08 junho, 2007






A propósito de um quadro de Munch*







Jogar de cor, com a cor, corresponder
Com traço firme, pincelada rigorosa,
Sair do limbo do deve e do haver,
Saber dizer sem falar de verso ou prosa.

Banhar de luz, ser sol de qualquer ideia,
Cortar com sombra o que for mais que real,
Proporcionar o mundo novo que medeia,
Entre sentir, querer bem e querer mal.

Rasgar de raiva a vermelho o coração
Ou amainar os elementos com um véu,
De verde manso, beje doce, azul do céu.

És tu pintor, que me dás a tua mão,
Para eu ver contigo. Essa arte é só tua,
Que me faz, sem querer, ver-me tão nua.

Escrevinhado há mais de 10 anos

*Puberdade - E. Munch


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