15 abril, 2010

lembrança de águas passadas

.


Sa, S.
forbidden river
(2007)




AFLUENTES

Que sabe um rio dos seus afluentes? E os afluentes dos subafluentes? E estes dos pequenos regatos da montanha? Os rios não têm memória. (Embora digam que a memória é um rio.)

Têm água. E nós sede.

Jorge de Sousa Braga, os pés luminosos
[o poeta nu - poesia reunida, assírio & alvim, 112]


 
Simon & Garfunkel, bridge over troubled water (ao vivo, 1969)

7 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

È sempre doloroso contradize-la, MdSol. Seus posts reúnem a beleza do irrefutável e são sempre acompanhadas das minhas canções. Mas tem que ser. Acho que cada rio sente a ausência do caudal afluente e cada afluente dos seus subafluentes e por aí fora. Os rios morrem, sabe disso? Não por falta de água, mas por falta de afluência que é um sentimento muito próprio de ser rio. Todos têm a memória dos seus leitos. Prova? A sua fúria, quando os homens lhos roubam para seus devaneios!
Não sei se os rios tem água para matar a nossa sede ou se a existência de ambas é mera coincidência...

jrd disse...

E que sabemos nós dos rios que atravessamos?...

Zélia Guardiano disse...

Os rios não existem, mdsol... São mera ilusão. Ora,"não podemos entrar no mesmo rio duas vezes"... Não foi o que disse alguém?
Lindo post! Parabéns!
Abraço

jose albergaria disse...

Que belo texto.
Ele há textos assim.
Refrescam-nos a memória e lavam-nos a alma.
:)))

lino disse...

Há 50 anos eu sabia-os todos, até os das colónias. Agora,estou quase como os rios :))

Mar Arável disse...

Fiquemos pois assim

com as suas memórias

Manuel Veiga disse...

gosto da palavra afluente - e dos rios na nascente...

beijo