07 abril, 2009

uni da dor








O' Keeffe, G.
spring tree nº II
(1945)






UNIDADE

As plantas sofrem como nós sofremos.
Por que não sofreriam
se esta é a chave da unidade do mundo?

A flor sofre tocada
por mão inconsciente.
Há uma queixa abafada
em sua docilidade.

A pedra é sofrimento
paralítico, eterno.

Não temos nós, animais,
sequer o privilégio de sofrer.

Carlos Drummond de Andrade, farewell (campo das letras, 15)


Pink Floyd, good bye blue sky

E leiam este post que eu gostava de ter escrito.

6 comentários:

Carminda Pinho disse...

Estive para não comentar, mas resolvi fazê-lo.
Fui ler o post da Sofia Loureiro dos Santos e, só tenho a dizer que tenho pena que ela só veja as coisas pelo lado do 1º ministro. É evidente que ele tem a liberdade de processar quem quiser, só é pena que o faça deste modo, e por este motivo,(eu li a crónica).

Gostei do poema.:)

Beijos

jrd disse...

Mas temos o previlégio de fazer sofrer...

bettips disse...

...ia dizer o que o amigo jrd diz...

E quanto às opiniões do exercício da liberdade, como são várias as leituras "democráticas" e como interessa ter muitos assuntos "divers" para esquecer o essencial...
digo eu, que se cuidem os que nunca poderão dizer que "a História os absolverá"!
E porque não? Porque a questão social não lhes é sequer o fundamento ponto final.
Bjinho

poetaeusou . . . disse...

*
Drummond
um dos meus preferidos,
,
A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede.
,
in- Drummond de Andrade
,
*

observatory disse...

a flor diz-me qdº lhe canto ao ouvido :)

Sofia Loureiro dos Santos disse...

Obrigada, MDSOL.