15 dezembro, 2006

Morgadinha dos Canaviais vs Com a Morgadinho já vos aviais...

Morgadinha dos Canaviais
Romance de Júlio Dinis publicado em 1868. A acção inicia-se com Henrique de Souselas, órfão rico que vive em Lisboa e se encontra doente devido à vida urbana. Resolve então repousar numa aldeia minhota em casa de sua tia Doroteia. Aí se restabelece e conhece Madalena, a elegante, inteligente e enérgica morgadinha, e apaixona-se por ela. No entanto, este amor não é correspondido e torna-se incómodo para Augusto, um professor primário pobre mas honesto. Um revés faz com que Henrique conheça Cristina, uma rapariga pura e inocente, por quem se apaixona. Desposa-a, deixando assim o caminho livre a Augusto, que se casa com Madalena.

Parafraseando

Com a Morgadinho já vos aviais....
Novela de vários autores, ainda sem data de publicação. A acção inicia-se com um desporto orfão de protagonistas capazes de o organizar, resultado do tratamento menor que lhe é dispensado. Apesar de ser um fenómeno rico e universal, a precisar de uma abordagem descomplexada, a intelectualidade reinante, à luz do seu entendimento "superior" de cultura, olha (ou nem olha) displicente para esta manifestação "menor" da cultura (corporal). Uns patos bravos aproveitam o vazio criado e tomam conta dos seus destinos. E vão repousando por todo o país. Aí se (r)estabelecem com paixões várias com políticos, construtores civis, empresários... No entanto, estes amores que geram cumplicidades proibidas num estado de direito e democrático, vão criando laços cada vez mais fortes e poderosos que os faz sentir intocáveis e "inapitáveis". Um revés, porém, faz com que Jorge conheça Carolina, uma rapariga nada pura e inocente, por quem se apaixona. Como, afinal, não a desposa, deixa o caminho livre para que esta se tente vingar e resolva ela própria escrever (sobre) um romance. E só muito mais tarde, na sequência mais ou menos precipitada deste "acontecido", entra em cena a Morgadinha!

À laia de epílogo
Sendo a Morgado casada, e com um fiscalista, presume-se que não corra o risco de se deixar tentar por estes amores proibidos e ponha, de uma vez por todas, fim à trama. De notar que o desporto, no meio disto tudo, se sente usado e com aquele ar deslavado de quem é, como sempre, "o último a saber"...



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