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Gloeckner, M.
soft wind of the spring
(1973)
Agora
Abre-te, primavera!
Tenho um poema à espera
Do teu sorriso.
Um poema indeciso
Entre a coragem e a covardia.
Um poema de lírica alegria
Refreada,
A temer ser tardia
E ser antecipada.
Dantes, nascias
Quando eu te anunciava.
Cantava,
E no meu canto acontecias
Como o tempo depois de confirmava.
Cada verso era a flor que prometias
No futur sonhado...
Agora a lei é outra: principias
E só então eu canto confiado.
Miguel Torga, diário X [poesia completa II, 774]
Tom Waits, you can never hold back spring
8 comentários:
Lindo
Adoro a primavera. ja tenho saudades
Beijos
Paula
MdSol
Gosto bastante mais deste seu post: Estar "Entre a coragem e a covardia." não é o mesmo que aceitar estar, cobardemente, numa atitude de rendição...
De nós ainda há muito a esperar, né?
mdsol
"Suave lembrança da primavera"...
Post simplesmente maravilhoso! Primeiro, a tela... Depois, esses versos lindos: medo de se declarar cedo ou tarde demais, aspirando por segurança...
Um forte abraço
PS- Sua visita e suas palavras me fizeram muito feliz...
um log bem comportado
sem sombras ...
sem perfumes fortes :)))))
Se o Adolfo vivesse agora assistiria a uma outra lei: só confio que vieste depois de de te ires embora.
Beijinho
É, até a primavera já não é o que era.
Pois.
As primaveras.
olha o césar a meter-se contigo :DDD o dono dos hole
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