13 dezembro, 2007

Amizade

Nesta altura do ano em que (quase) tudo me deprime, com especial relevância para os dlinsdlinsdlins tocados à exaustão em qualquer raio de lugar em que entremos, ou mesmo na rua, começa a ser um lugar comum eu dizer:
Ah se eu pudesse, sumia-me pelo menos a partir do dia 20 de Dezembro e só voltava depois do dia de reis (6 de Janeiro). Não é ainda possível. Mas estou segura de que um dia vai acontecer. Piro-me mesmo sozinha! Nem que tenha que apelar para aquele tipo de circunstância que justifica um certo "destravamento" das pessoas mais idosas.

O livro de que retiro este excerto " A Amizade" ajudou-me muito, há uns anos atrás, quando, já com idade suficiente para ter juízo, mas também com ingenuidade bastante para distribuir num infantário ,tive necessidade de esclarecer o mais possível
interiormente a questão da amizade.

Aí vai o que Voltaire disse:
" A amizade é um contrato tácito entre duas pessosa sensíveis e virtuosas. Digo "sensíveis" porque um monge, um solitário, pode ser uma pessoa de bem e viver sem conhecer a amizade. Digo "virtuosas" porque os maus tem apenas cúmplices, os divertidos companheiros de paródia, os cúpidos sócios, os políticos juntam em redor os partidários, os que se metem na vida dos outros têm relações, os príncipes cortesãos, mas apenas os homens virtuosos têm amigos. Cetego era cúmplice de Catilina, e Mecenato cortesão de Octávio; mas Cícero era amigo de Aristóteles".

O facto de a amizade ter uma componente ética forte torna verdadeira a afirmação "diz-me com quem andas dir-te-ei quem és".

Os amigos são o retrato objectivo da ética da pesoa. Eles indicam o seu rigor, a sua intransigência, mas também o seu amor pela inteligência, a sua criatividade e finalmente a sua tolerância.

Eu tenho um bom punhado de amigos! Sou mesmo uma sortuda.

Sem comentários: