisas
Enigma, mea culpa (MCMXC)
6 comentários:
Em busca do tempo (perdido?)...
lindissimo
Beijos
PAula
:)))
Bom dia e boa semana.
J.A.
:)
... pior é, quando se queimam os cadernos de lombada negra.
... e ninguém os "salvou".
Fica a saudade maior, da derradeira juventude queimada.
Fica a imagem do fogo e da fogueira...
Um sentimento adolescente de imolação e desapego.
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É lindíssimo, este texto!
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[Beijo...@]
Sophia deixou tantas saudades quantas os cadernos da nossa juventude...
Beijinho
Muito belo
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